Encontrei, em um blog escrito em inglês, artigo que discute se existe alguma correlação entre albinismo e QI. Abaixo, a tradução:
Terça-feira, 20 de maio de 2008
OS ALBINOS SÃO MAIS INTELIGENTES?
Steve Sailer pergunta se albinos são mis inteligentes. Ele faz referencia a um artigo do New York Times, de 1997, sobre albinos sul-africanos.
John M. Makumbe é professor de ciência política. Richard Nyathi é biblitecário-chefe de um dos ministérios do governo. Stanley S. Gunda é alto secretário financeiro de um outro ministério. Há não muito tempo, eles poderiam ter sido mortos ao nascer.
Makumbe, Nyathi e Gunda são albinos. Na África, muito mais do que em qualquer outro continente, esse fato é uma maldição para toda a vida. Eles não possuem o gene codificador da melanina, responsável pela pigmentação. Eles também têm visão muito baixa. Homens de pele branca em uma sociedade negra, são evitados e temidos como produtos de feitiçaria, insultados por crianças e bêbados com apelidos como “batata descascada”, “macaco” e “fantasma”.
Há um estereótipo de que todos os albinos são inteligentes e bem-sucedidos como esses três homens. Entretanto, o professor Makumbe afirmou que albinos bem-sucedidos são “uma minoria muito pequena”. “A maioria”, acrescentou, “permanece em casa sem acesso a educação porque não conseguem enxergar o quadro negro na escola ou porque seus pais não custeiam seus estudos porque ouviram dizer que seus filhos morreriam ainda jovens”.
Esses três homens foram bem na escola, apesar de problemas de visão. As diferenças genéticas causadoras do albinismo também alteram as conexões entre os nervos óticos e o cérebro. Muito albinos tem nistagmu – olhos que não param de se mover – e miopia, que, mesmo com óculos grossos pode ser corrigida apenas em aproximadamente 20-200.
“Os albinos parecem mais inteligentes porque se esforçam mais”, disse Nyathi. “Você tem que se levantar da carteira, chegar perto da lousa, franzir os olhos, escrever duas sentenças, voltar para a carteira e ainda assim terminar a prova no mesmo tempo que os demais.”
Curiosamente, a literatura médica costumava afirmar que o albinismo produz retardamento mental. Os albinos não apenas não são retardados, como na verdade parecem ir melhor do que a média. Manganyl et al. (1974) descobriram que albinos apresentavam níveis de maturidade intelectual mais elevados do que os demais participantes em um grupo de controle. Fulcher et al. (1995) também observaram desempenho significativamente mais alto de albinos nas habilidades de leitura, escrita e aritmética.
No entanto, testes-padrão de QI não mostram diferenças entre albinos e demais participantes. (Beckham 1946; Estrada-Hernández & Harper 2007; Fulcher et al. 1995; Kutzbach et al. 2008). Parece que albinos possuem o mesmo potencial intelectual, mas fazem melhor uso dele.
Essa parece ser a explicação do Dr. Kromberg: “Albinos possuem QI normal, mas uma capacidade mais alta. Acho que porque eles não brincam ao sol o dia todo. Ficam dentro de casa fazendo seus deveres de casa. “
Por outro lado, testes de QI não mensuram todos os aspectos do desempenho intelectual. Esse é o caso, especialmente, da “função executiva”, isto é, a habilidade para resistir ao hábito, a velocidade com a qual você pode mudar o foco de sua atenção ou o conteúdo da sua memória de trabalho; e a velocidade com que você consegue modificar seus objetivos e responder adequadamente Se observarmos as diferenças nessas funções em gêmeos idênticos, crca de 86 a 100% da variabilidade parece ser transmitida hereditariamente (Friedman et al., no prelo).
Pesquisando a em livros de antropologia, encontrei duas referências a respeito de desempenho intelectual mais elevado entre albinos e uma a respeito de desempenho mais baixo.
Albinos são inteligentes, limpos, legais e belos. Não há de errado com eles. [comentários dos tradiconais Hopis] (Woolf & Dukepoo 1969).
Algumas pessoas pensam que somos inúteis por causa de nossa visão baixa e por nossa pele. Outros acham que somos idiotas. [ comentários de albinos da República Dominicana] (Westhoff 1993).
(…) A mentalidade dos filhos da lua [índios albinos da etnia Kuna] aparenta ser normal e 14 deles freqüentaram classes regulares. É crença comum entre os Cuna que, uma vez que albinos sao incapazes de competir fisicamente, eles se esforçam muito mais para serem intelectualmente bem-sucedidos. (Keeler 1953)
Para constar: essa última referência também menciona uma aparente diferença no formato da cabeça:
O formato da cabeça dos Filhos da Lua parece ser braquicefálico em porcentagem mais elevada do que o normal. Dados estatísticos sobre isso não foram coletados, mas, além de minhas próprias observações, os próprios índios se referiram a essa correlação aparente. (Keeler 1953)
Referências Bibliográficas
Beckham, A.S. (1946). Albinism in Negro children. Journal of Genetic Psychology, 69, 199-215.Estrada-Hernández, N., & Harper, D.C. (2007). Research on psychological and personal aspects of albinism: A critical review. Rehabilitation Psychology, 52(3), 263-271.Friedman, N. P., Miyake, A., Young, S. E., DeFries, J. C., Corley, R. P., & Hewitt, J. K. (in press). Individual differences in executive functions are almost entirely genetic in origin. Journal of Experimental Psychology: General.Fulcher, T., O'Keefe, M., Bowell, R., Lanigan, B., Burke, T., Carr, A., O'Rourke, M., Bolger, M. (1995). Intellectual and educational attainment in albinism. J. Pediatr. Ophthalmol. Strabismus, 32(6), 368-72.Keeler, C. (1953). The Caribe Cuna Moon-Child and its heredity, Journal of Heredity, 44, 162-171.Kutzbach, B.R., Summers, C.G., Holleschau, A.M., & MacDonald, J.T. (2008). Neurodevelopment in Children with Albinism. Ophthalmology, in pressManganyl, N.C., Kromberg, J.G., Jenkins, T. (1974). Studies on albinism in the South African Negro. I. Intellectual maturity and body image differentiation. J Biosoc Sci, 6(1), 107-12.McNeil Jr., D.G. (1997). Black, Yet White: A Hated Color in Zimbabwe, The New York Times, February 9, 1997.Westhoff, W. (1993). A psychosocial study of albinism in a predominantly mulatto Caribbean community. Psychological Reports, 73, 1007-1010.Woolf, C.M. and F.C. Dukepoo. (1969). Hopi Indians, inbreeding, and albinism, Science, 164, 30-37.
Após o post existem 7 comentários, os quais não traduzi, mas podem ser consultados acessando-se http://evoandproud.blogspot.com/2008/05/are-albinos-smarter.html
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cara não entendi nada!!!!!
ResponderExcluirParabéns, querido Prf. Dr. Roberto Biscaro, por mais este artigo maravilhoso! Fico deveras maravilhada por constatar o sucesso de pessoas com Albinismo pelo veemente esforço, empenho, capacidade de ir mais alem...lutando com todas as limitações que os restringem! Filomena G. Camacho
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