segunda-feira, 30 de novembro de 2009

PRA PODER OLHAR A LUA...

BBC Brasil
Britânico volta a enxergar com uso de 'olho biônico' pioneiro


Um homem britânico que havia perdido a visão na juventude se tornou uma das primeiras pessoas do mundo a voltar a enxergar com o uso de um "olho biônico" desenvolvido nos Estados Unidos.
Peter Lane, de 51 anos, da cidade de Manchester, é uma das 32 pessoas que estão sendo submetidas uma experiência internacional com o equipamento.
Ele recebeu um implante de um receptor eletrônico, instalado dentro do globo ocular e ligado ao nervo óptico e a óculos especiais.
Uma câmera colocada nesses óculos capta a imagem e a envia a um processador portátil, que transforma a imagem em sinais eletrônicos enviados ao receptor. Este, por sua vez, envia impulsos até a retina e o nervo óptico, fazendo a pessoa finalmente enxergar.
'Pequenas palavras'
Lane, por enquanto, consegue apenas ler palavras pequenas em uma tela especial.
"É um começo", disse ele. "Os médicos vão me dar uma dessas telas para eu ler em casa, e espero um dia poder voltar a ler cartas sozinho."
"Além disso, quando saio, o equipamento me dá mais segurança e mais independência."
Lane começou a perder a visão por volta dos 20 anos por causa de uma retinite pigmentosa, uma doença degenerativa da retina com origem genética.
O "olho biônico" foi desenvolvido pela empresa americana Second Sight e está sendo testado por apenas 11 médicos de todo o mundo.
Os especialistas, no entanto, acreditam que inicialmente o aparelho será útil apenas para as pessoas vítimas da retinite pigmentosa.
Em março, outro paciente que ficou cego por causa de rinite pigmentosa, um britânico de 73 anos identificado apenas como Ron, disse ter começado a ver "flashes de luz" depois de ter sido submetido a um implante de um olho da Second Sight em um hospital em Londres.
"Durante 30 anos eu não vi nada. Tudo era preto. Mas agora a luz começa a aparecer. Poder ver a luz de novo é algo maravilhoso", disse Ron, que não revelou seu sobrenome, em entrevista à BBC.
"Eu posso ver a diferença entre as meias brancas, cinzas e pretas. E minha ambição agora é sair em uma noite de céu limpo e poder ver a lua", disse.

(Encontrado em http://www.bbc.co.uk/portuguese/lg/ciencia/2009/11/091127_olhobionicoml.shtml)
(Enquanto Peter Lane não consegue ver a lua, ouçamos a Melodia Sentimental, escrita por Vila Lobos e interpretada por Maria Bethania. "Acorda, vem ver a lua que dorme na noite escura...")


18 ANOS DO NEHO

O Núcleo de Estudos em História Oral (NEHO) comemora seus 18 aninhos. Para celebrar a ocasião, haverá uma jornada de estudos no dia 09 de dezembro.

O NEHO realiza pesquisas importantes, muitas, com grupos “esquecidos” pela área de Humanidades da comunidade acadêmica, como anões e hemofílicos. Isso sem contar os trabalhos com imigrantes, sem terra, índios e tantos outros.

Para nós que pertencemos a esses grupos, até agora relegados a notas de rodapé, a História Oral se apresenta como alternativa essencial para que tenhamos alguma voz e possamos contar nossas histórias e experiências ao mundo. Correndo o risco de levar bronca do Professor José Carlos Sebe, diretor do NEHO, ouso dizer que História Oral é uma forma de botar a boca no trombone. Com método, claro. Sabendo-se o quê dizer, com um objetivo. Não apenas um blá blá blá inconseqüente.

A idéia de abrir espaço no blog para que os albinos contem suas experiências surgiu devido ao contato que tive com o pessoal do NEHO durante o tempo em que fiz mestrado e doutorado na Universidade de São Paulo. Os resultados pessoais e coletivos que temos tido com cada história publicada aqui atesta a eficiência e importância do narrar. Ou vocês acham que haveria projeto de lei tramitando em São Paulo caso nós, albinos e nossos aliados, não tivéssemos feito barulho?

É por isso e muito mais, que tenho o prazer de transcrever abaixo a programação da jornada comemorativa dos 18 do NEHO.

Jornada “Neho, 18 anos”

Dia 9 de dezembro de 2009, quarta-feira, das 8h30 às 18h30
Anfiteatro de História - Prédio de Geografia e História, FFLCH
Universidade de São Paulo

O Núcleo de Estudos em História Oral, NEHO-USP, comemora o seu 18º aniversário e promove, no dia 9 de dezembro de 2009, uma jornada de atividades dirigida a todos os interessados em realizar estudos, pesquisas e discussões acerca da produção de conhecimento em história oral.

Inscrições

Os interessados devem enviar nome completo, e-mail e telefone para o endereço eletrônico
neho18anos@gmail.com , até o dia 7 de dezembro de 2009. Somente receberão certificados aqueles que enviarem seus dados e efetuarem o pagamento da taxa de inscrição (R$ 15,00 – direito a um exemplar da Oralidades: Revista de História Oral) no posto de credenciamento – que funcionará das 8h30 às 9h – no dia do evento. Vagas limitadas!

Programação

8h30 – 9h: Credenciamento e pagamento da taxa de inscrição
A taxa de inscrição (R$ 15,00) confere o direito a um exemplar da Oralidades: Revista de História Oral.

9h – 12h: Mini-curso “Introdução à história oral”
Ministrantes:
Juniele Rabêlo de Almeida (NEHO-USP)
Suzana Lopes Salgado Ribeiro (NEHO-USP)

12h – 14h: Intervalo para almoço

14h – 15h: Conferência – Ecléa Bosi (Instituto de Psicologia – USP)
“Historias de Vida: responsabilidades e desafios”
Componentes da mesa:
José Carlos Sebe Bom Meihy (NEHO-USP)
Zilda Márcia Grícoli Iokoi (LEI-USP)

15h – 17h30: Mesa redonda: “Neho, 18 anos”
Componentes da mesa:
Fabíola Holanda (NEHO-USP; UNIR-RO)
José Carlos Sebe Bom Meihy (NEHO-USP)
Dante Claramonte Gallian (UNIFESP)
Suzana Lopes Salgado Ribeiro (NEHO-USP)
Marta Raquel Colabone (SESC-SP)

17h30 – 18h30: Lançamento de publicações e entrega dos certificados

Local
Anfiteatro de História - Prédio de Geografia e História (FFLCH- USP)
Prédio de Geografia e História
Av. Lineu Prestes, 338
Cidade Universitária, São Paulo, SP

Comitê organizador
José Carlos Sebe Bom Meihy (diretor do NEHO-USP), Fabíola Holanda Barbosa, Juniele Rabêlo de Almeida, Marcel Diego Tonini, Maria Aparecida Blaz Vasques Amorim, Suzana Lopes Salgado Ribeiro, Vanessa Generoso Paes.

Realização
Núcleo de Estudos em História Oral – NEHO
Laboratório de Estudos da Intolerância - LEI
Departamento de História – FFLCH – USP
Programa de Pós-Graduação em História Social – USP
Universidade de São Paulo

MAIORES INFORMAÇÕES
Telefone: (11) 3091-3701, ramal 238
Site: http://www.fflch. usp.br/dh/neho
E-mail:
neho18anos@gmail.com

De presente pro pessoal do NEHO, Travessia, do Milton Nascimento. “Solto a voz nas estradas, já não quero parar....”

"...UM GOSTO DE FRAMBOESA..."

A postagem de hoje é sobre a framboesa dourada, uma frutinha albina. A reportagem abaixo foi extraída do jornal Estado de São Paulo. Bastante interessante. Eu não fazia ideia de que as framboesas douradas eram albinas. Nem sabia que exisitam de verdade; achava que era apenas o nome do "Oscar" pra filmes e atores ruins...
Apenas uma ressalva sobre a matéria: modernamente não se diz mais que alguém "sofre de" albinismo ou qualquer outra coisa. Basta usar o verbo "ter". Já tá de bom tamanho.. A pessoa tem diabete, tem albinismo etc.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Cacho de ouro acidental
No princípio as framboesas eram brancas. Aí, por um incidente entre os deuses, surgiram as vermelhas - e as púrpuras, e as negras... Ainda era pouco. Eis que brota então a framboesa dourada. O fato de ela virar troféu para filme ruim é outra história.

Cíntia Bertolino
Tudo começou com um desses acidentes naturais, do tipo que mesmo botânicos experientes têm dificuldade de explicar, mas são rápidos em reconhecer. De repente, no meio de uma florada de framboesas vermelhas, lá estava ela, uma framboesa dourada. A primeira reação foi achar que a "intrusa" estava estragada, que, por não ter a característica pigmentação rubra, não servia para consumo.
Não é de admirar conclusão tão precipitada, afinal, entre as mais de 300 variedades de framboesa - uma frutinha vermelha natural da Europa, América do Norte e Ásia -, a esmagadora maioria pertence a uma paleta de cores fortes, que vai do vermelho vivo até o negro, passando pelo púrpura.
Separada das outras framboesas, notou-se que a frutinha dourada tinha sabor e personalidade particulares. Ela era apenas fruto de uma mutação genética natural: sofria de albinismo. Até aqui, nada dramático, ou melhor, a caçula da família provou ter brilho próprio. "A framboesa dourada tem pouco mais de 80 anos. É mais delicada e só começou a ser cultivada comercialmente nos Estados Unidos há 30 anos", diz o engenheiro agrônomo Rodrigo Veraldi Ismael, que cuida da plantação da fazenda Baronesa Von Leithner (Av. Alto da Boa Vista, 3025, 12/3662-1121), em Campos do Jordão (interior de SP). Rodrigo também produz a fruta em seu sítio, o Frutopia (12/ 9745-9897) e avisa que em 15 dias elas devem chegar ao Mercado Municipal de São Paulo.

A fruta dourada é sutil, mais doce e menos ácida que seus pares vermelhos e negros. Na boca, é quase cremosa. E o amarelo radiante talvez ajude a provocar a sensação de que se tem algo bastante incomum entre os lábios. Privilégio é poder prová-la diretamente do pé, já que é frágil - ponto em comum com o restante da família Rosacea, especialmente as Rubus idaeus, nome botânico das framboesas. Provar do pé foi o que fez a reportagem do Paladar na Fazenda Baronesa Von Leithner, uma das primeiras a produzir a framboesa dourada no País.
Na encosta de uma montanha com vista para a Pedra do Baú, esparrama-se uma plantação ainda pequena. As frutas são colhidas uma a uma, manualmente. Por enquanto a maior parte da produção vai se destinar ao consumo interno e logo vai começar a aparecer em sucos, geleias e doces produzidos na fazenda e servidos em seu café e restaurante. A ideia, porém, é aumentar a produção no ano que vem. Ao lado, fizemos um raio-x da framboesa dourada, um desses felizes e deliciosos acidentes da natureza.

No vermelho-vivo, o sangue da ninfa
Um dia, Zeus estava tão destemperado que seus gritos reverberavam furiosamente pelas montanhas de Creta. Assustada, a ninfa Ida resolveu ir ao monte mais alto da ilha colher framboesas para acalmar a pequena fera. Na pressa, acabou arranhando o seio nos espinhos do arbusto e seu sangue respingou nas frutas, tingindo-as permanentemente de vermelho-vivo.
Segundo Alan Davidson, em Oxford Companion to Food, os gregos antigos partiram dessa bela lenda mitológica para explicar por que as framboesas são vermelhas - embora hoje elas existam numa gama de cores que vão das claras às bem escuras. O Monte Ida, em Creta, onde teriam surgido as primeiras framboesas, foi batizado em homenagem à ninfa Ida, que também inspirou o nome científico da fruta da família das rosáceas, Rubus idaeus.

Um oscar que ninguém deseja ganhar
O cinéfilo americano John Wilson só descobriu que framboesa dourada era algo de comer quando foi registrar o nome de seu prêmio, o Golden Raspberry.
Desde 1981, a framboesa de ouro de Wilson "premia" os piores filmes, atores e atrizes do ano.
"Não sabia que existia uma coisa na natureza chamada framboesa dourada. A palavra raspberry (framboesa) também tem um som que é uma onomatopeia insultuosa, algo usado para tirar um impiedoso sarro de alguém", disse Wilson ao Paladar, por telefone.
O prêmio foi criado por brincadeira. "Assistia às cerimônias do Oscar e sempre esperava que aquilo melhorasse. Como não aconteceu, resolvi fazer algo a respeito para ‘honrar’ aquele monte de filmes ruins lançados anualmente", diz.
Mas, e quanto à fruta? "Já provei e comprei para servir aos membros de nossa ‘academia’. Não sei se é influência do prêmio, mas prefiro a vermelha." Para votar nos piores filmes do ano entre em:
http://www.razzies.com/.
Geleia dourada
ingredientes
500g de framboesa dourada350g de açúcar1 maçã pequena, sem casca ecortada em cubinhos
preparo
Ponha todos os ingredientes em uma panela grande. Leve ao fogo bem baixo. Durante todo o processo de cocção, não deixe de mexer. Quando a mistura atingir ponto de fio, desligue o fogo. A consistência será meio líquida. Ainda quente, transfira a geleia para um vidro esterilizado com tampa. Ela estará pronta para consumo após esfriar completamente em temperatura ambiente. Conserve na geladeira.

(Encontrado em http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos+paladar,cacho-de-ouro-acidental,3438,0.shtm)
(Uma vez que o assunto é framboesa, ouçamos Canteiros, do Fagner. "Eu só queria ter no mato um gosto de framboesa...")

domingo, 29 de novembro de 2009

A BÍBLIA DIZ

Pra terminar o domingo, decidi assistir a um documentário norte-americano, que provou ser muito interessante. For The Bible Tells Me So aborda tema muito controverso: as passagens bíblicas que supostamente condenam a homossexualidade e o efeito provocado em famílias muito religiosas que tiveram que lidar com a homossexualidade de um de seus filhos. O resultado é tocante e bastante esclarecedor, pelo menos leva a gente a pensar.

Muitos religiosos usam a Bíblia pra condenar a homossexualidade, mas, propositalmente “esquecem” de citar diversas outras passagens que supostamente também proíbem coisas que a maioria dos que condenam também faz, como comer carne de porco. Há também as práticas que estão na Bíblia, mas que caíram em desuso como a permissão ao pai de vender sua filha, por exemplo. Se está na Bíblia, então não seria errado fazer ainda isso hoje. Uma das questões levantadas é: quem e por que se decide que determinadas coisas são abominações e outras não.

Como albino, essa questão me interessa de perto, posto que na Tanzânia os assassinatos de albinos têm justificação religiosa. O mundo todo critica a Tanzânia por ser “primitiva” e o escambau, mas tem muito cristão por aí que incentiva a perseguição a gays também por motivos religiosos. Se eu não tenho culpa de ter nascido albino e não devo ser caçado por isso, por que os gays poderiam?

Através de entrevistas com os pais e seus filhos gays, For The Bible Tells Me So apresenta a mãe que apenas aceitou a filha lésbica após a moça ter se suicidado. Só então, a mulher compreendeu que a mensagem da Bíblia e do cristianismo é o amor e não o ódio. Há os pais negros que aceitam a filha, mas continuam desaprovando sua homossexualidade. Pelo menos, compreendem que a filha não merece ser ostracizada por sua orientação sexual. Há os pais que ao saberem e compreenderem a homossexualidade do filho se tornaram ativistas pró-gay justamente insistindo na idéia de que homossexualidade e família não são incompatíveis. Há os pais cujo filho tornou-se o primeiro bispo homossexual da Igreja Episcopal norte-americana. Há o famoso político que, ao invés de esconder o lesbianismo da filha, convidou-a pra ajudá-lo em sua campanha presidencial.

As entrevistas são entremeadas por religiosos pró e contra homossexualidade discorrendo acerca da validade ou não de se interpretar a Bíblia literalmente. Os que não aceitam uma interpretação literal justificam o ponto de vista dizendo que o texto deve ser entendido dentro do contexto sócio-cultural em que foi produzido.

Além disso, há trechos de programas de TV, documentários e talk shows. Tudo muito dinâmico. O documentário jamais cai na monotonia e mostra exemplos positivos de pessoas que não tiveram que abandonar sua fé. Pelo contrário, o contato tão próximo com o Outro fez com que sua religiosidade aumentasse, uma vez que descobriram de verdade o significado do amor ao próximo.

Quem entende inglês pode ver o documentário no You Tube. Eis o link pra primeira das 9 partes

RÉPLICA FORÇADA

Pra melhor desfrutar desta postagem, sugiro a leitura do post RISADA FORÇADA
A postagem sobre as piadas a respeito dos assassinatos de albinos na Tanzânia, publicadas no site Risada Forçada, provocou polêmica. Leitores albinos e não-albinos deixaram comentários aqui e no referido site, expressando seus pontos de vista acerca do assunto. Òtima prática democrática, afinal, devemos incentivar a liberdade de expressão, não?

O pessoal que gere o Risada Forçada se pronunciou a respeito da polêmica em réplica postada na última segunda-feira. Como este blog acredita no direito de resposta, abaixo publico o trecho mais significativo da justificativa dos humoristas.

(...)
Em resumo, os albinos não gostaram de nosso humor negro [A Praça é Nossa mode/].Em virtude de tamanho infortúnio, não temos outra escolha a não ser declarar publicamente que:
1:: O Risada Forçada não tem absolutamente nada contra gays. Inclusive, Mauri, um de nossos leitores assíduos, é omoçeqiççual. Mas isso não nos impede que, vez ou outra, façamos piadinha com esse tema.
2:: O Risada Forçada não acredita que a cor do cabelo faça alguém mais burro ou inteligente, ou seja, não acreditamos realmente que toda loira é burra. Inclusive, Ylana, uma de nossas leitoras assíduas, é loira. Mas isto não impede que, vez ou outra, façamos piadinha com esse tema.
3:: O Risada Forçada não tem nada contra nordestinos. Não apenas isso, temos vários parceiros nordestinos. Mas isto, também, não nos impede que, vez ou outra, façamos piadinha com esse tema.
4:: O Risada Forçada não tem absolutamente nada contra negros, evangélicos, adeptos do candomblé e umbanda, católicos, espíritas, muçulmanos, gaúchos, idosos, deficientes físicos, deficientes mentais, pobres, indígenas, portadores do HIV, assexuados, skatistas, anões, portadores da síndrome de Down, socialistas, capitalistas, árabes, orientais, judeus, paraguaios, argentinos, cariocas, paulistas, portugueses, hare krishnas, pagodeiros, metaleiros, prostitutas, nem palhacinhos de festa ou vendedores de churros.
Julgar-nos preconceituosos é, por si só, uma atitude preconceituosa, afinal, é essa a essência do preconceito: tendo em vista uma única faceta de alguém, já se julga todo o resto.
5:: Trecho do comentário da leitora Madá, no Blog do Albino Incoerente"Muito fácil e, covarde, fazer piada da desgraça alheia. Há pessoas que não tem senso de ridículo e a isso pretensamente chamam de 'humor'. No fundo, eu entendo. É que fazer humor de qualidade, inteligente, dá trabalho, é difícil, exige talento. Um certo feeling prá coisa, sabe? Então tem gente estúpida, metida a engraçadinha e sem qualquer habilidade para fazer coisa alguma na vida, que pensa: ah! esse é um caminho fácil... É só dizer um monte de besteiras, as pessoas riem e se ganha dinheiro, pronto. Prova disso são a maioria dos novos humoristas brasileiros. O que se vê é um desfile interminável de ataques à sociedade, à diversidade, ao gênero, humor grosseiro, sem elegância, sem inteligência, humor que cheira a peixe podre(...)"
Quando a primeira pessoa contou uma piada de gago ou de bêbado, bem antes que Chico Anysio, Tom Cavalcante, Costinha ou Ary Toledo fizessem exatamente a mesma coisa, nascia então esse humor que 'tira sarro da desgraça alheia'. Veja só, então não é nada tão novo assim. O humor, desde sempre, se alimentou de maximizar esteriótipos das minorias.Fico feliz, Madá, que vosmecê ache que existam pessoas "sem qualquer habilidade para fazer coisa alguma na vida", ou seja, a grande humanitária defendendo a teoria de que algumas pessoas não servem para nada - bastante humanista isso, né pessoal!?
6:: Viemos por meio desta dizer que não acreditamos realmente que houvesse algo ofensivo em nossa postagem sobre o caso dos albinos. Muito pelo contrário, é uma notícia que tem saído em poucos meios de comunicação no Brasil e, através de nossa postagem, no mínimo cinco centenas de leitores devem ter ficado sabendo que algo assim acontece em tão africoso continente afro-africano que fica do outro lado do Atlântico - mesmo que tenha sido através do humor ácido.
Não vangloriamos o 'consumo' de albinos, e reconhecemos que isto é um problema sério.
Porém, como bem sabemos, brasileiro é um povo que ri da própria desgraça. Quantas vezes não presenciamos pobres fazendo piada sobre pobreza, por exemplo? E quantas outras um acidentado não tira sarro de sua própria condição? O fato de os autores do Risada Forçada não serem albinos nos transforma automaticamente em preconceituosos?
Os leitores do Blog do Albino Incoerente estão agindo como se o Risada Forçada deslegitimasse o direito à vida pelo qual lutam os albinos da Tanzânia, e isto não é verdade.É por tudo isso acima exposto que não vemos nesse blog acusador e em seus leitores outra atitude que não seja uma imensa falta de humor.
7:: Pra fechar com chave de latão recicrado, como poderíamos ter preconceito a albinos, se o próprio Risadinha, nosso mascote, é albino?
(...)
(A postagem completa pode ser encotrada em http://www.risadaforcada.net/2009/11/mais-uma-polemica-envonvendo-o-risada.html)

(Falar em réplica me deu vontade de escutar Replicantes. Surfista Calhorda. ELE NÃO SURFA NADA, ELE NÃO SURFA NADA!)

sábado, 28 de novembro de 2009

READER

Aparelho lê em voz alta para pessoas com deficiência visual
Faders

27/11/2009
O Reader foi criado para ajudar pessoas com dislexia, outras dificuldades de aprendizagem ou que tenham problemas de visão, como cegueira parcial ou total

A Intel anunciou nesta terça-feira (10) o Reader, um dispositivo móvel criado para ajudar pessoas com dislexia, outras dificuldades de aprendizagem ou que tenham problemas de visão, como cegueira parcial ou total, o que torna a leitura de palavras impressas difícil ou impossível.
Do tamanho de um livro, o Reader converte texto impresso em digital e depois o lê em voz alta para o usuário. O design do aparelho combina uma câmera de alta resolução com o poder do chip Atom, permitindo que os usuários escutem o texto impresso.
Grandes quantidades de texto, como um capitulo inteiro de um livro, poderão ser facilmente capturadas para leitura posterior quando o Reader for utilizado em conjunto com o Portable Capture Station.
Os usuários terão acesso confortável e flexível a uma variedade de materiais impressos, ajudando não apenas a aumentar a liberdade deles, mas também a melhorar a produtividade e a eficiência na escola, no trabalho ou em casa.
O conceito original do Reader foi criado por Ben Foss, um pesquisador da Intel identificado na escola elementar como um entre os 20% de pessoas de todo o país que apresentam sintomas de dislexia.
Ao longo de muitos anos, ele dependeu da ajuda dos outros ou de um duro processo para extrair as letras da página sozinho. Quando ele ficou adulto muito do conteúdo que desejava - dos materiais profissionais até leituras só por prazer - não estava disponível em áudio.
Só nos Estados Unidos existem 55 milhões de pessoas que podem ser ajudadas pelo Reader.
O aparelho vai ser lançado nos Estados Unidos. Para o Brasil ainda não há uma data de lançamento nem preço para o usuário final.
Fonte: Notícias R7

(Encontrado em http://saci.org.br/index.php?modulo=akemi&parametro=27421)

(Uma das delícias mais deliciosas dos Jackson Five: ABC.)


COBRA ALBINA LIMPA PARA-BRISA NA INGLATERRA



Cobra albina limpa para-brisa de van na Inglaterra
O réptil de 1,2 m saiu do capô de uma van e foi deslizar pelo vidro de um carro


Os dois engenheiros especializados em telefonia, James Denton and Morne Aspeling, estavam voltando do escritório em Jersey, na Inglaterra, quando começou a chover. Era uma garoa fria típica da cidade. De repente, ao acionar o para-brisa surgiu de dentro do capô, como num filme de terror, uma cobra de 1,2 m.
O réptil, ainda por cima, era albino. Denton, que estava dirigindo, contou ao jornal britânico Metro que conseguiu manter o controle e parar o carro.
- Nós dois não acreditamos, claro, quando vimos o bicho. Na verdade, só achamos que fosse mesmo real quando a cobra pôs a língua pra fora.
A dupla pediu ajuda para a polícia, que chamou oficiais ambientais para capturar o animal.
Como uma cobra de 1,2 m, e albina, vai parar dentro de um capô de carro no meio de uma cidadezinha britânica? Especialistas ouvidos pelo jornal explicam que ela pode ter entrado no carro na zona rural de Jersey, depois de sair de florestas próximas a fazendas de colheita de milho ou de um pasto – comuns naquela região – para fugir do frio.
O bichão pode ser de estimação – ele não é venenoso. Estão procurando pelo dono de gosto estranho para mascotes

(Encontrado em http://www.rederecord.com.br/)

(Já que estamos falando duma cobra branquinha, que tal relembrar o Whitesnake?)


sexta-feira, 27 de novembro de 2009

ALBINA INCLUÍDA

12 de Novembro de 2009 - 13:40
Inclusão de deficiente visual vira desafio de Escola em Fátima do Sul

Redação Fátima News
Há três anos a Escola Estadual Senador Filinto Müller atende alunos com deficiência visual – cegos e baixa-visão. Hoje estão freqüentando regularmente as aulas quatro alunos cegos e uma aluna baixa-visão.

Um dos primeiros alunos matriculado foi o senhor Getúlio Valentin Assunção que nunca havia freqüentado a escola e com 60 anos está alfabetizado. Apesar das dificuldades motoras consegue ler e escrever em Braille utiliza o sorobã para cálculos matemáticos e é um grande incentivador de seus colegas pela sua persistência e coragem. Estuda a 2ª fase da EJA

A Angélica Dionízio Rocha é aluna da escola desde 2003 iniciou com baixa-visão e hoje possui apenas resíduo de luminosidade. Já lê e escreve em Braille. Utiliza o programa de computador para cegos – Dosvox - com muita facilidade e autonomia. Estuda o 5º ano do Ensino Fundamental. É uma aluna dedicada e esforçada, recebe muito apoio da família.

A aluna Daniela Ledesmo foi uma das primeiras alunas a freqüentar a escola também nunca tinha freqüentado escola e hoje se sente realizada, pois fez novas amizades e está totalmente integrada e incluída no grupo. Estuda o 2º ano do Ensino Fundamental

A aluna Marina Rosa da Silva chegou depois. Já havia sido alfabetizada no Instituto dos Cegos de Campo Grande. Lê e escreve com muita desenvoltura o Braille. É muito crítica e simpática.

A aluna Irene Ramos tem baixa-visão como conseqüência do albinismo, e está cursando o 7º ano do Ensino Fundamental. É muito corajosa e perseverante, mãe de dois filhos – um deles estuda com ela e ajuda em sala de aula. Quer ser professora.

Além de freqüentarem o ensino regular os alunos recebem aulas na sala de recursos em outro turno, onde aperfeiçoam as técnicas do sistema Braille de escrita, aprendem sorobã e recebem instruções sobre como se orientar no espaço – Orientação e Mobilidade e AVD.

A escola recebeu uma Sala Multifuncional DV para atender esses e outros alunos que virão no ano de 2010.. São recursos de última geração para atender os alunos deficientes visuais e com isso facilitar seus estudos.

Com a reforma a escola será adaptada com piso tátil, rampas, e outros recursos de acessibilidade, tornando um ambiente adequado e facilitador para os deficientes visuais e outros.

Ser uma escola inclusiva é ser um espaço de todos e para todos. Espaço este em que devemos buscar atender e entender a diversidade humana.

Veja um pouco do trabalho desenvolvido na Escola Estadual Senador Filinto Muller clicando o link abaixo:
ESCOLA INCLUSIVA
(Encontrado em http://www.fatimanews.com.br/canais/noticias/?id=92288)
(Deu uma vontade de ouvir Fátima Guedes! Lembro-me de quando ela apareceu num dos Festivais da Globo, no início dos anos 80. Amo Fátima!!)

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

TANZÂNIA... DE NOVO!

Os assassinatos de albinos na Tanzânia continuam rendendo reportagens nos mais diferentes tipos de jornais, revistas e TVs ao redor do mundo. Este mês, saiu matéria no tablóide inglês The Sun.

Eu ouvi minha filha albina ter suas pernas decepadas
DAVID LOWE
13 Nov 2009
Acordando sobressaltada, Mary Mathias assistiu horrorizada a um estranho emergir da escuridão e encostar um machado na garganta de seu marido.
Implorando para que não o ferissem, os pensamentos da mãe de sete filhos rapidamente se voltaram para suas três vulneráveis filhas albinas, dormindo no quarto ao lado.

O barulho nauseante do outro lado da parede gelou seu sangue.
Há alguns anos, uma onda de assassinatos de albinos tem varrido a Tanzânia, devido a curandeiros que elaboram poções a partir de partes do corpo de pessoas com essa condição genética.

Depois que a gangue fugiu, os piores medos de Mary se confirmaram – ela encontrou sua amada filha Eunice, 14 anos, em uma poça de sangue. Ambas as pernas haviam sido decepadas.
Mary conta, “ Fui despertada por um barulho no meio da noite. Dois homens invadiram nosso quarto e colocaram um machado na garganta de meu marido. Eles disseram que o matariam se ele olhasse para eles e me fizeram deitar imóvel, em silêncio. Um barulho horrível vinha do quarto das crianças. Quando me levantei e fui para o quarto delas, vi que as pernas de minha filha haviam desaparecido. Percebi que ela estava morta e não conseguia parar de chorar.”

Em menos de um ano, 50 albinos na Tanzânia foram mortos, arrasando a imagem do país, projetada como um dos mais liberais e estáveis da África.

Condenações têm sido escassas, mas, no começo deste mês ativistas celebraram a sentença de pena de morte para quatro homens, acusados de matar Lyaku Willy, um albino de 50 anos de idade.
Foi a primeira vez que traficantes imundos de partes de corpos humanos tinham sido trazidos á justiça.
À medida que as autoridades apertam o cerco contra as quadrilhas, até mesmo membros da família têm sido descobertos, comerciando partes dos corpos de seus próprios filhos.
Assombrosamente, os policiais que investigam a morte de Eunice acreditam que seu assassinato se enquadre nessa categoria.
Soluçando, Mary diz: “Meu marido foi preso acusado pelo assassinato de nossa filha e está na cadeia até hoje.” .
Como era de se esperar, as outras filhas albinas de Mary estão severamente traumatizadas pelo assassinato de sua irmã e vivem com medo de serem as próximas.
Shida, de 13 anos, diz: “As pessoas nos evitam e nos dizem para ficarmos afastadas. Elas riem e cospem na gente. Ouvi o som de um machado cortando minha irmã. Eles me disseram que me matariam se eu olhasse para eles. A última coisa que ouvi minha irmã dizer foi ‘Deus, me ajude, estou morrendo. Quero sair daqui antes que soframos alguma emboscada pelos matadores de albinos. Não só queremos vidas normais, como todo mundo. ”
Albinos herdam genes alterados, o que significa que não produzem a quantidade usual de pigmento, a melanina.
No Reino Unido, uma em cada 17.000 nasce com essa condição, ao passo que na Tanzânia a cifra está entre as mais altas do mundo: uma pessoa em cada 1.400.
Embora os albinos lá sempre tenham sofrido discriminação, rumores recentes a respeito de suas propriedades mágicas, fizeram com que tenham que lutar por suas vidas.
A demanda por partes de corpos de albinos vem de vários setores, incluindo garimpeiros, à procura de ouro e pedras preciosas, e pescadores, que crêem que atar as leitosas partes do corpo de um albino a suas redes trará mais peixes.
Não é incomum que um braço ou uma perna chegue a custar 2.500 libras.
Mary relata: “Minha primeira filha albina, Semeni, nasceu em 1991. As pessoas riam de mim e faziam gozação com o bebê. Os aldeões temiam que ela traria má sorte a todos, mas, uma criança é uma dádiva de Deus. A razão pela qual Eunice está embaixo da terra é nada mais do que homens maus à procura de riqueza. Espero que a alma dela tenha ido ao Céu. Ninguém da aldeia nos ajuda ou protege. Todos meus parentes me abandonaram porque eles não aprovam minhas filhas albinas. Quando eu saio com elas, as pessoas nos olham de cima abaixo. Isso me deixa furiosa – elas são seres humanos e não cães. Minhas filhas vivem apavoradas. Toda noite, preparo a comida delas, mas elas não conseguem comer. Elas dizem que a noite chegou e irão morrer.”
O corpo mutilado de Eunice foi enterrado em segredo, em uma sepultura sem nome.
O conselho da cidade também teve a precaução de envolver o caixão em concreto para desencorajar ladrões de sepultura.
Ao lado da cova da filha, Mary não consegue conter o choro.
Ela diz: “Eunice era uma boa grota. É terrível estar ao lado de sua cova. Eu gostaria que fosse bonita como as outras. É triste vê-la assim, envolta em concreto cinza.”
Os assassinatos de albinos, que começaram na Tanzânia, já se espalharam para os vizinhos Burundi e Congo, onde pelo menos 12 vítimas foram massacradas e tiveram partes de seus corpos roubadas.
Devido ao defeito genético que afeta a pigmentação da pele, albinos sofrem taxas anormalmente altas de câncer de pele e possuem olhos ultra-sensíveis.
Isso os torna ainda mais vulneráveis a ataques, além de tornar escrita e leitura extremamente difíceis.
Shida diz: “É difícil abrir meus olhos durante o dia. Sinto como se estivesse pegando fogo, quando estou do lado de fora. O sol queima meus braços inteiros. Eu adoraria ir á escola e aprender. Eu gostaria de saber ler, mas não sei.”
Diversas instituições de caridade estão trabalhando para melhorar as condições do 270.000 albinos tanzanianos.
Entre elas, a Sociedade dos Albinos da Tanzânia, criada para combater o alastramento das crenças dos feiticeiros no vasto país de 40 milhoes de habitantes.
Parte da verba do grupo vem da organização britânica Action On Disability and Development.
Under The Same Sun é uma instituição local que luta pelos direitos dos albins e apóia a escola primária Mtindo.
Aqui, 100 crianças albinas são educadas com segurança atrás de altas cercas de arame farpado, sob os atentos olhos do professor Samuel Mluge.
Samuel conta: “Ser albino na Tanzânia traz muitos problemas. Pessoas com albinismo não têm empregos. Outroa não crêem que possam crescer e fazer algo produtivo.”
O professor Murray Brilliant, da Universidade do Arizona, é um dos maiores especialistas do mundo em albinismo.
Sensibilizado pela história de Shida e Semeni, ele recentemente viajou até Mwanza a fim de tentar garantir a segurança das garotas.
Ele diz:”É realmente um conceito estranho esse de caçar e matar pessoas baseado na cor da pele. É importante que se mude a percepção a respeito das pessoas com albinismo aqui, porque trata-se de seres humanos. As pobres crianças estão sujeitas a horríveis queimaduras solares e ao câncer de pele. A luz é tão brilhante que elas têm que franzir os olhos. Cai a escuridão e elas não sabem se essa será sua última noite.”
Felizmente para as irmãs Mathias, o professor Brilliant ajudou-asa conseguir um lugar na escola para albinos de Samuel, e, por ora, seus futuros parecem promissores.
“Estamos felizes agora porque sabemos que não estamos sós. Se conseguirmos educação, poderemos ter uma vida normal”, diz Shida.
Infelizmente, o martírio de milhares de outros albinos tanzanianos continua, com a ameaça de morte ainda sobre suas cabeças, como o escaldante sol africano.

(Encontrado em http://www.thesun.co.uk/sol/homepage/woman/real_life/2727210/I-heard-my-albino-daughter-being-hacked-to-death-for-her-legs.html)

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

HISTÓRIA DO JAILTON

Outra pessoa com albinismo decidiu compartilhar um pouco de sua história de vida conosco.

Minha História de Vida

Meu nome é Jailton Santana, tenho 43 anos, sou albino, professor de língua portuguesa, graduado pela Universidade Federal de Sergipe em 2001. Nasci em Estância, conhecida como cidade jardim de Sergipe. Moro em Santa Luzia, considerada uma das povoações mais antigas de Sergipe, aliás, é aqui que considero como minha terra natal, onde cresci, aprendi as primeiras letras e atualmente trabalho.
O meu conhecimento a respeito do albinismo, ou seja, a minha consciência do que era ser albino se deu mais ou menos por volta dos 14 ou 15 anos. Foi difícil, posto que, além das limitações impostas pela natureza ao indivíduo albino, temos que enfrentar o pior de todos os problemas: o preconceito. Minha infância e adolescência foram marcadas por esse preconceito que infelizmente ainda povoa a mente das pessoas. Os meus pais sempre me apoiaram; alguns poucos amigos de infância também me apoiaram muito. Entretanto, gostaria de ressaltar o apoio incondicional que tive de minha mãe, separada de meu pai, teve muita fibra e coragem para criar três filhos menores. Sou o mais novo dos irmãos e o único albino da família.
Confesso que as maiores dificuldades que tive e ainda as tenho, são aquelas pertinentes a todos os albinos: não se expor ao sol e a baixa visão. Contudo, essas limitações nunca foram empecilhos demasiados a ponto de me privar de algumas idas à praia ou de sair de casa pelo dia. Tenho uma vida social como qualquer outra pessoa de pigmentação normal. Quando era adolescente pensava muito em ser de outro jeito, ou seja, ter nascido com a pigmentação da pele normal, mas perdi o medo de viver e me considero um vencedor por ter chegado aonde cheguei. Os estudos sempre foram a minha meta principal para vencer qualquer obstáculo e graças a Deus, com o apoio que tive de minha família e aos meus esforços, fiz a graduação aos trinta e três anos de idade. Ainda vou fazer pós-graduação e com disposição, o mestrado.
No tocante à condição de ser albino, acredito que a melhor coisa que temos é mostrar às pessoas e ao mundo que os diferentes podem ser iguais, somos privados de pigmentação da pele, mas somos humanos que agimos e pensamos, temos sentimentos e sonhos como qualquer outra pessoa.


(Abaixo, um vídeo com a história da Universidade Federal de Sergipe, tão importante na formação do Jailton.)

terça-feira, 24 de novembro de 2009

PROJETO DE LEI EM ARACAJU

Publicado em: 23/11/2009 13:35:57

Dr. Gonzaga quer fornecimento gratuito de protetor solar para vítimas de doenças de pele
Projeto de autoria do vereador Dr. Gonzaga apresentado na Câmara Municipal prevê o fornecimento gratuito de bloqueador solar às pessoas carentes, vítimas de queimaduras, portadoras de lúpus eritematoso, câncer de pele, vitiligo e albinismo. O vereador justificou a propositura lembrando que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado, o qual deve garantir, mediante políticas sociais e econômicas, ações que visem reduzir o risco de doença e de outros agravos.
Entendo que a preocupação com a saúde deve centrar-se não apenas na assistência à doença, mas também na prevenção e na promoção da qualidade de vida, neutralizando os fatores que colocam em risco a saúde da população, explicou Dr. Gonzaga. Segundo o vereador, que também é médico, as pessoas que sofreram queimaduras e as portadoras de câncer de pele, de lúpus eritematoso, de vitiligo e albinismo necessitam ser especialmente assistidas, para que possam desenvolver regularmente suas atividades, sem que a exposição ao sol reduza a capacidade de viver de maneira digna.
Ele alertou que entre as causas do câncer de pele, a principal é a exposição prolongada e repetida à radiação ultravioleta do sol, sem os devidos cuidados de proteção, pois outras regiões do corpo também correm risco de terem sido lesadas e estejam igualmente vulneráveis para a instalação de outros processos cancerosos, principalmente se a pessoa continuar sendo exposta ao sol.
Nos casos de vitiligo e albinismo, que estão associados à falta do pigmento protetor, a melanina, estas pessoas podem ser facilmente afetadas por queimaduras solares nas áreas afetadas, e a melhor maneira de evitar danos maiores é cobrir a pele com roupas adequadas e usar regularmente um protetor solar de número alto. Infelizmente, a maioria das pessoas fica exposta ao sol a maior parte do tempo durante suas atividades diárias e os altos custos dos produtos de proteção solar, no entanto, impedem sua aquisição pela grande maioria dos brasileiros, explicou o vereador.

(Encontrado em http://www.faxaju.com.br/viz_conteudo.asp?codigo=2311200913395474944)

(Um pouco sobre Aracaju.)


segunda-feira, 23 de novembro de 2009

MIGUEL NAUFEL DENUNCIA

Encontrei a seguinte carta do albino Miguel Naufel publicada no Diário de Mococa.

PAINEL DO LEITOR

Miguel Naufel não encontra remédio na Farmácia do Povo e se diz maltratado pela Secretária de Saúde de Mococa

07/11/2009, Sábado - Muito bem meus amigos, agora sim quero ver se vão publicar. Sou um albino de 50 anos e devido a minha pouca pigmentação tenho que me lambuzar de bloqueador solar todos os dias. Faça chuva ou faça sol, e já na casa dos 50 anos, tenho que ter ainda mais cuidado com o câncer de pele... FAto é que todos os meses pego uma receita de bloqueador solar fator 60 ou mais, e retiro o protetor solar na farmácia do povo...
Já pelo segundo mês me vi diante de uma situação delicada. Não tinham o protetor fator 60 e pedi que me dessem o fator 50... Mas a responsável pela farmácia não quis me arrumar e exigiu que eu procurasse o médico para pedir outra receita com o bloqueador fator 50...
Sai da farmácia as 11h da manhã sob o sol que diríamos assim não é muito bom para a saúde de ninguém! Imaginem para mim, que me queimo na sombra de chapéu e camisas de mangas compridas. O médico que havia me passado a receita estava operando na Santa casa não poderia me atender então me dirigi até o consultório de Dra. Eliana sabendo que ela é a diretora da saúde do município de Mococa.
De duas a uma...ela me daria uma outra receita com o bloqueador de sol fator 50 ou mandaria a responsável pela farmácia me entregar o bloquedor fator 50 e fazer uma anotação na receita do meu médico... para deixar a situação resolvida...N ão encontrei a Dra. Eliana no consultório . Então me dirigi ao posto de saúde em frente ao coreto, na praça da Matriz.
Depois de esperar por 40 minutos entrei na sala onde estava a Dra. Eliana e me disculpando expliquei meu problema ... (Em toda a minha vida jamais fui tão maltratado por ninguém) como fui pela Dra. Eliana gritou deu murros ma mesa e me mandou falar baixo se bem que falo um pouco alto mesmo mas não por falta de educação não... mas não grito não com ninguém e não sou estúpido.
Gostaria de dizer à Dra. Eliana que ela está a serviço da população e como diretora da saúde deve dar exemplos para os funcionários, e sendo eu um homem educado como ela mesma disse ser, um senhor primo do prefeito que está acima dela na admistração municipal ela deveria ter mais respeito... com todos ela está lá para servir e a farmácia é para o uso de todos está na Constituição.
Se a DR. Eliana não tem paciência pode entregar o cargo. Afinal ela é médica de pobre dos que procuram por ela vão ficar doentes de espírito...
Miguel José Naufel

Encontrado em http://www.diariodemococa.com.br/materias.php?cd_secao=239&codant=)

Este blog deixa o espaço aberto para que as outras partes envolvidas apresentem sua versão dos fatos, a qual será igualmente publicada, seguindo os preceitos democráticos da livre expressão.

domingo, 22 de novembro de 2009

SOBRE O CÂMERA RECORD

Tenho recebido diversos emails pedindo que me pronuncie a respeito do programa Câmera Record sobre albinismo.

É sabido que este blog colaborou com a produção do programa, indicando personagens e histórias, além de fornecer endereços de email pra que a produção contatasse vários dos entrevistados.

Orgulho-me disso e acho que não fiz mais do que minha obrigação. E faria tudo de novo. Afinal, trata-se de um trabalho de difusão da causa albina.

Gostei do programa. Acho que transmitiu bastante informação e abordou o albinismo de modo humano, mostrando famílias, mães orgulhosas de seus filhos. Achei importante mostrarem o trabalho do fotógrafo Gustavo Lacerda porque percebi que está sendo uma iniciativa ótima pra auto-estima dos envolvidos. A história de sucesso do Hermeto Pascoal serviu pra mostrar que albinos são capazes de atividades produtivas.

Infelizmente, a matéria sobre o rapper Gaspar ficou de fora. Torçamos pra que seja aproveitada em outro programa. A matéria sobre as crianças albinas de Olinda, por exemplo, foi aproveitada do Domingo Espetacular. Lembram que cheguei a postar sobre ela, quando foi ao ar? Portanto, esperemos que o mesmo ocorra com o Gaspar e ele possa se tornar a primeira estrela albina de rap nacional. (Falando no Gaspar, ele é papai agora, sabiam??)

A repercussão do programa na comunidade do Orkut mantida pela Andreza Cavalli foi praticamente instantânea. O número de membros inflou do dia pra noite.

Mesmo o blog, que não foi citado, registrou aumento na freqüência. Ganhamos um bocadinho de seguidores novos e recebi emails interessantes de pessoas falando que, após o programa, foram á rede pesquisar sobre albinismo e nos encontraram.

Sinal de que se um tema ganha destaque na TV, tem gente que vai atrás de informações extras. Sinal de que vale a pena insistir na difusão do tema do albinismo. Imaginem quantas noções errôneas não foram desfeitas. Quantas pessoas que jamais haviam pensado a respeito e começaram a pensar!

Por tudo isso, a Rede Record merece meu aplauso.

Mas...

Mas, esse é um blog de reivindicação, além de difusão. Então, é hora de reivindicar!

Já escrevi à Record propondo a idéia de uma personagem albina POSITIVAMENTE CONSTRUÍDA em uma de suas novelas. O Big Brother inglês já teve um participante albino. O seriado norte-americano Ugly Betty, um albino secundário na atual temporada. O que uma emissora brasileira está esperando pra ser a primeira do mundo a ter uma personagem albina bem representada em sua teledramaturgia???

Até agora não obtive resposta, mas espero que a idéia tenha sido pelo menos apresentada pro departamento de teledramaturgia.

O Câmera Record já mostrou que albino não fica feio na tela. Eles mesmo mostraram o trabalho do Lacerda.

Agora é torcer pra que a idéia encontre ouvidos criativos dispostos a ousar.

(Abaixo, montagem com diversas vinhetas da Rede Record ao longo dos anos.)


sábado, 21 de novembro de 2009

ALBINISIMO NA RECORD NEWS

Recebi email de um da produção do Câmera Record avisando que o albinismo novamente estará na pauta da emissora, ainda que desta vez pela Record News.

Dia 25 de novembro, às 22:00, o programa Bastidores da Notícia mostrará o que se passou por trás das câmeras. A repórter Thatiana Brasil relatará suas experiências na Ilha de Lençóis, durante a preparação e gravação da reportagem exibida no Câmera Record.

Outra boa oportunidade de levar mais conhecimento e esclarecimento à população a respeito do albinismo.

Parabéns ao grupo Record por mais essa iniciativa.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

RECONHECIMENTO

Governo reconhece comunidades quilombolas
08h13, 19 de novembro de 2009

No dicionário, a palavra reconhecimento significa ato ou efeito de reconhecer(-se); recognição. Mas, para o remanescente quilombola Manoel Oliveira, da comunidade Mumbaça, reconhecimento também quer dizer reconquista da dignidade e o início de uma nova fase, com mais respeito e atenção do poder público. Compartilhando dessa mesma opinião, representantes de 26 comunidades quilombolas receberam os certificados de reconhecimento de comunidade quilombola.
Primeiro a se pronunciar, Manoel Oliveira destacou a importância da solenidade, onde 26 comunidades foram oficialmente reconhecidas de uma só vez, algo inédito na história de Alagoas, e, principalmente, por esses mesmos grupos poderem, a partir de agora, contar com políticas públicas específicas para melhorar a infraestrutura, saúde e educação do local onde vivem.
“Através desse reconhecimento, a gente espera que as comunidades sejam mais respeitadas e, com o decorrer do tempo, possamos observar uma melhora na qualidade e vida dos quilombolas”, afirmou Manoel.
Ele também reconheceu a importância do trabalho desempenhado pela Gerência do Núcleo de Quilombolas e toda sua equipe. “Berenita e Sandreane Melo tiveram um papel fundamental no autorreconhecimento das comunidades certificadas hoje. Graças ao belo trabalho desempenhado por elas, foi despertado o espírito de união nas comunidades visitadas e tornou-se possível fazer um resgate histórico”, salientou Manoel.
Dirigindo-se diretamente aos quilombolas de maneira franca, o diretor-presidente do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral), Geraldo de Majella, afirmou que os quilombolas são os mais excluídos entre os excluídos do Brasil, mas com o reconhecimento do Estado, as 26 comunidades terão acesso a políticas públicas específicas e serão contempladas com ações capazes de mudar uma realidade cruel imposta há séculos.
“Iremos trabalhar de maneira integrada, governo federal, estadual e municipal. Inclusive, a Secretaria de Estado da Educação já avançou nesse trabalho. Atualmente existem 52 turmas do Programa Brasil Alfabetizado que atendem 31 comunidades quilombolas de 18 municípios e a proposta é dobrar esse número no próximo ano”, disse Majella.
O secretário também falou de benefícios de outros órgãos voltados às comunidades remanescentes de quilombos. “Na área de saúde, foi concluído no fim de outubro o mapeamento genético da comunidade Filus e agora eles iniciaram um acompanhamento médico para prevenir e monitorar possíveis doenças provocadas em decorrência do albinismo. Esse trabalho está sendo feito pelo Hospital Universitário sob acompanhamento dos doutores Fernando Gomes, Cláudio Cavalcante e Isabella Monlle, com um importante apoio da ouvidora Márcia Rabello”, explicou Majella.
História de resistência — Essa integração relatada por Majella também foi ressaltada pelo presidente da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araújo. Além de destacar o trabalho desenvolvido pelo Iteral, ele também discursou sobre o quilombo, representação simbólica e física do principal combate da história brasileira. “Em Alagoas, tivemos o maior exemplo de resistência e, ao mesmo tempo, o maior massacre liderado pelo bandeirante Domingos Jorge Velho”, disse Zulu.
Ele aproveitou a oportunidade e comunicou aos presentes que eles agora poderão ser beneficiados pelo Programa Etnodesenvolvimento, que visa capacitar liderança e promoção de desenvolvimento, emprego e renda através das várias manifestações culturais dessas comunidades.
Representando o governador Teotonio Vilela, o secretário da Cultura, Osvaldo Viégas, transmitiu uma mensagem do governador: “O Governo agradece e parabeniza o trabalho do Iteral, bem como toda sua equipe, assim como a Fundação Cultural Palmares. O governador também tem a certeza de que Alagoas será o primeiro estado a produzir o mapeamento étnico-cultural de todas as suas comunidades quilombolas”, transmitiu Viégas.
Também participaram da solenidade de entrega dos certificados de reconhecimento a secretária da Ciência e Tecnologia, Kátia Born, o prefeito de Piaçabuçu, Dalmo Júnior, e o deputado estadual Álvaro Guimarães.
Fonte: Assessoria

(Encontrado em http://www.alagoas24horas.com.br/conteudo/index.asp?vEditoria=Pol%C3%ADtica&vCod=75881)
(Quando se fala em RESPEITO, não consigo deixar de pensar numa de minhas canções favoritas de todos os tempos)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

SÁTIRA

Em alguns países, passos importantes estão sendo dados no que diz respeito à representação de pessoas com deficiência.

A sitcom norte-americana Ugly Betty apresentou uma personagem albina nesta temporada. O Big Brother inglês também já teve participante albino, já mencionado no blog.

A TV britânica tem uma apresentadora infantil sem parte do braço. Criou polêmica, mas a emissora peitou os do contra e a manteve no ar.

Da Inglaterra, surge outra novidade, o programa Cast Offs. Outro dia, postei pequeno artigo em espanhol sobre o programa, mas agora achei um em português.

Série de TV britânica usa deficientes físicos para satirizar reality shows
O Estado de S. Paulo18/11/2009
Obra de ficção cria 'No Limite' apenas com portadores de deficiência

Estreia na semana que vem, na Grã-Bretanha, uma minissérie que satiriza os populares reality shows de uma maneira inusitada: todos os personagens e os atores que os interpretam têm uma deficiência física.
Cast Offs ("Largados", em tradução livre), do canal de TV aberta Channel 4, conta a história de um grupo de deficientes convidados a ir para uma ilha remota do litoral britânico e fazer parte de um reality show no estilo do brasileiro No Limite.
A série terá inicialmente apenas seis episódios. Cada se concentra em um personagem - um jovem em cadeira de rodas, uma anã, uma grávida com deficiência auditiva, um deficiente visual, uma vítima da talidomida e outra acometida pelo querubismo (doença genética que causa anomalias na face).
Para críticos britânicos, a minissérie representa uma inovação na maneira como a televisão apresenta pessoas com deficiências.
"Não é que a televisão os ignore. Mas em geral eles são confinados a papéis de vítimas ou de "superaleijados", que triunfam pelo heroísmo", escreveu Andrew Billen, do jornal The Times. "Cast Offs poderá ser a primeira obra de ficção da TV que não pede que tenhamos pena do deficiente."
Sátira

Um dos produtores da série, Joel Wilson, disse à revista americana Time que quis criar algo satírico que iria "mexer com a maneira como a deficiência física é vista".
"Queríamos mostrar que os deficientes não são nem mais nem menos problemáticos do que qualquer outra pessoa", afirmou.
Segundo o jornal The Guardian, uma pesquisa recente da Independent Television Commission, 79% dos telespectadores britânicos dizem que não se importariam se um deficiente físico apresentasse um noticiário do horário nobre.
Outros 60% acreditam que os deficientes físicos deveriam aparecer mais, em uma variedade de funções.
Uma minoria, no entanto, ainda resiste à ideia. Em fevereiro, alguns pais reclamaram do fato de uma das apresentadoras de um canal infantil da BBC não ter parte do braço direito, um defeito de nascença.
A BBC, no entanto, defendeu a presença da apresentadora, que continua no canal.

(Encontrado em http://saci.org.br/index.php?modulo=akemi&parametro=27346)

RISADA FORÇADA

Este blog veio ao mundo com uma proposta ativista de conferir visibilidade às pessoas com albinismo. Reivindico, abro espaço pros albinos contarem suas experiências, divulgo e aplaudo ações que visem a melhoria de nossa condição, auxilio trabalhos em andamento sobre o tema. Os leitores certamente se recordam e sabem do árduo trabalho de divulgação que empreendi pra colocar esse projeto no mapa. Com a ajuda de diversos aliados, temos avançado significativamente. Diversos radares já captaram o blog e, por tabela, o tema do albinismo.

Outra proposta deste espaço é reunir representações sobre o albinismo. Até link pra conto pornô com persnagem albina foi publicado. Isso gerou alguma polêmica a respeito de se era apropriado o blog "baixar o nível". Teimosamente, mantive o link e a postagem. Não fui eu quem baixou o nível: apenas trouxe pra discussão outra representação negativa sobre nós albinos. Existe gente que usa nosso blog pra elaborar trabalhos a respeito do tema. A ideia aqui é fornecer todo o material disponível, quer eu goste, quer não.

Hoje, outro material que causará polêmica. O site Risada Forçada apresenta uma série de piadas sobre o tema do assassinato dos albinos na Tanzânia.

Gostaria que os leitores do blog emitissem suas opiniões a respeito na parte de comentários. Acho que tal exercício será bastante produtivo pra interatividade desete espaço com seus seguuidores.




sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Albinos podem virar sopa na Tanzânia
Se você convidar um albino da Tanzânia para um jantar, ele provavelmente não comparecerá, com medo de que o prato principal seja ELE PRÓPRIO. Sim, estimados risadeiros. Há uma crença de que uma certa poção feita com pedaços do corpo de albinos trariam fortuna a quem a tomar. Isso mesmo! Bufunfa, gaita, faz-me-rir, dinhêêêêiraaaammmm! Mais incrível que isso, só o fato de existirem
albinos na Tanzânia (estima-se que mais de 150 mil). Temendo amanhecer o dia na barriga de alguém, eles pediram socorro ao governo do país, que garantiu a integridade dos nobres albinos.

Isso nos leva a uma série de perguntas:



1. O que você pensa sobre essa história?

Jura? Vou caçar um albino a-go-ra merrrmo!

Tadinhos! Tirem eles de lá!

Como podem acreditar em algo tão estapafúrdio?

Comer albino? E se eles não quiserem perder o selinho?

2. O que estará pensando o albino desta foto acima?
Piche ou urucum?
Mamããããe! Vou pra Suécia djááá!
Só não me tempera com limão, por favor!
Vou comprar uma burca. Melhor acharem que sou mulher muçulmana do que me jantarem.

3. O que estará pensando o negão desta foto acima?
Orégano ou manjericão?
Será que com esse mirradinho aí eu consigo comprar uma caranga da hora?
“Faz tanto tempo eu não vejo uma nota de cem...”
Só pra garantir, vou comer esse albino com lentilha.
(Encontrado em http://www.risadaforcada.net/2008/10/albinos-podem-virar-sopa-na-tanznia.html)

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

MÁ NOTÍCIA DE PERNAMBUCO

Que pena! O projeto de lei pernambucano de distrbuição gratuita de protetor solar pros albinos de lá foi declarado inconstitucional.

ESTADO DE PERNAMBUCO

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

Legislatura 16º Ano 2009
Parecer Nº 4302/2009 (Constituição, Legislação e Justiça) (Contrário Por Inconstitucionalidade)

Ementa:
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE PERNAMBUCO
PARECER

Projeto de Lei Ordinária nº. 1217/2009

Autoria: Deputado Luciano Moura

EMENTA: OBRIGA O ESTADO DE PERNAMBUCO A FORNECER GRATUITAMENTE O PROTETOR SOLAR ESPECÍFICO ÀS PESSOAS PORTADORAS DE ALBINISMO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. PELA REJEIÇÃO, POR INCONSTITUCIONALIDADE.

1. Relatório

Vem a esta Comissão de Constituição, Legislação e Justiça, para análise e emissão de parecer, o Projeto de Lei Ordinária nº 1217/2009, de autoria do Deputado Luciano Moura, que visa obrigar o Estado de Pernambuco a fornecer gratuitamente protetor solar às pessoas de baixa renda, portadoras de albinismo.
Parecer do Relator

A proposição vem arrimada no art. 19, caput, da Constituição do Estado e no art. 192 c/c com o art. 194, I, do Regimento Interno desta Assembléia Legislativa.No tocante ao mérito da questão, pretende fornecer meios de proteção as pessoas portadoras de albinismo que se expõem aos efeitos do sol.

Em que pese à brilhante iniciativa parlamentar, uma vez que a medida proposta, por certo, eliminaria muitos problemas de saúde de pessoas portadoras de albinismo, o projeto, nos moldes propostos, depara-se com óbices de natureza constitucional.

Com efeito, a distribuição acaso aprovado o Projeto de Lei complementar seria executado pelo Poder Executivo o artigo 19 da Constituição Estadual.

Feitas essas considerações, opina-se no sentido de que o parecer desta Comissão de Constituição, Legislação e Justiça, seja pela rejeição do Projeto de Lei Ordinária nº. 1217/2009, de autoria do Deputado Luciano Moura, por inconstitucionalidade.
Conclusão da Comissão

Ante o exposto, tendo em vista as considerações expendidas pelo relator, opinamos pela rejeição do Projeto de Lei Ordinária nº 1217/2009, de autoria do Deputado Luciano Moura, por inconstitucionalidade.
Sala da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça, em 10 de novembro de 2009.
Presidente André Campos

Relator: Isaltino Nascimento

Favoráveis os (8) deputados: Alberto Feitosa, Augusto Coutinho, Doutora Nadegi, Isaltino Nascimento, Jacilda Urquisa, Pedro Eurico, Raimundo Pimentel., Teresa Leitão
Presidente André Campos
Efetivos
Pedro Eurico, Alberto Feitosa, Augusto César Filho, Augusto Coutinho,
Isaltino Nascimento, Jacilda Urquisa, Raimundo Pimentel, Teresa Leitão
Suplentes
Adelmo Duarte, Ciro Coelho, Coronel José Alves, Doutora Nadegi, Eriberto Medeiros,
Henrique Queiroz, Luciano Moura, Terezinha Nunes, Soldado Moisés

Sala da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça, em 10 de novembro de 2009.

(Encontrado em http://www.alepe.pe.gov.br/paginas/?id=3598&legislatura=&doc=1D815483724A858D0325766A006B47D4)

A vida continua, como diz a canção abaixo. E a gente continua lutando também.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

HOMOFOBIA NÃO TÁ COM NADA

Todo mundo que lê este blog sabe que ele é contra o preconceito. Não importa que grupo sofra preconceito, a missão deste espaço é lutar contra.

Já enfrentei muito preconceito e sei como dói. Homofobia é um desses muitos preconceitos que existem por aí e tem que ser coibido e punido. Do mesmo modo como eu não gosto de ser insultado na rua por ser albino, não dá pra ficar calado perante os insultos e a violência física pela qual passam os gays e lésbicas neste país.

Se a pessoa não gosta de albinos ou gays, que pelo menos não desacate, que nos deixem em paz. Isso é pedir muito?

Tramita no Senado um projeto de lei que prevê a criminalização da homofobia. Há uma enquete no site do Senado, perguntando se a pessoa é a favor ou contra essa lei. É fácil votar, a enquete encontra-se no lado direito da tela. Não levei nem um minuto pra votar - a favor da lei, claro! Nao nos custa nada e podemos estar salvando futuras vidas ou evitando humilhações.

O link pra acesso é
http://www.senado.gov.br/agencia/todasNoticias.aspx

AUDIÊNCIA PÚBLICA NA BAHIA II

Recebi o seguinte texto do presidente da APALBA, Joselito Luz:

Salvador, Bahia · Quarta-feira
11 de novembro de 2009
Ano · XCIV · No 20.127
Diário Oficial

Albinismo é tema de debate na Comissão de Igualdade da AL

Originado pela ausência total ou parcial da melanina, pigmento responsável pela coloração da pele, dos pelos e dos olhos, o albinismo foi tema de debate na audiência pública da Comissão de Promoção da Igualdade, ontem. De acordo com o deputado e presidente do colegiado, Bira Corôa (PT), esse encontro tende a reforçar a criação e discussão de políticas públicas em benefício da população albina do Estado da Bahia, a fim de garantir seus direitos por uma melhor qualidade de vida.
Proposta pela Associação das Pessoas com Albinismo na Bahia (Apalba), a audiência pública serviu como ponto de encontro de pessoas com albinismo que lutam por dignidade, igualdade social e melhores serviços de saúde para atender à necessidade dos portadores da doença.
De acordo com o presidente da Apalba, Joselito Luz, essa batalha começou no ano de 2001 com a criação da associação, que atualmente conta com a participação de 250 pessoas de 35 municípios do estado. Ainda segundo ele, a primeira visita do grupo a esta Casa aconteceu no ano de 2006, em busca da aprovação do Projeto de Lei N° 15.349/2006, do ex-deputado Walmir Mota, que pretendia fornecer assistência às pessoas portadoras do albinismo. Porém, "o projeto foi arquivado e hoje viemos aqui resgatar parte da dívida do poder público com o nosso segmento", ressaltou Joselito Luz.
Para ele, as pessoas albinas possuem grande carência de serviços de saúde, educação e lazer. Do mesmo modo, a oftalmologista do Instituto de Cegos da Bahia Rosa Barreto explicou que os albinos necessitam de um tratamento especial por possuírem problemas de exposição ao sol e à luz, problemas de visão e de saúde, necessitando de um acompanhamento periódico e específico. "Pessoas com albinismo podem fazer parte da sociedade, desde que tenham espaço e atenção para mostrar suas capacidades", concluiu a professora Lilia Maria de Azevedo, do laboratório de Genética Humana do Instituto de Biologia da Ufba. Ainda segundo ela, a Bahia possui o maior número de albinos no país, atualmente com 940 pessoas portadoras.
PROJETO
De acordo com o presidente da Apalba, Joselito Luz, um dos principais motivos do encontro foi a aprovação do anteprojeto de lei, proposto pela associação, que pretende garantir os direitos dos albinos assim como existe para outros segmentos da sociedade. Com base nesse anteprojeto, será instituída a distribuição de protetor solar e outros medicamentos para as pessoas com albinismo na Bahia a fim de prevenir maiores complicações da doença no portador. Para justificar a criação do projeto, Joselito explicou que uma das mais importantes propriedades da melanina é o poder de atuar como protetor solar. Entretanto, nas pessoas que possuem a doença, a produção de melanina é ausente ou pequena e por isso facilita o desenvolvimento de câncer de pele.
Para o deputado Waldenor Pereira (PT), esse projeto garantirá o cumprimento de direitos fundamentais para as pessoas portadoras do albinismo. Seguindo este mesmo raciocínio, o coordenador de Deficientes da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Alexandre Baroni, propôs a elaboração de uma sessão no Brasil para albinos, a partir da Bahia. O deputado Bira Corôa concordou com o convidado após afirmar que esta seria uma grande conquista para o segmento neste estado e em todo o país.
"A luta dessas pessoas, portadoras de características que muitas vezes dificultam suas vidas é mais do que justa e transcende o âmbito estadual", declarou o vice-presidente da Comissão Estadual das Pessoas com Deficiências, Evangel Vale.
ALBINISMO
De acordo com a dermatologista do Ministério da Saúde e fundadora da Apalba, Shirlei Cristina Moreira, essa é uma doença genética e, a cada 70 pessoas, uma possui o gene do albinismo decorrente de variações genéticas. Ainda de acordo com ela, as principais características visíveis do portador são: pouca ou nenhuma pigmentação nos olhos, pele ou cabelos; as sobrancelhas e as pestanas são totalmente brancas ou de um amarelo muito pálido. Além disso, os portadores possuem visão subnormal (baixa visão), dificuldade de enxergar em lugares muito claros e não possuem a possibilidade de bronzeamento. Além disso, são altamente suscetíveis a queimaduras solares de diversos graus ou câncer de pele.
Aproveitando a oportunidade pela busca de direitos, a representante da Associação de Pais e Amigos de Pessoas com a síndrome de Rett, também parceiro do Apalba, Débora Dias, explicou que o grupo está necessitando da ajuda do governo para criar políticas públicas voltadas ao tratamento da doença. Ainda segundo ela, esta é uma doença genética que afeta as mulheres, mas que não pode ser descoberta na gravidez, pois na Bahia não possui o exame clínico genético para a doença. Ela também afirmou que, apesar de a doença não possuir cura, existe a possibilidade de prolongar a degeneração com remédios e tratamentos. Entretanto, para isso, o Estado precisa capacitar unidades de tratamento da doença, que necessita de um estudo mais específico. Débora tem uma filha de 17 anos no penúltimo estágio da síndrome de Rett.
O final do encontro foi marcado pela apresentação da campanha publicitária sobre a divulgação do albinismo, criada pelo publicitário da Full Time Ed Medeiros. Ele afirmou que a campanha pretende esclarecer a doença perante a sociedade para que os portadores não sofram com a discriminação originada pela falta de informação.
Nesta mesma audiência pública, foi aprovada a realização de uma audiência pública regional, em parceria com a CPI da Violência Urbana da Câmara Federal, para debater a violência urbana. A proposta foi articulada com o deputado federal Luiz Alberto (PT), membro da comissão. A data e o local do encontro ainda não foram decididos.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

ALBINOS DE BRASÍLIA

Acabei de ler o seguinte no Orkut:

A repercussão da matéria no Câmera Record foi tão grande que a Record Brasília quer fazer uma na Capital Federal, para falar sobre a situação do Governo em relação a saúde pública dos albinos. Para isso precisam de personagens com albinismo.

Abaixo, a pessoa coloca seu email a fim de que os albinos interessados a contatem. Como não pedi autorização, não poderei colocar o email aqui, mas se alguém se interessou, me escreva que eu coloco você em contato ou você mesmo pode acessar a comunidade Albinos do Meu Brasil no Orkut e ver o tópico "Albinos de Brasília".

PROTETOR SOLAR É FUNDAMENTAL


BINHO

Animais albinos recebem cuidados especiais no Zoo de Salvador

Salvador - Binho é o mais novo integrante do Jardim Zoológico de Salvador. O pequeno mico tem aproximadamente quatro meses de idade e passaria despercebido se uma característica não o diferisse da maioria dos animais do Zoo: ele é albino.

O pelo branco, pela falta de melanina - proteína que dá pigmentação à pele e aos cabelos dos mamíferos -, e os olhos vermelhos do bebê primata são indicativos próprios de animais que possuem esta anomalia. Em especial, são sensíveis à luz, pois não suportam a exposição ao raio solar tanto na pele quanto na visão.

Binho não é o único animal albino do zoológico, além dele tem Alvinho. A cobra píton possui uma coloração de matizes amarelo e branco, sendo que a cor normal dessa espécie é o verde-escuro.

O albinismo entre os animais é uma raridade, mas qualquer animal é passivo de tê-lo. “É congênito, ou seja, os pais possuem o gene albino, que, por sua vez, é passado para o filhote, mas não apresentam características.”, explica o veterinário do Zoo de Salvador, Vinicius Dantas.

(Encontrado em http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=7357035736800936579)

(João Penca e os Miquinhos Amestrados... Mais anos 80!)


domingo, 15 de novembro de 2009

NO DIVÃ COM LILIA CABRAL

Roberto Rillo Bíscaro

Acabei de ver um filme nacional muito bom: Divã (2009). Baseado numa peça teatral que por sua vez baseara-se num livro, o filme conta parte da história de Mercedes, brilhantemente interpretada pela atriz Lilia Cabral, que interpretou a personagem na peça.

Mercedes é uma racional mulher da classe média, aparentemente bem casada e resolvida que procura um analista "pra ver qual é". A partir das sessões, as coisas vão se mostrando diferentes do que ela antes julgava. Uma pessoa "comum" como tantos de nós, mas que prova que qualquer pessoa tem um universo interior e uma historia merecedora de ser contada.

Bem cuidado tecnicamente, dá gosto de ver, por exemplo, como a produção ressalta a diferença entre Mercedes e sua melhor amiga, não apenas nos diálogos, mas também nas cores das roupas que usam. Se cinema é contar história através de imagens, Divã se mostra bem eficiente nesse quesito.

Outra solução que adorei foi o fato de nunca vermos o rosto ou escutarmos a voz do analista. Ele apenas aparece de costas. Isso dá a impressão de que Mercedes está falando conosco, com o público. Bem mais sofisticado do que Shirley Valentine, filme inglês dos anos 80, do qual me lembrei vendo Divã.

Lilia Cabral segura o filme e conhece a personagem muito bem. E que sorriso lindo! Ela me fez rir e me fez chorar. A hora em que ela desaba no hospital é de arrepair. Ave Lilian! Entretanto, tenho que ser justo e dar louros também pro resto do elenco, especialmente pra Alexadnra Ritcher, no papel da melhor amiga.

Algo me incomodou? Sim, algo me incomodou: a tentativa de ser muito engraçado o tempo todo por vezes faz o filme cair no humor sem graça e até meio vulgarzinho e batido, mas, felizmente, não com tanta frequência. O roteirista deve assistir sitcom norte-americana demais!

Mas, isso não tira o prazer de ver Divã. Recomendo especialmente pra quem vive reclamando da vida. Claro que a vida não é fácil. Mas também tem delicias e não vem com manual de instrução. Tem que viver!

JUSTIÇA

MPF move ação para garantir que estudante com paralisia cerebral faça o Enem
Última Instância13/11/2009
A ação visa garantir que Guilherme Finotti utilize computador adaptado para realizar a prova


O MPF (Ministério Público Federal) em Novo Hamburgo (RS) ajuizou ação civil pública com pedido de antecipação de tutela para que o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), responsável pela aplicação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), atenda às necessidades de um estudante com paralisia cerebral e utilize o computador adaptado do laboratório da Escola de Aplicação da Feevale para que ele realize a prova.
Caso o equipamento não seja disponibilizado, Guilherme Finotti corre o risco de não conseguir fazer a prova, que será aplicada nos próximos dias 5 e 6 de dezembro.
De acordo com a ação, o estudante gaúcho é portador de paralisia cerebral e já cursou o ensino técnico em informática, junto com o ensino médio regular, no qual irá se formar no final deste ano.
O aluno ainda obteve o prêmio Destaque do 4º Salão UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) Jovem 2009, pelo desenvolvimento de um projeto de iniciação científica Júnior da Feevale, por ter criado uma ferramenta de aprendizagem que consiste em um jogo de computador (Software de Alfabetização para Crianças com Paralisia Cerebral).
Antes disso, recebeu também outros títulos: medalha de Prata na VII Olimpíada Brasileira de Astronomia, prêmio de Melhor Fotografia, pelo Júri Técnico, no documentário “Diferente Como Você”, formação no Curso Técnico em Desenvolvimento de Software e Aplicação para Internet.
Para se comunicar com seus amigos, colegas e professores, Finotti utiliza um computador adaptado e a Escola da Aplicação da Feevale, onde estuda atualmente, adaptou dois equipamentos, um em cada laboratório, para que Guilherme possa estudar. “Esses equipamentos são computadores – que servem como lápis e papel para ele – com teclados e mouse adaptados, numa espécie de colméia, com orifícios na posição das teclas”, escreveu o procurador da República e autor da ação Júlio Carlos Schwonke de Castro Júnior.
Enem para faculdade pública
O estudante deseja prestar o Enem para ingressar numa faculdade pública, como muitos de sua idade. Desde maio seus pais tentam a realização da prova por meio de computador adaptado, porém, sem sucesso.
Em resposta, o Inep alegou que a adaptação de um computador para o aluno realizar o exame “estaria fora das regras do Enem, e que não haveria lei que os obrigassem a 'abrir tal exceção'; o segundo motivo é que não haveria tempo suficiente para licitação para a compra daquele equipamento, já que o material deve ser fornecido somente pelo Inep”.
A própria Feevale se dispôs a fornecer o computador adaptado – o qual já existe naquela escola – para que o estudante realize o Enem, de forma alternativa, dentro das condições do exame, com a retirada de programas de computador (inclusive corretor ortográfico, calculadora e demais) e, se for o caso, ficando o equipamento lacrado até o resultado final do certame. Tal possibilidade também não foi aceita pelo Inep, com a alegação de que o próprio Instituto é quem deveria fornecer o equipamento.

(Encontrado em http://saci.org.br/index.php?modulo=akemi&parametro=27305)

(Pra comemorar a decisão, vamos relembrar o Lone Justice, um grupo norte americano de country rock, dos anos 80)

6 MESES NÃO SÃO SUFICIENTES

Desde março, tenho postado toda notícia que encontro a respeito do trabalho desenvolvido pela equipe da Universidade Federal de Alagoas com os quilombolas albinos daquele estado. Agora, começam a aparecer as notícias de ações governamentais concretas pra auxiliar aquela população até então esquecida e entregue à próprias sorte. A incidência de câncer de pele entre aquelas pessoas é muito alta, por isso, a medida governamental de fornecer bloqueador solar FPS 100 pra eles é mais do que bem vinda e merece aplauso.

Entretanto, continuarei com minha ladainha: seis de meses de distribuição de protetorslar não é suficiente. ALBINO PRECISA DE BLOQUEADOR SOLAR PRO RESTO DA VIDA. ALBINO PRECISA DE ÓCULOS.

Por conseguinte, temos que continuar insistindo na elaboração de políticas púbicas de saúde que atendam a essa população permanentemente e não apenas por período determinado. É preciso uma lei ue garanta o fornecimento inniterrupto de bloueadorsolar. Onde estão os legisladores alagoanos pra elaborar projeto de lei prevendo isso? Aliás, onde estão mais legisladores no resto do país pra formularem projetos similares?

13/11/09 09:21
Governo anuncia ações de Saúde e Cidadania para quilombolas

O governo do Estado em parceria com a prefeitura de Santana do Mundaú, iniciou na última quinta-feira (12) um trabalho integrado na comunidade quilombola Filus, daquele município, para garantir ações de Saúde e Direitos Humanos a 37 famílias que sofrem de albinismo.
Na oportunidade, os secretários de Estado da Saúde, Herbert Motta, e da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, Wedna Miranda, foram conhecer in locun como as 168 pessoas vivem com o propósito de identificar suas necessidades, principalmente daquelas que são portadoras de albinismo, doença que aumenta a probabilidade de ocorrências de câncer de pele.
Dos nove quilombolas albinos, sete possuem diagnóstico confirmado de câncer de pele. Para prevenir casos novos ou o agravamento da doença entre os que estão em tratamento, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) disponibilizou unidades de protetor solar, com Fator de Proteção Solar (FPS) 100, que poderão garantir o tratamento por seis meses.
“A determinação do governador Teotonio Vilela Filho para todos os secretários é trazer as ações do Estado para mais perto da população. Nossa equipe técnica fará um mapeamento, identificando o número de pessoas portadoras de albinismo, em Alagoas, para realizarmos a compra anual de protetor solar”, assegurou Motta. Para ele, as políticas de Saúde não devem ser desenvolvidas de forma isolada, por isso, em janeiro do próximo ano o governo promoverá um fórum para discutir um programa voltado a grupos específicos, tais como portadores de doenças como albinismo, autista e anemia falciforme.
Outra solicitação da comunidade é o tratamento da água para consumo humano, que atualmente está disponível de maneira precária. “Iremos pleitear junto ao governador a intervenção da Casal nessa comunidade para que todos tenham acesso a água tratada, fator primordial para a prevenção de doenças e da mortalidade infantil”, explicou. “O tratamento dos casos de albinismo entre os quilombolas alagoanos precisa ser visto não apenas com o olhar da Saúde, mas é necessário estabelecer políticas públicas destinadas de forma integral, levando em consideração as questões relativas aos direitos humanos” disse a secretária Wedna Miranda.
Ela atentou para a importância da parceria entre a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e o Hospital Universitário na prevenção e tratamento dos casos já existentes. “Estamos abertos ao que for possível para construirmos em conjunto com a prefeitura local”, acrescentou.
Além da equipe técnica da Sesau e da Secretaria da Mulher, participaram da visita o prefeito de Santana do Mundaú, Eloi Silva; secretária municipal da Saúde, Maria Ivan Clemente; coordenadora e enfermeira do Programa Saúde da Família (PSF), respectivamente, Rita Bittencourt e Silvana Gomes. Alagoas possui 24 comunidades quilombolas reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares, das 60 existentes, que representam cerca de 30 mil pessoas, localizadas principalmente em municípios do Agreste e Sertão. Doença - O albinismo é uma condição de natureza genética em que ocorre uma falha na produção de melanina. A doença é hereditária e pode ser classificada em dois tipos: tirosinase-negativo (quando não há produção de melanina) e tirosinase-positivo (quando há pequena produção de melanina). A melanina desempenha um papel importante, pois é ela que forma uma barreira natural contra as radiações solares. Ela se distribui pelo corpo inteiro, sendo a responsável não só pela cor, como também pela proteção da pele. Esta alteração genética na produção de melanina é a responsável pela ausência parcial ou total da pigmentação dos olhos, pele, cabelos e pêlos dos albinos, podendo ocorrer tanto em seres humanos, como também em animais e plantas.
A pele do albino é branca, frágil e fotossensível, por esta razão, não deve ser exposta à radiação solar. Nestes indivíduos, a exposição ao sol não produz bronzeamento, ao invés disso, pode causar queimaduras de graus variados. Pessoas com essa falha na pigmentação são mais suscetíveis a desenvolver câncer de pele precocemente.

(Encontrado em http://www.alemtemporeal.com.br/?pag=cidade&cod=10223)