terça-feira, 24 de março de 2009

THE EWINGS VERSUS THE SOPRANOS


Quem segue o blog desde o primeiro post talvez se lembre que eu disse que estava numa fase James Gandolfini porque estava assistindo The Sopranos. Pois é, ontem à noite, assisti ao último episódio.
Concordo com quem diz que é um dos melhores shows de TV já feitos. Inteligente, bem escrito, bem atuado, bem dirigido, bem editado. Um primor! Diversas vezes o enredo dava umas reviravoltas que me deixavam literalmente passado! As personagens são muito complexas e o show nunca fica chato.
O último episódio me deixou perplexo. Assim que terminou, voltei a cena pra ver se o dvd não tinha dado pau. Vi de novo a última cena e continuei achando que o disco ou o player tinham dado defeito. Fui ao YouTube e vi vários v´deos com o final. Não, era quilo lá mesmo; não houve defeito algum. O fim era aquele mesmo. Lógico que nã vou contar o final, quem quiser que assista. Basta digitar The Sopranos final scene e aparece no You Tube.... Mas, eu não recomendo. Pra quem não viu a série não vai dizer nada e pra quem vai ver ou está vendo, vai estragar a surpresa....
Paralelamente aos Sopranos, vi a décima temporada de DALLAS. Novelão melodramático dos anos 80, cheia de furos no roteiro, com atores muitas vezes péssimos (especialmente algumas atrizes, meu Deus!). As substituições no elenco e o desenvovimento dos enredos por vezes criam contradições gigantescas. E como o universo da família Ewing e seus rivais é bem pequeno as tramas apresentam diversas repetições: gente quecasa com a mesma pessoa 2 vezes, relacionamentos que vão e voltam por anos etc. Enfim, nada a ver com a inteligência dos Sopranos.
Nada a ver?
Na décima temporada, a família Ewing se vê envolvida com planos de bobmbardeio de poços de petróleo árabe. Os Sopranos - 20 anos depois - estão em pleno pânico anti-terrorista.
O vilão JR, de DALLAS, após levar outro tiro, vez mais promete à esposa Sue Ellen que será fiel, simultaneamente ao sucesso dessa no mundo dos negócios. Tony Soprano, após levar um tiro, promete fidelidade à esposa Carmela, a qual será mais tarde bem sucedida no ramo de construção civil.
Enfim, eu via a família Soprano - envolvida no mundo da máfia -como versão pós-moderna da família Ewing - envovlvida em negócios legais. Ou seja, os Ewings são os Sopranos em semente, ou dito de outro modo, nos Ewings já temos os Sopranos...
Tudo nos Sopranos é melhor que em DALLAS, mas no fundo, estão dizendo absolutamente a mesma coisa. E é a única coisa que o capitalismo tem a dizer.
Ambos os shows são a celebração da família e de como ela deve permanecer unida, a despeito (ou por causa) das atrocidades que seus membros cometem. Afinal, tanto a máfia dos Sopranos, como o mundo do petróleo dos Ewings, lhes proporicionam grana e poder, e é isso que importa.
Conversando com o amigo que me emprestou os DVDs dos Sopranos, sábado passado, dizia a ele como a série conseguiu me conquistar racionalmente. Realmente gostei muito, como escrevi acima.
Mas, DALLAS continua sendo a rainha do meu coração. Adoro os vestidões e cabelões, o melodrama, as músicas também melodramáticas, as revelaçoes bombásticas. Enfim, amo um bom folhetinzão à moda antiga! Amo quando o JR diz "I will destroy you!' Tendo a preferir isso a coisas mais sofisticadas, mas que no fundo são a mesma coisa. Complicar pra quê?
THE EWINGS RUUUUUUUUUUUUUUUUUUULE!!!!!!

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