Baixio das Bestas (2007) não é daqueles filmes faceis de se assistir. Quase sem closes, a maioria das cenas é feita com a câmera parada e os atores atuando em frente. Certamente pra conferir certo distanciamento crítico por parte do espectador que vê em sua frente uma sucessão de cenas violentas com personagens igualmente violentas e submersas em pobreza. São avôs que mostram suas netas nuas a caminhoneiros pra ganhar alguns trocados, agroboys misóginos, bêbados e drogados barbarizando "raparigas". Tudo ao som do maracatu e do estralar do canavial durante a queimada.
Muito frequentemente, quando vejo esses "filmes-denúncia" fico com a sensação de que apenas mostram as consequencias, sem realmente botarem o dedo na ferida que é a causa da barbárie mostrada. Também não apresentam soluções, por mínimas que sejam.
Daí, me pergunto: que vantagem Maria leva? Depreende-se do filme que a culpa é das usinas de açucar, ou melhor, da decadência delas. Por outro lado, há vários outros "filmes-denúncia" que mostram violência tão intolerável em contextos diversos -urbanos, por exemplo - girando em torno de outras atividades, por vezes nada decadentes.
Sinal de que o problema é muito mais estrutural do que muita gente quer ver....
segunda-feira, 16 de março de 2009
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E o tesão e o frisson em mostrar e ver violência e sexo? Ninguém se preocupa, só querem mesmo é ver o circo pegar fogo...
ResponderExcluirAdoro seu blog!
Obrigado!
Obrigado voce por ler e seguir o blog!
ResponderExcluirVeleu!