terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A ÁFRICA NÃO É SÓ A TANZÂNIA

Sempre que posto artigos sobre os assassinatos de pessoas com albinismo na Tanzânia, me policio pra escrever “em partes da Tanzânia”, uma vez não ser correto afirmar que albinos sejam caçados e mortos no país todo.

Por isso, minha implicância quando leio textos que tratam da perseguição a albinos “africanos”. Temos que tomar muito cuidado pra não reduzir tudo a algum infrutífero mínimo denominador comum! A África é vasta e pluricultural, multiétnica.

Mesmo que exista preconceito em todo continente (e não afirmo que haja), não é justo ou produtivo tecer imagem medonha de um continente inteiro por algo que ocorre sistematicamente em uma pequena fração dele, que, por sinal, é gigantesco!

Leiam a notícia abaixo e vejam como uma das regiões mais pobres do planeta está conseguindo reverter o quadro de preconceito enfrentado pelas pessoas albinas. É um grande exemplo pra nós, brasileiros!

República Centro Africana

Albinos mais integrados na sociedade

É um dos países mais pobres do mundo. Mas, é um exemplo para outras nações africanas na luta contra a discriminação dos albinos. Registraram-se grandes melhorias, nos últimos quatro anos
Campanhas desenvolvidas pela Associação Nacional dos Albinos da República Centro Africana (ANACA) têm contribuido para a integração dos portadores da doença. A mudança de mentalidades, baseada numa maior compreensão do que é o albinismo, diminuiu a discriminação sobre os mesmos. Trata-se de uma alteração genética que afecta pigmentação das pessoas. Os albinos possuem um tom de pele, cabelos e olhos invulgar, o que era encarado como um fenómeno paranormal ou resultado de bruxarias por muitos, noticia a agência Syfia.

Agora, as falsas crenças deram lugar ao respeito e admiração, em algumas escolas da capital do país, Bangui. Yann-Loïck Kémba é o vice-presidente do departamento de jovens da organização. O jovem de 17 anos explica: «Todos querem ser meus amigos». E não é o único a testemunhar a diferença. «Gosto de brincar com ele. Mesmo tendo um tom de pele diferente, não deixa de ser como eu», afirma Pascal Yangakola, acerca de outro albino. Este discurso há apenas dois anos era impossível. Nas escolas, os albinos eram tratados de «fantasma ou descendente de sereias», informa a mesma agência. Alguns alunos eram obrigados a desistir dos estudos e até os professores os consideravam pouco inteligentes.
Contudo, em muitos países africanos, os albinos continuam a ser objecto de violência. A ANACA foi criada em 2002, precisamente para combater os preconceitos existentes em relação à doença. Com a ajuda das Nações Unidas, tem desenvolvido inúmeras campanhas de sensibilização e seminários em Bangui. Em 2003, organizou o primeiro Dia Nacional dos Albinos a 11 de Novembro. A data é pretexto para uma divulgação mais intensa da doença e discriminação a ela associada. O próximo passo é a adopção de uma lei que proteja dos direitos dessa população, nomeadamente nas instituições de ensino.
Cristina Santos FÁTIMA MISSIONÁRIA01-02-2010 • 12:20

(Encontrado em http://www.fatimamissionaria.pt/noticia3.php?recordID=30034&seccao=3 )

(Um pouco de música e de imagens da República Centro Africana.)

Um comentário:

  1. Qualquer tipo de diferença parece que atrai os olhares curiosos de quem não tem o que fazer e não tem sentimento.Esquecem que todo ser tem o seu espaço na sociedade e como tal,continue lutando.A batalha é de todos nós que temos qlguma diferença,dos ditos"normais".
    Um grande abraço,e muita força.

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