Tramita na Assembléia Legislativa paulista o Projeto de Lei 683/2009, de autoria do deputado Carlos Giannazi (PSOL). O Projeto prevê a distribuição de protetor solar e óculos gratuitamente para albinos residentes no estado.
Dia 16 de outubro ocorrerá uma audiência pública na Assembléia Legislativa em São Paulo, a fim de discutir o assunto> A idéia é mostrar à comunidade a importância que a aprovação do projeto terá para as pessoas com albinismo, até agora invisíveis aos olhos do poder público no que tange às suas necessidades específicas.
Recentemente, a imprensa destacou o caso das crianças albinas de Olinda, que não possuem condições de adquirir protetor solar e dependem da caridade alheia. A aprovação do Projeto de Lei paulista significará o primeiro passo para que albinos de todo o Brasil não precisem mais depender de ajuda externa e passem a contar com protetor solar continuamente. Trata-se de uma iniciativa que atenderá às pessoas com albinismo coletivamente e à longo prazo.
O evento na Assembléia Legislativa de São Paulo (ALESP) consistirá de mesa redonda composta pelo deputado Carlos Giannazi; pelo professor aposentado da USP, Dr. José Carlos Sebe Bom Meihy, historiador envolvido em importantes trabalhos com grupos minoritários; pela estudante de Educação Física Andreza Cavalli, albina que tem uma comunidade sobre albinismo no Orkut e desenvolve contínuo trabalho de aproximação entre albinos online; e, por mim, que com a criação do blog, tenho despertado alguma atenção para a necessidade de se estabelecerem políticas púbicas de saúde para albinos.
A audiência púbica contará com cobertura do canal de TV da ALESP e certamente trará visibilidade e esclarecimentos à comunidade a respeito da situação de muitos albinos brasileiros.
É vital que as pessoas com albinismo, seus familiares e amigos e demais interessados no assunto compareçam à ALESP na noite de 16 de outubro. Nossa mobilização, e de nossos aliados, é extremamente importante para sensibilizar a comunidade em geral sobre a relevância do projeto de lei.
Abaixo, os dados sobre o evento.
Audiência Pública: A Luta pela Inclusão dos Albinos na Sociedade.
Data: 16 de outubro.
Horário: 19:00
Local: Assembléia Legislativa de São Paulo – Sala José Bonifácio.
Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, 201 (em frente ao Parque do Ibirapuera), no Palácio Nove de Julho.
Agradeço aos que puderem comparecer e também peço a gentileza de me ajudarem na divulgação como puderem.
(Abaixo, vídeo com imagens do Parque do Ibirapuera, em frente à ÀLESP. Se o projeto de lei do protetor solar for aprovado, albinos poderão desfrutar melhor dessa linda área da cidade de São Paulo.)
domingo, 4 de outubro de 2009
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Caro amigo
ResponderExcluirFoi um prazer visitar o seu blog.
Deixo aqui a minha contribuição.
Abraços,
Lu Dias BH (almacarioca.net)
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O ALBINISMO E A FEITIÇARIA
É lamentável saber que nem todos os que vivem no século XXI, usufruem da tecnologia e da modernidade que ele oferece.
Embora muitos imaginem que o mundo seja hoje uma aldeia globalizada, as coisas não são bem assim. Muitos povos ainda vivem num estado de primitivismo inconcebível, para os nossos tempos.
O preconceito, filho das intolerâncias prévias, foi sempre uma nódoa na história de nossa civilização. E, mais cruel ele se torna, quando se alia às superstições, justificando os mais bizarros e hediondos comportamentos.
Dentre as crueldades, que ainda perduram na história da humanidade, podemos citar a situação dos albinos (saruê) na Tanzânia e no Burundi/ África Ocidental.
Ali, reza uma cruel superstição, que os albinos devem ser mortos, o corpo retalhado e, posteriormente, suas partes vendidas a feiticeiros, para que possam fazer suas bruxarias, pois aqueles seres, de pele quase transparente, possuem poderes sobrenaturais.
O albinismo caracteriza-se por uma deficiência na produção de melanina, pigmento responsável pela cor da pele, cabelos e olhos e que protege o corpo da radiação dos raios ultravioletas. Em suma, trata-se de uma alteração genética que pode ser transmitida aos descendentes.
As pessoas vitimadas pelo albinismo possuem cabelos finos, olhos sensíveis à luz e uma pele extremamente pálida e frágil, propensa ao câncer.
Tais indivíduos, apesar de sua aparente fragilidade e dos cuidados que lhes devem ser dispensados, levam uma vida normal, quando vivem num país civilizado.
No entanto, nos países citados acima, os albinos são caçados como animais valiosos, em virtude de uma cruenta superstição.
As partes mais valorizadas do corpo dessas pessoas são dedos, língua, braços, pernas e genitais, que chegam a alcançar um bom valor no comércio voltado para a feitiçaria.
A situação torna-se ainda mais macabra, em países, como a Tanzânia e o Burundi, que se situam entre os primeiros na escala de miserabilidade, no mundo.
O comércio é tão lucrativo e a situação é tão bizarra que a Tanzânia chega a importar, às escondidas, partes do corpo, embora o país tenha uma incidência de albinismo tão grande que chega a cinco vezes mais que a média mundial.
A crença na superstição de que os albinos são seres sobrenaturais é tão forte ali, que os pescadores daqueles países, ao tecerem suas redes, agregam a elas fios de cabelos de pessoas albinas, para trazerem sorte à pescaria. Os mineiros usam no pescoço amuletos feitos com os ossos moídos, enquanto o sangue de um albino, bebido ainda quente, traz sorte em dobro. Se o sangue for de uma criança, ele tem mais valor ainda, uma vez que intensifica o poder do feitiço, em função de sua pureza infantil.
A matança de albinos é um tipo de crime muito comum nesses países, sendo que, somente na Tanzânia, de 2006 para cá, já foram mortos cerca de 75 portadores de albinismo.
A África, embora tida como o berço do nascimento da humanidade, é o continente mais pobre de nosso planeta. Aliada à miséria que ali grassa, a ignorância não poderia ficar distante, ambas, irmãs siamesas.
A ignorância e a miséria são responsáveis, no continente africano, por tradições brutais e impensáveis para nós, que temos acesso ao conhecimento.
A título de exemplo podemos citar a mutilação genital das meninas no Quênia e o assassinato, através de tortura, pelas próprias famílias, de crianças acusadas de estarem endemoninhadas, na África Austral.
Peter Ash, um albino canadense, criou uma ONG (Under the Same Sun), cujo objetivo é obrigar o governo da Tanzânia a impedir o tráfico de carne humana, no caso, a dos albinos. Mas, até agora os seus esforços têm sido em vão.
Enquanto isso, ele espera que os olhos do mundo civilizado voltem para as vítimas do albinismo, na África, de modo a salvar a vida dessas pessoas inocentes e indefesas.
Fonte de pesquisa: Revista Veja, 30/setembro/2009
Caro Professor
ResponderExcluirAgradeço a exposição do meu texto.
Faço votos de que este seu blog expanda-se por todo o país.
É um trabalho de suma importância.
Aproveito para denunciar a situação dos índios Maxakalis (Minas Gerais), em cuja aldeia há muitos casos de albismo.
O mais triste é que a aldeia fica numa região de sol forte, durante todo o ano e eles não possuem nenhuma proteção.
Vivem com a pele em chagas vivas.
Peço ao blog que me ajude a denunciar tal situação, que deve ser a mesma em outras aldeias.
Repasso-lhe o endereço para contato com blogs muito importantes na Região Norte, deixe lá o endereço do seu:
www.alcineia.com
bichoderodonia.com
100grana.wordpress.com
E o nosso:
www.almacarioca.net
Abraços
Lu Dias BH