segunda-feira, 23 de março de 2009

VERSÃO BRASILEIRA



Um colaborador do blog me disse que achava melhor eu traduzir o relato do Carlito publicado ontem. Segundo ele, o espanhol pode afugentar as pessoas que não tenham familiaridade alguma com o idioma. Por isso, resolvi passar o relato pra português. Não deve ter ficado muito bom, mas considerando-se que jamais estudei espanhol, creio que dá pro gasto!

O BRANQUINHO

Quando vivia em Madri, em 2002. conheci Marco, que estava de férias enquanto desfrutava de uma bolsa de estudos em Portugal. Quase fui conhecer Lisboa então, mas logo mudei de ideia e deixei para 2008, quando visitei também Cascais, Estoril e Sintra, onde Marco havia estudado.

Depois daquela vez em 2002, não tive contato com Marco por muito tempo, nunca me enviou mensagem de fim ano. Tampouco respondia às que eu enviava; ele é assim, pouco sociável.

Porém, em 2004, enquanto me recuperava de uma operação, me escreveu!... Não porque se tornara amigável hahaha... mas sim porque queria apresentar-me a um amigo muito querido que gostava de Buenos Aires e viajaria para cá no verão.

Marco me deu o email de seu amigo Roberto e começamos a teclar.

A conversa do Roberto me agradou, é uma pessoa muito sensível e inteligente e as conversas eram longas e divertidas. Ele já conhecia gente aqui porque havia estado em outra oportunidade; queria regressar porque havia gostado muito da cidade e da população.

Não me recordo de quantas vezes teclamos, não foram muitas, até que um dia combinamos de conectar a câmera para nos vermos e ter uma imagem da pessoa com a qual estávamos conversando, porque nos divertia muito conversar.

Grande foi a surpresa quando vi Roberto pela primeira vez. Hahaha... Ainda me lembro desse momento. Fiquei congelado, olhando o monitor por alguns segundos... Não esperava ver um braqnuinho. Hahaha. O primeiro que me ocorreu dizer-lhe foi “você é branquinho”...

A partir daquele momento nunca mais foi Roberto; para mim era “O Branquinho”. Aprendi a querê-lo assim e assim o sinto. Acho que não conseguiria chamá-lo de outro modo; algumas vezes o chamei Roberto quando estávamos com amigos – amigos dele, porque meus filhos e amigos o conhecem como Branquinho e o chamam assim também. Creio que nem sabem o nome dele.

O Branquinho é o único albino que conheço e depois que nos tornamos amigos, vejo albinos em muitas partes. Cada vez que vejo um me lembro dele. Aprendi com ele sobre albinismo; se bem que já sabia que tudo gira ao redor de um pigmento que falta, mas o resto... É tudo igual, verdade Branquinho?

As pessoas albinas nunca haviam chamado minha atenção. Via poucas, para mim era algo estranho de ver. Sabia que se tratava da falta de pigmentação e que a luz do sol os afetava muito, por isso que na maioria das vezes usam óculos escuros. Porém, não sabia – isso aprendi com Roberto – que usavam cremes protetores contra os raios ultra-violetas porque a pele deles é muito sensível. Se bem que eu imaginava que assim fosse porque conheço gente de pele branca que fica vermelha com o sol, mas não se bronzea. E quando se bronea é com muita dificuldade e terminam cheios de sardas.

Albinos nunca me pareceram agressivos ou de mau caráter, como é comum escutar ou ler em alguns artigos. Me davam a impressão de pessoas indefesas ou que pelo menos tinham uma atitude de isolamento ou autoproteção. Talvez porque não enxerguem direito ou porque pensam que são vistos como estranhos. Não são estranhos, são diferentes. Mas os negros, os chineses, os japoneses e os esquimós também. E eles também enxergam a nós europeus de raça branca, como diferentes. Quando eu vivia no Brasil, cheguei a escutar da boca de negros que da mesma maneira que a gente acha que eles têm cheiro forte, pra eles a gente cheira a defunto. Hahaha. Imaginam?

Todos temos nossas diferenças!... Menos mal que seja assim. Já pensou que chato se fossemos todos iguais?

Voltando ao Roberto, o Branquinho, é uma pessoa excepcional. Um desses amigos leais com o qual se pode contar quando se necessita. Além disso, é inteligente, tem uma cultura geral muito ampla e é muito rápido mentalmente, o que torna sua conversa e companhia muito mais agradáveis ainda. Um desses amigos que a gente gostaria de multiplicar por dez, cem.... hahaha Para poder dizer :”que linda é a vida! Quantos amigos maravilhosos tenho.”

Mas Braqnuinho só existe um: o Roberto Rillo Bíscaro, brasleiro de Penápolis que tem planos, é inquieto. Que adora Dallas! (a série de TV)... Que olha o futuro com preocupação e desafio sem baixar a cabeça. Ele tem força, muita força para contagiar e por onde passa deixa amigos, os quais sempre nomeia: Zeca, jayme, Marco... E eles gostam muito dele também.

Desde que nos conhecemos, a minha casa é a casa dele. Já esteve aqui várias vezes e sabe que pode vir quando quiser. Sei que ele também gosta muito de mim, porque não apenas me diz, como também me faz sentir.

Te desejo, Branquinho, muito sucesso com seu blog, com sua vida. Espero que algum dos planos que às vezes sonhamos juntos seja realidade um dia.

Para terminar, quero te dizer o que uma vez já comentei com você: você só é diferente por ser a pessoa extraordinária, sensível e excelente que é. No resto não vejo diferença. Ah sim, só em seu coração, que é muito grande!...

Forte e grande abraço deste amigo que te quer muito.

“Carlito” (é assim que o Branquinho me chama), de Buenos Aires – Argentina.





5 comentários:

  1. Obrigadíssimo, samya! Espero que vc continue gostando e que tambem o divulgue, ok?
    Sugestoes e críticas serão sempre bem vindas!

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  2. Opa, to vendo que seguiu minha sugestão, obrigado por considerar o que sugeri. Agora está muito melhor de ler, com certeza mais pessoas lerão. valew!!!

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  3. Cosnderei sim. Eh por isso que digo que o blog eh NOSSO e nao apenas meu. Qdo tiver mais sugestoes, criticas etc pode mandar brasa!

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  4. Que preciosa essa amizade, Roberto.
    No dia de Natal comentei com o poeta Antonio Miranda, do Portal de Poesia Ibero-americana, que adoro essas manifestações de amor dos machos. É tão diferente das nossas.
    Sinto, nas palavras de Carlito, como se ele estivesse lendo meus pensamentos, a seu respeito.
    Assino embaixo, com toda reverência. A ambos.
    Beijos,
    Jura.

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