sexta-feira, 24 de julho de 2009

UMA FAMÍLIA EM PRETO E BRANCO

Uma família em preto e branco
As dificuldades de uma menina albina filha de negros

Aos dois anos, Luana da Silva Cruz percebeu que não era como seus irmãos e que não tinha a mesma cor de seus pais. Não conseguia entender por que sua família era negra e apenas ela era branca. “Quando eu nasci, minha mãe disse que meu pai não acreditava que eu era filha dele. Ele não sabia que esse problema existia. Eu fiquei muito confusa.”
Hoje, aos 19 anos, Luana fala abertamente sobre o albinismo e entende
porque nasceu assim. Apesar de ter tido uma tia que lhe explicou sobre a doença, Luana teve dificuldades para compreendê-la. “No começo eu ficava muito triste. Hoje fico menos, mas mesmo assim não gosto muito por que todo mundo pode ir à praia e eu não. Tenho sempre que ficar mais em casa.”
Luana não pode ficar ao sol e precisa usar protetor solar todos os dias. Para freqüentar a piscina, ela não pode ser exposta à luz durante muito tempo, por que sua pele começa a ficar vermelha rapidamente, além da dificuldade visual, pois o reflexo do sol a impede de enxergar direito.
Quando completou quatro anos, Luana entrou para a escola do Instituto Benjamin Constant e começou a freqüentar palestras para entender mais sobre o assunto. Segundo ela, a escola oferecia um trabalho de conscientização da doença. “Toda semana a gente conversava com os professores, que explicavam como seria cada fase de nossa vida e as possíveis dificuldades que enfrentaríamos.”
No entanto, Luana já sabia bem o que era enfrentar dificuldades. Logo que nasceu, seu pai faleceu e a menina foi rejeitada pela mãe, que a deu para uma vizinha criar. Porém, ao observar que Luana não estava sendo bem tratada, a avó decidiu tomar conta de sua neta como se fosse sua filha. A partir de então, as duas começaram a viver juntas e a passar por situações constrangedoras devido à falta de informação das pessoas em relação ao albinismo.
Luana afirma já ter sofrido preconceitos por causa da doença. “Um dia eu estava no banco com minha avó e uma mulher perguntou o que eu era. Eu respondi dizendo que eu era uma menina. E a mulher falou que eu parecia uma extraterrestre. Fiquei muito triste e comecei a chorar. Saí correndo, mas devido ao reflexo do sol em meu olho, não vi o vidro da porta e bati com toda a força. Chorei mais ainda. A partir daí, comecei a ter preconceito comigo mesma.”
Apesar de todas as dificuldades, Luana tem noção de que o albinismo é um problema que pode ser resolvido com carinho e com o cuidado dos pais. Para ela, desde o momento em que a mãe cuida da criança e a faz entender o que ela tem, não há mais problemas. “Eu ainda não sei o que quero ser quando ficar mais velha. Só sei que independente do que a gente vai ser,
temos que levantar a cabeça e sermos nós mesmos. Não é por que somos albinos que vamos ficar tristes ou chorar. Temos que mostrar para o mundo que nós também somos gente.”

(Encontrado em http://puc-riodigital.com.puc-rio.br/media/5%20-%20its%20black,%20its%20white,%20its%20michael.pdf)


Um comentário:

  1. Nosso Brasil não sabe lidar com as diversidades!!!
    História da Sol!
    Me inscrevi no vestibular da (UFCG) Universidade Federal de Campina Grande, em 2008 e pedi uma prova ampliada, realmente me trouxeram literalmente uma prova ampliada, do tamanho de um jornal mas as letras não foram amplas!
    Nos dias 05 e 06 de dezembro de 2009, fiz o ENEM, Exame Nacional do Ensino Médio e pedi o mesmo, essa veio maravilhosa,as letras execelentes,
    porém o cartão resposta, que terrível, veio em miniatura, parece que não precisa ser também ampliado!
    Quando é que vão falar nossa lingua?
    Será que não entendem ou não querem entender nosso apelo?
    Que país é esse?

    http://www.youtube.com/watch?v=EHe1t-vZAOs

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