quarta-feira, 1 de abril de 2009

A ILHA DE DOM SEBASTIÃO

Ontem postei reportagem da revista Isto É, de 2002, que trata sobre a ilha de Lençóis (MA), habitada por muitas pessoas com albinismo. Dentre as várias histórias misteriosas que cercam a comunidade, existe a crença de que o rei português Dom Sebastião – desaparecido numa batalha na África – tenha fugido para lá e ali fundado um reino.

No mesmo ano de 2002, um documentário intitulado A Ilha de Dom Sebastião, foi co-produzido pela TV Câmara e a produtora Câmera 4. A obra tem cerca de 20 minutos e tem entrevistas com diversos ilhéus, albinos ou não.

O documentário pode ser assistido neste endereço:
http://www.camara.gov.br/internet/TVcamara/default.asp?selecao=MAT&Materia=38807

Tudo o que se tem a fazer é: clique em “copiar arquivo”. Você será levado a outra página, onde aparecerá outro link. Se você tiver o Windows Media Player instalado em seu pc, a exibição começara quase imediatamente. Pelo menos, comigo foi assim. Notem que o documentário encontra-se dividido em 2 partes, sendo necessário ir até ao fim da página para se ter acesso à página seguinte, onde o procedimento anterior deve ser repetido.Espero que dê certo.

A fim de facilitar o serviço pra possíveis pesquisadores e interessados no assunto, transcreverei aqui o texto que acompanha o vídeo no site da TV Câmara.

A Ilha de Dom Sebastião
Uma pequena ilha localizada a 200 km da costa do Maranhão esconde mistérios que remontam às Cruzadas, em que figuras míticas se misturam com vultos a galope pela noite, bichos dourados, seres sobrenaturais, tudo emoldurado por uma lenda portuguesa de quase 500 anos. Essa ilha existe, se chama Lençóis e é habitada por gente de carne e osso, muitas delas albinas, pessoas que vivem precariamente da pesca, bebem água da chuva e acreditam que lá mora, em um castelo encantado, o rei de Portugal Dom Sebastião, desaparecido em 1578, aos 24 anos, na batalha de Alcácer Quibir, no Marrocos.


Essa história real é mostrada no documentário "A Ilha de Dom Sebastião", uma parceria da TV Câmara com a produtora Câmera 4.

O vídeo levou dois importantes prêmios no 29º Festival Guarnicê de Cinema e Vídeo de São Luís (MA), que ocorreu de 13 a 19 de junho de 2006. O júri técnico escolheu o documentário como o melhor da Mostra Refestança, composta por obras audiovisuais (incluindo filmes e vídeos) que abordam aspectos da rica e diversificada cultura popular brasileira e ibero-americana. Os jurados também reconheceram o trabalho da roteirista Marcya Reis, da TV Câmara, que foi contemplada com o "Troféu Guarnicê" de "Melhor Argumento" no concurso oficial de vídeos.

As filmagens começaram a ser feitas em 2002 por uma equipe liderada por Ivan Canabrava – que divide a direção do documentário com Marcya Reis. Ivan, Alexandre Riulena (diretor de fotografia) e Eduardo François (assistente de direção) partiram de uma nota de jornal a respeito da comunidade de Lençóis em direção a São Luís (MA) atrás da história, carregando 80 kg em equipamentos, sem contar bagagem e suprimento de água.

Acabaram descobrindo a localização da ilha e para lá rumaram, a partir da cidade de Cururupu, em um barco de pesca, viagem que durou 12 horas. Permaneceram duas semanas em Lençóis, onde não há fontes de água, comendo apenas camarão seco e registrando depoimentos de moradores que, provavelmente devido ao isolamento, desenvolveram uma cultura própria.

O documentário mostra relatos como o do pescador Manoel Oliveira, o Macieira, que afirma ouvir tropel de cavalos à noite, ruído atribuído por ele ao exército de Dom Sebastião. Detalhe: não existem cavalos na ilha. Ou o de Telma, albina como ele, que sobrevive vendendo água da chuva recolhida em buracos feitos na areia. Os moradores e outros personagens contam histórias mágicas de animais dourados vistos na ilha e objetos de ouro achados na praia. Revelam ainda a lenda segundo a qual Dom Sebastião se transforma em um touro. Qualquer ferimento no animal, pela crendice local, provocaria o "afundamento" de São Luís e a elevação de Lençóis a capital do Maranhão.

"Quem ferir o touro vai desencantar Dom Sebastião e casar com a filha dele", conta Telma.

A história que desafia estudiosos e antropólogos se transformou em um documentário com participações especiais do grupo Casa de Farinha, que interpreta músicas do folclore local, e até do jornalista português Carlos Fino, o repórter que revelou ao mundo em primeira mão a invasão do Iraque pelos Estados Unidos. Fino narra um poema de Fernando Pessoa a respeito da lenda de Dom Sebastião, o rei que virou mito em Portugal.

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