quinta-feira, 29 de outubro de 2009

POEMA

Dia 06 de outubro, publiquei o texto Albinismo e Feitiçaria, da Lu Dias, de Belo Horizonte. Na ocasião, ela me comentou a respeito das péssimas condições em que vivem os curumins albinos da comunidade Maxakali.

Lu escreveu poema sobre a comunidade e gentilmente me enviou pra publicação. Obrigado, Lu.

OS ÍNDIOS MAXAKALI
Lu Dias BH (
www.almacarioca.net)

O corpinho move nu, em chagas
ulcerado pelo sol escaldante,
ali no vai e vem de cabanas,
espalhadas à deriva, na taba
dos miseráveis índios Maxakali.
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Os moleques de tenra idade, já
com o sorriso apodrecido, e as
gengivas cuspindo sangue, não
têm a candura da infância, ou a
traquinice dos guris na puberdade.
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Os jovens homens da aldeia
movem como sonâmbulos,
carcomidos pela tuberculose e
sob a voracidade do vício/bacilo:
álcool e doença que os consomem.
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As jovens/velhas índias mirradas
com os bebezinhos às costas,
já perderam a beleza morena,
de nossas Iracemas cantadas,
tanto em versos quanto em prosa.
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Os anciãos nas rotas esteiras,
espalhadas por fétidas choças,
velados por cãezinhos sarnentos,
desamparados aguardam a hora,
em que irão adubar a terra morta.
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A contornar o horizonte da tribo
belas montanhas serpenteiam,
azuladas, faceiras e risonhas;
não sei se brincam entre si
ou apenas debocham da sina
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dos ÍNDIOS MAXAKALI.


(Em homenagem aos muitos fãs da Legião Urbana, aqui vai Índios.)

Um comentário:

  1. Amigo

    Em primeiro lugar quero lhe dar os parabéns por este seu blog tão especial.
    Imagino que seja o único no universo virtual.
    São pessoas como você que fazem a diferença.

    Agradeço-lhe a publicação de meu poema.

    Realmente, a situação dos índios Maxakali vitimados pelo albinismo é muito cruel, pois o Vale do Mucuri é muito ensolarado.

    Não contam com nenhuma forma de ajuda dos governantes estadual e federal.

    É de doer o coração.

    Grande abraço!

    lu dias

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