domingo, 29 de novembro de 2009

A BÍBLIA DIZ

Pra terminar o domingo, decidi assistir a um documentário norte-americano, que provou ser muito interessante. For The Bible Tells Me So aborda tema muito controverso: as passagens bíblicas que supostamente condenam a homossexualidade e o efeito provocado em famílias muito religiosas que tiveram que lidar com a homossexualidade de um de seus filhos. O resultado é tocante e bastante esclarecedor, pelo menos leva a gente a pensar.

Muitos religiosos usam a Bíblia pra condenar a homossexualidade, mas, propositalmente “esquecem” de citar diversas outras passagens que supostamente também proíbem coisas que a maioria dos que condenam também faz, como comer carne de porco. Há também as práticas que estão na Bíblia, mas que caíram em desuso como a permissão ao pai de vender sua filha, por exemplo. Se está na Bíblia, então não seria errado fazer ainda isso hoje. Uma das questões levantadas é: quem e por que se decide que determinadas coisas são abominações e outras não.

Como albino, essa questão me interessa de perto, posto que na Tanzânia os assassinatos de albinos têm justificação religiosa. O mundo todo critica a Tanzânia por ser “primitiva” e o escambau, mas tem muito cristão por aí que incentiva a perseguição a gays também por motivos religiosos. Se eu não tenho culpa de ter nascido albino e não devo ser caçado por isso, por que os gays poderiam?

Através de entrevistas com os pais e seus filhos gays, For The Bible Tells Me So apresenta a mãe que apenas aceitou a filha lésbica após a moça ter se suicidado. Só então, a mulher compreendeu que a mensagem da Bíblia e do cristianismo é o amor e não o ódio. Há os pais negros que aceitam a filha, mas continuam desaprovando sua homossexualidade. Pelo menos, compreendem que a filha não merece ser ostracizada por sua orientação sexual. Há os pais que ao saberem e compreenderem a homossexualidade do filho se tornaram ativistas pró-gay justamente insistindo na idéia de que homossexualidade e família não são incompatíveis. Há os pais cujo filho tornou-se o primeiro bispo homossexual da Igreja Episcopal norte-americana. Há o famoso político que, ao invés de esconder o lesbianismo da filha, convidou-a pra ajudá-lo em sua campanha presidencial.

As entrevistas são entremeadas por religiosos pró e contra homossexualidade discorrendo acerca da validade ou não de se interpretar a Bíblia literalmente. Os que não aceitam uma interpretação literal justificam o ponto de vista dizendo que o texto deve ser entendido dentro do contexto sócio-cultural em que foi produzido.

Além disso, há trechos de programas de TV, documentários e talk shows. Tudo muito dinâmico. O documentário jamais cai na monotonia e mostra exemplos positivos de pessoas que não tiveram que abandonar sua fé. Pelo contrário, o contato tão próximo com o Outro fez com que sua religiosidade aumentasse, uma vez que descobriram de verdade o significado do amor ao próximo.

Quem entende inglês pode ver o documentário no You Tube. Eis o link pra primeira das 9 partes

2 comentários:

  1. Muito tocante mesmo!! Até eu que tenho uma cabeça aberta nesse sentido, senti que aprendi muito e percebi pontos de vista que nem eu mesmo enchergava. Valeu pela dica Roberto! No youtube tem legendado. Recomendo!!

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  2. Prezado Roberto, como muitos essa semana eu descobri o seu blog por meio do seu depoimento em viver a vida. Notei é um cara de personalidade e que soube lidar muito bem com ele e usou isso para crescer, por isso te respeito, porém tenho que discordar veementemente de sua opinião neste post. Vejo que suas justificativas para dizer que a condenação bíblica ao homossexualismo é equivocada, para mim retratam uma pessoa que aparentemente não conhece a palavra de DEUS na íntegra e cometeu um erro que a maioria faz, tentar entender e interpretar a bíblia em pequenos tópicos sem conhecer todo o contexto. De Gênesis ao Apocalipse vemos passagens que condenam de forma clara e irrevogável a prática homossexual e isso não é derrubado e versículo algum, pelo contrário, é tratado como algo abominável. Já as afirmações que fez sobre comer carne de porco e vender a filha denotam questões culturais instituídas por DEUS em um determinado momento que se fizeram necessárias, mas posteriormente (no decorrer da história) é explícito que foram explicadas e abolidas. Assim como no começo dos tempos irmãos e irmãs tinham de praticar sexo entre si para a procriação da humanidade e neste ato não havia maldade alguma, com o passar dos tempos tornou-se algo repudiável, irmãos não são como eram e este ato hoje não é similar ao começo da humanidade e todos sabem disso, se vier alguém e dizer que é justificável pelo bíblia eu terei que chamá-lo de idiota e ignorante. No caso do homossexualismo é diferente, uma prática que já existe desde o tempo de Sodoma, tem condenação clara por DEUS, através da bíblia, e permanece defendida até hoje por que o homem é carnal, tende a dar mais espaço aos desejos da carne do que as vontades do espírito. Sempre foi um ato praticado as espreitas, pois sabiam os praticantes que estavam fazendo algo errado, é uma escolha de cada um e se assim querem viver tudo bem. O que vem revoltando a muitos nos últimos tempos é a necessidade que se tem de mostrar de alguma forma a retidão desta prática. Algo que julgo incoerente com a natureza do homem, homossexualismo é uma das maiores ofensas do homem contra DEUS e nada tem haver com o albinismo. Os albinos também são uma classe minoritária, mas que não precisam dos apoio das massas gay para obter força, largue disso Roberto, homofobia existe e é feio, assim como qualquer tipo desprezo a outra classe de seres humanos, mas assim como temos o direito de discordar do presidente também temos o direito de criticar, desaprovar e o que quisermos mais fazer em relação ao homossexualismo, sem, é claro, agredir a estas pessoas que também são amadas de DEUS. Se algum crente disser o contrário está equivocado, é como se diz nas igrejas verdadeiras: - "DEUS não ama o homossexualismo, ele ama o homossexual"!

    Medite sobre isso meu caro colega blogueiro!

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