terça-feira, 3 de março de 2009

TOM


Esse aí de cima é o Tom, o gato da família. Ele é um gatão de sorte e vou contar porquê (que ódio, eu nunca lembro da maldita regra do uso do porque!!).

A Clarice Lispector tem um livro infantil chamado A Mulher que Matou os Peixes. Eu deveria escrever um chamado O Albino que Matou o Gato. Quer dizer, não sei se matei, acho que fui responsável pela morte dele. Vou contar e daí vocês me julgam.

Ao fim de certa tarde sai pra fazer caminhada. Quando já estava escuro decidi voltar pra casa. Acontece que pra chegar em casa tenho que passar em frente ao cemitério e lá há um trecho onde árvores altas deixam o local ainda mais escuro.

Estava eu passando por debaixo das árvores, quando senti que pisei numa coisa e ouvi um som de dor que na hora reconheci como um gatinho. Vocês nem imaginam como fiquei. Sou absolutamente doido por gatos!

Peguei a pobre criaturinha e ela se torcia de dor. Nossa, eu já tava chorando que nem criança..... Botei ele numa muretinha que tem ao lado e fiquei tentando confortar, aquelas coisas que a gente faz quando não sabe o que fazer,entendem?

Ao contrário da crendice dalguns, albinos não enxergam melhor no escuro. Lembrem-se de que não somos morcegos, somos gente! Sermos fotofóbicos não significa que enxerguemos melhor quando não há luz. Noutra hora eu falo sobre isso.

Voltando ao pobre gatinho. Ele tava raquítico e eu não sou exatamente um homem pequeno. Cerca de 1,80, 70 e tantos quilos (Gianechinni, se cuide!) pisando com força em cima dum gatinho deve ter doido pra caramba.

Decidi que o mais decente a fazer era levar o bichinho pra casa. Quando estava me afastando, ouvi outro miadinho. Havia outro filhote. Alguém deve tê-los abandonado lá, ao invés de levar pro abrigo de animais da cidade. Eu não ia deixar o outro gatinho sozinho e desamparado e o levei pra casa também.

Dentro de uns poucos dias o gatinho sobre o qual eu pisara, morreu. Ele tava bem mais fraquinho que o irmão. E o meu pisão deve ter detonado ele internamente, sei lá. Tadinho...

O outro sobreviveu e se transformou nesse gatão ai da foto. Gordo, mimado, manhoso e enjoado que só ele! Acreditam que ele não come presunto, por exemplo?? Pra vocês terem noção do tamanho do entojo que ele é! Leite tem que ser de “verdade”; se for em pó, mas não bebe mesmo!

Sortudo o Tom. Acabou caindo numa casa onde tem mais amor e fartura de comida e bebida do que muito ser humano por ai!

Um comentário:

  1. Tenho por experiência que animais abandonados na rua pegos por gente que cuida bem, são sempre os mais amorosos, uma vez, em meio a uma chuva violenta, praticamente um rio passava em frente minha casa, nessa enxurrada veio um gatinho desesperado miando, corri e peguei ele, ele tinha um berne ENORME nas costas, alem da fome e do frio que ele estava passando. Dei um banho nele, ele comeu como se nunca tivesse comido na vida, mediquei o berne, alguns dias depois o berne caiu, a cicatriz fechou e o gato, que recebeu o nome de jorginho, homenagem carinhosa a um amigo de trabalho do meu irmão, começou a engordar, ficou manhoso, gordo, lindo. Nessa época minha cachorra ainda era viva, ela era tão amorosa que adotou o jorginho, em menos de uma semana ela começou a produzir leite e ele mamava nela, tudo eles dividiam, desde o prato de comida até a casinha que até então era só dela, era uma amizade linda. Até que um dia, algum ser sem coração viu o Jorginho e roubou ele de mim, em casa todos ficamos tristes, mas nunca vi tristeza maior que a da Meg [minha cachorra] tempos depois descobrimos que ela tinha entrado em depressão e demorou meses pra se recuperar.
    O Tom teve muita sorte, e como é típico de gato, ele aproveitou do seu bom coração e tomou posse da casa kkkkkkk.

    Abraço pra você e um apertão, carinhoso, no Tom.

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