Em matéria longa e detalhada, a repórter presta mais um valioso auxílio na difusão de nossa causa. Muito obrigado à equipe jovem e bonita (vejam as fotos deles na seção Expediente, no site) da UNIFOLHA, pela oportunidade e, em especial à Bruna Nasser pelo excelente texto.
Especial
Blog pretende ampliar conhecimento sobre albinismo
A iniciativa veio de um professor de inglês e literatura que vendo a falta de divulgação da mídia, resolve montar seu blog para unir as pessoas albinas e diminuir o preconceito
quarta-feira, 15 de julho de 2009 10:23:07
Blog pretende ampliar conhecimento sobre albinismo
A iniciativa veio de um professor de inglês e literatura que vendo a falta de divulgação da mídia, resolve montar seu blog para unir as pessoas albinas e diminuir o preconceito
quarta-feira, 15 de julho de 2009 10:23:07
BRUNA NASSER
O albinismo, como muitos se equivocam, não é considerada uma doença e, sim, uma condição genética onde existe um defeito na produção de melanina (composto protéico responsável, principalmente, pela pigmentação e proteção da pele contra os raios solares).
Mesmo se encontrando em uma situação especial, os albinos não recebem a atenção merecida por parte da mídia, são, na maioria das vezes, esquecidos, enquanto o preconceito se mantém inalterado e sempre presente.
Foi pensando sob essa perspectiva que o professor de inglês e literatura, Roberto Bíscaro, resolveu criar o blog “Albino Incoerente”, com o objetivo de conferir maior visibilidade às pessoas com albinismo, visto que o próprio professor também é albino.
“A idéia surgiu do fato de praticamente não haver canal de divulgação de informações sobre albinismo e de experiências de albinos no Brasil. Há algumas comunidades no Orkut, mas as discussões não são sistematizadas ou mesmo contínuas. Assim, existia um vazio quando se procurava por fatos e histórias sobre albinismo na rede, em português”, conta Bíscaro.
O blog conta com a reunião do máximo de informações possível a respeito do assunto que auxiliam para a compreensão da real situação vivida pelos albinos. Há também uma campanha de incentivo para que as pessoas com albinismo dividam sua história com todos os internautas.
“Outro motivo para a criação do blog foi a má representação na mídia que os albinos enfrentam de modo geral. É muito comum em filmes, por exemplo, sermos os vilões ou representados distorcidamente como pessoas sobrenaturais ou mágicas. Não somos. Somos apenas pessoas sem pigmentação”, completa Bíscaro.
Participação no blog
Com o número cada vez mais elevado de blogs e páginas pessoais que vem surgindo, fica difícil que um blog específico consiga o reconhecimento merecido. No entanto a história com o “Albino Incoerente” é outra.
“A participação tem sido excelente. Recebo mensagens constantes de apoio e também de pessoas desenvolvendo trabalhos acadêmicos sobre o tema que encontram no blog uma fonte farta de informação reunida em um só local. Já recebi mensagem de uma mulher que adotou duas meninas albinas e me escreveu parabenizando pelo canal de informações”, confessa Roberto Bíscaro.
Para quem possa pensar que o blog é direcionado somente para pessoas albinas vale lembrar que as coisas não são bem assim. O blog contém matérias jornalísticas a respeito da situação dos albinos ao redor do mundo, servindo de base para toda a sociedade que deve (e precisa!) se tornar menos preconceituosa.
“Coloco links comentados, perfis de albinos que se destacam em diversas áreas, experiências pessoais, comentários a respeito de filmes e séries que vejo. Essa parte mais pessoal dos filmes e séries tem a função de tornar o blog mais agradável a um número maior de pessoas, mas também cumpre o papel de mostrar que pensamos, vemos TV, gostamos e não gostamos de coisas, como qualquer outra pessoa”, diz.
Vídeos no You Tube
A Internet não tem limites e o blog foi apenas o início do processo. Há pouco tempo, o professor resolveu ampliar ainda mais o assunto e disponibilizou na rede, no maior e mais conhecido site de vídeos do mundo, o canal do Albino Incoerente.
“Conheço uns dois vídeos que estão no You Tube, feitos por garotas albinas, mas estão em inglês. Não havia absolutamente nada em nossa língua. Decidi dividir o assunto em quatro temas (definição, mitos, dificuldades/preconceito e reivindicações), elaborei um pequeno roteiro do que dizer, pedi emprestada a câmera digital de uma sobrinha, aprendi a manuseá-la e falei sobre cada tema como se estivesse dando uma aula. Uma aula descontraída, claro!”, afirma Bíscaro.
A visibilidade dos vídeos vem sendo considerável. Bíscaro conta que há vídeos que ultrapassaram a casa das 850 exibições. “Costumo brincar que, considerando-se que não faço micagens ou mostro as partes íntimas e também não falo um amontoado de bobagens, considero a audiência dos vídeos um sucesso!”, brinca.
Para os que se interessaram em prestigiar esse interessante trabalho, segue abaixo os links para os vídeos e também para o blog “Albino Incoerente”:
Blog Albino Incoerente: http://albinoincoerente.blogspot.com
Albinismo – Definição: http://www.youtube.com/watch?v=rMHXGrY5Wjg
Albinismo – Mitos: http://www.youtube.com/watch?v=7DGiPu-t1ck
Albinismo - Dificuldades e preconceito: http://www.youtube.com/watch?v=79sUFJgJLe0
Albinismo - Reivindicações: http://www.youtube.com/watch?v=GmqPHCOmCI0
Os preconceitos ainda são muitos
Que a sociedade é muito preconceituosa com tudo aquilo que saia do “normal”, ninguém pode negar. E com o albinismo não é diferente. Mesmo sendo raro encontrar pessoas albinas, elas ainda existem e sobrem muito com a falta de informação e preconceitos das pessoas.
“A exclusão social é um grande problema entre a população albina. A falta de informação e familiaridade também faz com que muita gente nos insulte na rua, com toda sorte de apelidos como “vovô”, “rato branco”, “Branca de Neve”. Isso causa efeitos devastadores na auto-estima, especialmente nos anos de formação da personalidade”, confessa Bíscaro.
A imposição de padrões de beleza também faz com que todo e qualquer tipo de diferença seja discriminada. Aqueles que se encontram a parte desses padrões acabam sofrendo conseqüências consideráveis.
“É bastante complicado ser uma pessoa albina na atualidade, porque existe um determinado tipo de aparência-padrão que é muito valorizada e nós não temos essa aparência. Imagine ser desprovido de pigmentação em um país que valoriza tanto a pele bronzeada, por exemplo. Também há o fato de os ambientes urbanos serem projetados basicamente para pessoas que enxergam e se locomovem bem”, acrescenta.
Com relação às expectativas para uma sociedade mais “moderna” e menos preconceituosa, o professor mantém sua auto-estima elevada, o pensamento positivo e a objetivo sempre traçado.
“Acredito que o caminho será longo e árduo porque ainda há muito que fazer, até porque os albinos são apenas mais um dentre os grupos excluídos. Entretanto, também acredito que devemos lutar visibilidade porque a familiarização com o diferente pode ajudar a diminuir o preconceito. O mais importante é não esmorecer e seguir lutando por uma sociedade mais justa, onde as diferenças sejam celebradas ao invés de punidas com o escárnio e a exclusão”, finaliza Bíscaro.
A partir de hoje, o site da UNIFOLHA passará a integrar nossa lista de links. Acho importante prestigiarmos esse pessoal jovem, com garra e vontade de fazer as coisas.
Parabéns..... Pela sua coragem.... Voçe é um vencedor.....
ResponderExcluirparabéns!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluireu sempre sonhei com um grupo de pessoas albinas unidas por um único objetivo q é a luta por uma sociedade mais justa e mais digna q possa nos receber e nos aceitar como somos e entender q aparência física é só um detalhe q o mais importante nessa vida é o amor.
olá, assistir sua entrevista no programa do JÔ achei super interessante, aprovo sua luta e dedicação ao favor dos albinos,pois tenho muitos amigos albinos // continue assim .. vlw
ResponderExcluirNossa!!!!vc e uma simpatia!!!!
ResponderExcluirBoa tarde professor, fiquei feliz em te ver, estou vendo seu blog sempre que posso. Robert nossa apresentação da monografia será na próxia sexta feira dia 17/12/2010 das 1900às2100 hs compareça por favor, pois você fêz parte da nossa formação, desde já agradecemos,
ResponderExcluirValdir Martins, Uniesp de Birigui