Ontem à tarde, uma moça me telefonou porque precisava conversar sobre algo. Posto tratar-se de assunto que requereria algum tempo, uma decisão minha e ambos estivessemos ocupados na hora, ela me perguntou se podíamos nos encontrar por volta das 19:00 em uma escola no centro da cidade.
Embora viva em uma localidade pequena (cerca de 60,000 habitantes) e seja bastante popular por aqui, ela disse que não me conhecia, quando lhe perguntei como faríamos para nos encontrarmos. Não tive dúvidas e resolvi a questão com uma simples frase: “Sou albino.” Imediatamente ela assegurou que então não haveria problema; ela me acharia.
Faltando uns 20 minutos pro horário combinado, saí de casa. Ouvindo meu mp3 (um álbum do ABC) e inteirinho de preto. Adoro roupa preta! Fico parecendo um cotonete de luto. Quando tá fresco então, nem se fale. Eu ponho uma camisa preta de manga comprida que tenho, fico mais cotonete de luto ainda. A-do-ro!
Cheguei ao local e fiquei lá esperando. Claro que papeei o tempo todo, literalmente. Há 20 anos lecionando, pronde quer que vá há ex-alunos que vem conversar.
Nem precisei me preocupar em ficar olhando pros lados, procurando. Fiquei lá, despreocupado, no papo, até que ela chegou, me viu e veio até mim.
Viu como não é o fim do mundo ser albino? Basta dizer o que sou e pronto! Nem preciso ficar me dando certos trabalhos. O pessoal me encontra.
Cansei de fazer isso em Sampa. Pros que já me conhecem pessoalmente a história fica ainda mais fácil pra mim. “A gente se encontra no shopping tal, no vão do MASP, no metrô tal”. OK, baby. Eu vou e fico na boa, fingindo que tô olhando, procurando. Nada, na maior parte das vezes, tô no mundo da lua ou olhando outra coisa.
Folgado eu, né?
Outra tática de sobrevivência albina pra vocês!
Mas houve uma vez em que a história se inverteu. Isso, porém, fica proutra hora.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
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Acabei de ver a reportagem na Folha.. Blogs sao sempre bem-vindos para colocar mais informação na rede, principalmente sobre temas que não estamos acostumados a lidar... o meu é sobre a vida no Egito atual, já que morei lá e sou casada com um egípcio!
ResponderExcluirBoa sorte e vou acompanhar!
Acabei d ver a reportagem sobre o blog no Gazeta da Serra, fiquei sabendo pelo alerta do Google que criei sobre albinismo, acho que vc sab como funciona. Eu sou albino e achei legal o blog. kero propor parceria, troca de banner/link. O meu site eh www.castrodigital.com.br. Parabens pela iniciativa.
ResponderExcluirMuito obrigado egitobrasil. Acessei seu blog, já "favoritei" e o enviei a um amigo, que, se já nao o conhece, se interessará pelo assunto! Ano passado vi uma matéria no Domingo Espetacular sobre uma brasileira que se casou com um egípcio, será voce?
ResponderExcluirC@STRO, acho otima ideia essa de compartilhar banners etc. Soh nao sei como fazer essas coisas
ResponderExcluirQue bom que voce esteja gostando do blog!
nao leve a mal.
ResponderExcluiracho albinismo o maximo.
queria casar com uma albina.
Não levo a mal não! Tomara que voce consiga realizar seu sonho. Acesse sempre o blog, de repente, alguma leitora albina aparece e... Nunca se sabe, neh? hahaha
ResponderExcluirAbços
Particularmente não aprecio estas formas apriorísticas, digamos assim, de exposição. Sou fulano de tal, o albino, o negão, ou - no meu caso - aquele que tem orelhas de morcego e sobrancelhas grossas. Mas a sua maneira positiva de enxergar sua existência, essa ausência de auto-comiseração, diria mesmo que divertida, parece-me realmente uma novidade alvissareira. Você não é, e nunca foi, daqueles que aguardam uma espécie de tutela estatal para existir, no melhor sentido do termo. É isso que torna sua existência bela e um tanto anárquica; fugir à regra, negá-la, transitar por todas as tribos sem a nenhuma pertencer. Isso tudo me atrai. Seja um anarco-babélico.
ResponderExcluirAbraços,
Renato, o anárquico
Oi Renato, obrigado pelos comentarios e por acessar o blog. Pertencer a uma tribo soh deve ser um saco, nao? É tão miope, e, miopia eu ja tenho a fisica, nao preciso de outras, neh?
ResponderExcluirNOSSA QUE LEGAL ADOREI SUA HISTÓRIA
ResponderExcluirPARABÉNS PELO ORGULHO DE SER ALBINO.VC
MERECE MESMO SER FELIZ,QUE JESUS ABENÇOE
VC E TODA SUA FAMÍLIA.KISS DE SUA MAIS NOVA
AMIGA:Edygleuma Nahon (Macapá-Amapá)