VIAGEM

Domingo à noite, viajarei para a cidade de São Carlos, aqui mesmo no interior do estado de São Paulo. Não sei direito ainda quantos dias ficarei por lá; pode ser apenas um, mas também pode ser uns 3 ou 4.

Irei sozinho. Quase sempre viajo sozinho. Claro que é mais agradável e fácil quando há alguém que enxerga direito junto, entretanto, a ausência de companhia com visão melhor do que a minha não pode servir de empecilho pra que eu me locomova e faça minhas coisas. Contar com a ajuda dos outros é sempre importante. Viver em função dessa ajuda é que não me atrai.

Jamais estive em São Carlos e claro que isso me deixa algo ansioso. É um espaço novo em que terei que aprender a me locomover. Sempre fico meio ansioso quando tenho que viajar por causa da dificuldade em ler placas, o problema da claridade que diminui ainda mais o campo visual e aqueles outros velhos problemas: degraus, terrenos íngremes, espaços labirínticos etc.

Mas, sabem o que aprendi? Que pessoas com visão normal também ficam ansiosas quando tem que fazer coisas pela primeira vez, quando tem que ir a lugares novos. Afinal, trata-se de enfrentar o novo e o novo muitas vezes causa ansiedade, tensão, um medinho.

Já tomei algumas precauções a fim de tentar facilitar minha viagem e estadia.

Quando comprei a passagem, perguntei direitinho pro vendedor qual seria a parada em São Carlos. Vai que de repente o motorista não anuncia a cidade e eu não tenha conseguido ler nenhum indicativo de que se trata de São Carlos! Fui informado de que a cidade é o ponto final do busão, então, uma fonte de ansiedade a menos.

Reservei hotel praticamente em frente á rodoviária e também a alguns passos do terminal de ônibus urbanos. Desse modo, basta que aprenda qual ônibus tomar pra ir onde preciso e, na volta, pegar um que passe no terminal urbano. Pronto, daí fica tudo mais fácil. Claro que eu sempre poderia contar com o serviço de táxi, mas se puder pegar busão e economizar, por que não?

O hotel também se localiza bem no centro da cidade, próximo a restaurantes, lojas, farmácias. Então, assim que tiver uma folguinha, saio pra fazer caminhada e já irei aprendendo onde ficam os lugares que eventualmente poderei necessitar.

O site do hotel tem mapa indicando a localização em relação à rodoviária, ao terminal de ônibus urbano, à avenida principal. Consultei o mapa diversas vezes e antes de ir consultarei de novo. (esse é meu lado paranóico!)

Também, vi as fotos da fachada do hotel diversas vezes pra ver onde se localiza a escada de acesso, a porta de entrada. Vocês querem apostar quanto que terei problemas com a porta???? Nunca sei se elas abrem pra fora, pra dentro. Tomara que tenha escrito “puxe” ou “empurre”!

Ontem à noite, pesquisei no Google Earth e descobri a rodoviária, o terminal de busão urbano, o hotel. Agora, quando o ônibus estiver na cidade, basta que eu desligue o mp3 e preste bastante atenção quando ele estiver chegando pra ver se já descubro onde fica o hotel de dentro do ônibus.

Pra que tantos cuidados? Não bastaria chegar e perguntar a alguém como fazer pra chegar ao hotel? Eu realmente não tenho o menor problema em pedir informação, pedir ajuda. Mas, acho muito mais gostoso e gratificante quando posso ir a algum lugar e me locomover com mais desenvoltura, meio que já sabendo pronde ir. Isso é importante pra minha auto-estima, pro meu senso de liberdade.

Enquanto estiver em São Carlos, não postarei nada no blog, mas pretendo anotar as coisas mais importantes com relação a locomover-me nesse espaço novo e, quando retornar, prometo contar tudo. Vai dar tudo certo, vocês vão ver!

Bem, este post está recheado de estratégias de sobrevivência albina. Podem apostar que o post contando minha estadia por lá, também estará!

Ah, tinha esquecido de contar que entupi meu mp3 player com músicas pra viagem. Basicamente, anos 80. Isso acalma e conforta este 40tão. Aqui vai uma amostra do que vou ouvir no período.