Roberto Rillo Bíscaro
Imagine que seu namorado(a) resolva gravar algumas canções pra elaborar um CD especialmente pra te dar de presente no dia dos namorados. Imagine também que as canções sejam tão boas, as melodias tão grudentas e a produção tão bem cuidada que o CD acabe despertando a atenção de blogueiros e gente interessada em música eletrônica independente e comece a circular informalmente por aí. Aí, imagine que uma grande companhia fonográfica ouça tanto tititi underground e se interesse em lançar as canções em forma de EP. Finalmente, imagine que uma das canções seja utilizada numa propaganda de TV e desperte mais atenção ainda dum público mais antenado.
Enredo de filme água com açúcar? Não senhores! Foi mais ou menos assim que ocorreu com o Passion Pit, inicialmente projeto romântico do Michael Angelakos. Como tanta gente, primeiramente os conheci pela hipnótica Sleepyhead, com seu clima meio de outro planeta, meio onírico, aqueles vocais fininhos e, o que mais me chamou atenção: os teclados que me lembraram imediatamente o Genesis da fase 1977/78, basta conferir como o Tony Banks pilota seus sintetizadores naquela época, especialmente no álbum Three Sides Live... Depois dessa, tive que ouvir o tal EP, claro! Caiu o queixo.
Em maio deste ano, saiu o primeiro álbum, Manners. Agora os meninos de Boston são oficialmente uma banda. Pra variar, fui ao You Tube procurar faixas e ouvi The Reeling. Quase cai da cadeira, prostrado de joelhos. A melodia e o refrão grudentos estavam lá, os teclados e clima meio de rock progressivo sinfônico estavam igualmente lá. E ainda havia coro infantil no refrão. Golpe baixo dos caras. É pra gente gostar mesmo, fazendo assim, né? Comigo o golpe funcionou 100%! Depois dessa amostra, eu tinha que escutar Manners inteirinho.
A primeira faixa, Make Light, abre com o maior sonzão de teclado genesiano! Ao longo das 11 faixas, as influências vão desfilando na nossa frente: New Order, Kraftwerk, Prince e o pessoal do prog rock sim... A produção é bem redondinha, a sonoridade não tem aresta nenhuma. Tudo feito pra agradar e parecer limpinho mesmo. Limpinho, polido e não ascético e sem gosto. É um clima meio “esquisitinho pra cativar”. Cheio de barulhinhos, como diria a sobrinha acústica dum amigo. Letras sobre sofrimento e melancolia cantadas como acompanhamento de melodias alegres. Todas as composições são de Angelakos, que provou ser um artesão pop de primeira, mesmo que esse pop venha disfarçado com glacê de cor estranha.
GOSTEI. COMO VOCÊ JÁ DISSE TEM MUITO DO GÊNESIS E DO NEW ORDER COM UM TOQUE NAS BATIDAS DO KRAFTWERK. A MÚSICA TEM UM TOQUE RETRÔ, MAS CONSEGUE SER CONTEMPORÂNEA NA ROUPAGEM CYBER. ADOREI!!!
ResponderExcluirADOREI. TEM UM TOQUE RETRÔ COM UMA ROUPAGEM CYBER. AS BATIDAS REALMENTE LEMBRAR ALGUMAS MÚSICAS DAS BANDAS GÊNESIS E NEW ORDER. A PRODUÇÃO MUSICAL NÃO PARA E NÓS TEMOS QUE NOS POLICIAR PARA NÃO FICARMOS DATADOS.
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