(Para contextualizar parte deste post, sugiro a (re)leitura dos posts VIAGEM e TÔ INDO.)
Voltei de São Carlos, gentem! Tudo correu muito tranquilamente e as estratégias de sobrevivência albina funcionaram que só vendo! Conforme prometido, vou contar tudo procês.
Achei a poltrona pra viagem de ida na maior moleza porque havia consultado um mapa de busão. Na verdade, até ajudei uma senhora perdida a achar o lugar dela. Há tempos aprendi que todo mundo tem hora que se sente meio perdido, por isso não há motivo pra ficar se achando inferior, coitadinho etc...
De dentro do ônibus mesmo localizei o luminoso do hotel. Bastou atravessar a rua, subir um pouquinho e da esquina já vi o hotel. Pertíssimo da rodô. Cheguei mais de uma da manhã, então até que me ajeitasse no quarto e tomasse banho eram 2 da matina quando fui pra cama e teria que acordar às 6 pra poder descobrir o caminho pra UFSCAR, e, uma vez lá dentro, encontrar o departamento de Letras.
O terminal de ônibus urbno é literalmente grudado à rodô. Perguntei prum moço qual busão teria que tomar. Ele me perguntou: "Tá vendo aquela linha branca?". Como era de manhãzinha e ainda não havia sol e a linha era grossinha, vi na boa. Fui prá lá e fiquei esperando o ônibus.
Mas, sempre pergunto pralguma outra pessoa pra me certificar de que estou no lugar certo. Não custa, né? Perguntei pruma moça e ela confirmou o que o moço dissera.
Os letreiros dos ônibus em São Carlos são aqueles iguais aos de Sampa, luminosos, amarelinhos. Creio que na hora do sol ficaria difícil de ver, até porque vi alguns cujas luzinhas pareciam não funcionar. Ainda continuo achando que os colectivos de Buenos Aires são os melhores! (vide post COLECTIVO de 13 de fevereiro.)
Em menos de 10 minutos estava na Universidade. Como o campus é bem menor que o da USP em Sampa, foi fácil saber em qual ponto descer. Acho até que aquele era o único! Cruzei um campinho e cheguei aos prédios. Tava descendo uma ruazinha e perguntei prum moço onde ficava o prédio e ele disse "Alí". Se tivesse dado uns 5 passos mais o teria visto. Quer dizer, teria visto o prédio; saber que era lá pronde teria que ir seria outra história. A placa indicativa - ao contrário das outras - fica bem no fundo. Então, sozinho não teria visto não.
Como chegar lá foi muito mais fácil do que havia suposto, tive que esperar um tempão até que a atividade para a qual eu me encontrava lá começasse. Conversando com outras pessoas, descobri que várias tinham vindo de táxi porque era a primeira vez e tinham receio de chegar tarde, essas coisas. Viram só?
Algo muito legal aconteceu. Encontrei outra uspiana que havia sido orientanda duma professora que conheço e sou absolutamente fã! Sendo ex-orientanda dessa professora, a moça logicamente tem a mesma linha de análise literária que eu (por que vocês acham que sou fã da orientadora dela???). E ainda havia outra coincidência, ela estava hospedada no mesmo hotel que eu!
Daí, ficou tudo mais fácil porque expliquei que busão tomar e ela lia a placa, afinal iriamos juntos. Prático, não? Ué, uma mão lava a outra e além do mais a companhia estava ótima porque pertencíamos ao mesmo grupo, digamos assim, e gostávamos das mesmas pessoas, dos mesmos teóricos. Bom demais. Muito Fredric Jameson no busão!
À noite, tivemos que voltar ao campus pra ver se precisaríamos estar lá no dia seguinte de novo. Gente, que lugar horrivelmente escuro, Deus do céu! Atravessar o mesmo campinho foi experiência completamente diferente à noite! As luzes são aquelas antiquadas, amarelinhas, sabem? E as lâmpadas sao protegidas por globos. Então, eu tava numa escuridão danada e à frente via aqueles pontos de luz amarela que nao permitiam que distinguisse direito o caminho. Era mais ou menos assim: se erguesse a cabeça, a fotofobia gritava, se baixasse, não via direito o chão por causa do escuro! Quem ainda acredita que pessoas com albinismo enxergam melhor no escuro, veriam como isso não é verdade se estivessem comigo. Foi de terror! Mas, deu tudo certo e sem me apoiar na amiga. Confesso, porém, que dei uns 2 esbarrões nela.
Descobrimos que ela teria que voltar no dia seguinte, mas não eu. Sendo assim, não havia mais sentido deu ficar em Sanca. Eu sabia que o ônibus pra Penápolis no dia seguinte, só partiria às 18:00. Ok, seria muito mais fácil porque como a rodô é do lado do hotel, bastaria eu sentar no ônibus e descer direto aqui. Mas, o que ficaria fazendo em São Carlos o dia todo, ainda por cima, pagando outra diária de hotel?
Não hesitei por um segundo! Fui à rodô e perguntei qual o caminho mais rápido de volta pra casa. Acabei pegando um busão até Bauru, esprei 3 horas na rodô de lá e depois peguei busão pra Penápolis. Nesse caminho de volta não houve problema algum. Tudo facinho, facinho. Ah, e pros 2 busões consegui comprar a poltrona que sempre compro pra nem ter que ficar procurando números. Pra quem ficou curioso, é a poltrona 8. Então, caso um dia vocês peguem um busão e virem um albino sentado na 8, pode ser eu!
terça-feira, 7 de abril de 2009
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Eh rapaz, mas tu não explicou direito o que foi fazer em São Carlos? Um seminário na UFSCAR?
ResponderExcluirC@STRO,
ResponderExcluirprestei concurso lá.