Como disse repetidas vezes, o trabalho com o blog tem sido fonte de profunda alegria e satisfação por estar me sentindo útil de algum modo, para um número possivelmente maior de pessoas do que tenho sendo professor. Não me entendam mal: gosto muito de lecionar, mas o blog tem me colocado mais em contato com problemas e pessoas que tem mais a ver comigo por conta da questão do albinismo.
Vejam só o que aconteceu na terça-feira, por exemplo.
Recebi email duma advogada de Barra Bonita (SP) chamada Luciana. Ela me contou que adotou 2 menininhas com albinismo parcial. Uma das meninas tem 1 ano e 3 meses e a outra, 2 anos e 8 meses. Ao procurar informações na net a fim de poder entender e cuidar melhor das novas filhas, ela não achou quase nada, mas descobriu este blog e me escreveu perguntando se poderia manter contato para dirimir possíveis dúvidas. Enfim, além de praticar o maravilhoso ato da adoção, Luciana quer realmente dar o melhor de si às meninas, pelas quais se apaixonou assim que as viu, diga-se de passagem.
Luciana, que já adotara outras 2 meninas anteriormente, ao responder meu email no qual me colocava às ordens pro que pudesse auxiliar, contou-me algo, no mínimo, desagradável. Disse ela que a própria justiça tentou demovê-la do processo de adoção precisamente pelo fato das crianças serem parcialmente albinas!!!
Outro dia mesmo, assisti a uma reportagem na TV dizendo do número enorme de casos de pessoas que adotam crianças, dão-lhes o gostinho do que é ter uma família, mas depois “enjoam da brincadeira” e as devolvem às instituições.
Pra mim, ficou a questão: ao tentarem dissuadir Luciana da adoção das menininhas parcialmente albinas, a justiça demonstrou excesso de zelo ou preconceito puro mesmo?
Portanto, abre-se mais uma questão a ser discutida: a existência de preconceito no que tange a adoção de crianças que fujam do convencional, digamos. Preconceito não apenas por parte de candidatos a pais adotivos que possam preferir crianças “normais”, mas, o que é mais grave, preconceito por parte dos órgãos responsáveis pela adoção, os quais, ao agirem preconceituosamente estariam quitando a essas crianças a possibilidade de integração social, e, em última instância, privando-as duma das coisas mais fundamentais da existência: AMOR!
(A menção do caso de Luciana e de seu local de origem foi feita a partir de permissão da advogada. Este blog apenas publica mensagens de outrem, quando devidamente autorizado.)
sexta-feira, 5 de junho de 2009
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Olá, sou Karina e gosratia de ter informação sobre albinismo. Inclusive como a Luciana - que vc cita no blog, eu também estou tentando adotar uma menina albina.
ResponderExcluirkarinamello@caberj.com.br
Gostaria de saber como posso adotar uma criança albina Africana? Sou casada e já tenho dois filhos naturais homens, li o que ocorre com essas crianças lá e tenho muita vontade de ter uma menina e sabendo do q ocorre lá fiquei c curiosa, se puder me passar informações, agradeço isabelacarla@hotmail.com
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