Produtores do Globo Repórter, quando vocês farão um programa sobre seres humanos albinos?
Raridade das profundezas
Mergulhadores de cavernas se preparam para entrar em ação vestindo roupas especiais para um trabalho de pesquisa nos subterrâneos da Serra da Bodoquena. Foi a aventura da ciência em busca de novos segredos da natureza. Já foi comprovado que na região vivia o elefante brasileiro da Pré-História, o mastodonte. O animal era um pouco menor e muito mais forte do que os elefantes da África e da Ásia.
Outra descoberta da nossa ciência: o Brasil tem a maior fauna de peixes do mundo, entre 4 mil e 5 mil espécies de água doce e pelo menos 1,3 mil espécies marinhas. Grande parte dessa riqueza de nossas águas ainda é desconhecida. Daí, a missão destes mergulhadores, que foi acompanhada pela equipe do Globo Repórter.
E não foi à toa. O lugar escolhido parece um aquário gigante, uma vitrine de peixes de todos os tamanhos e cores. A mata inteiramente preservada na Serra da Bodoquena é o local da nascente do Rio Formoso. A água sai da pedra cristalina. Em uma caverna vive um peixe desconhecido, que não tem visão.
“A equipe vai procurar esse bicho a partir dos 25 metros de profundidade, onde ele começa a ser encontrado”, anuncia Edmundo Cosat Júnior, biólogo da Universidade de São Paulo (USP).
O biólogo Edmundo Costa Júnior foi quem achou o cascudo albino.
"Pelo menos até onde a ciência conhece esse peixe só existe nessas cavernas”, diz o biólogo.
Eles foram arás do cascudo albino. Logo depois da entrada da caverna, a equipe ficou na mais completa escuridão. Foi preciso recorrer à luz das lanternas. As fendas por onde passaram eram muito estreitas. A previsão era descer a até metros de profundidade. Mas os pesquisadores encontraram o cascudo albino logo aos 20 metros.
Lá estava ele, o raríssimo peixe albino, que só existe nas cavernas da nascente do Rio Formoso. O peixe não é grande. Com a luz, se torna cor-de-rosa. É completamente cego. Quando a câmera aproximou, foi possível perceber que ele não tem olhos. Vive exclusivamente na escuridão das cavernas. Só agora o cascudo albino está sendo estudado pela ciência.
O Rio da Prata é um aquário natural, o paraíso das piraputangas, piaus, dourados, corimbas, pacus, peixes de todas as espécies. Em uma área ainda selvagem do rio, a câmera passou pelos galhos submersos e fez uma grande descoberta. O primeiro contato foi assustador.
Na margem do Rio da Prata foi encontrada uma sucuri, com cerca de cinco metros de comprimento. Ela estava lenta porque comera um animal e a parte central do corpo estava muito dilatada, dificultando a locomoção por dentro d’água.
A serpente nadou ao lado do barco. Seu corpo dourado brilhava com os raios de sol. A sucuri é a anaconda brasileira, a maior cobra dos nossos rios e florestas. Ela chega a medir 12 metros.
A sucuri não conseguia mergulhar porque ainda não tinha digerido o animal que comera, provavelmente, um porco selvagem. Por isso, estava nadando com dificuldade e se refugiou mais uma vez na beira do rio.
A câmera chegou bem perto da sucuri. Ela estava enroscada em um tronco de árvore, onde se sentiu mais protegida. A equipe do Globo Repórter acreditou que a cobra não ia atacar porque estava bem alimentada e aproximou ainda mais a câmera. Ela quase tocou na lente com a língua. Nunca uma sucuri fora vista tão de perto. Mas eles a deixaram em paz, no leito do rio, que é a sua casa.
"É uma janela de absoluta visualização, de um contato íntimo. São raros os locais da natureza que anda restam para que as pessoas possam ter um contato tão sincero e profundo com a natureza de forma recíproca, pois os bichos também não sentem medo, eles chegam bem perto", diz o biólogo José Sabino, professor da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e Região do Pantanal (Uniderp).
O entusiasmo do pesquisador é do tamanho da curiosidade. O professor José Sabino é um descobridor dos tesouros destes rios tão cheios de vida.
"Em geral, os peixes têm orientação regida pela visão durante o dia. À noite, eles se guiam principalmente pelos barbilhões, um tipo de bigode, e pelo sentido do tato. Eles tateiam o fundo do rio e sentem quimicamente o ambiente, percebendo-o por gosto e cheiro. Algumas espécies aproveitam a escuridão para se alimentar. Os predadores aproveitam a desorientação dos peixes diurnos. Um peixe do dia começa a se desorientar com o lusco fusco e um peixe noturno aproveita a situação para atacá-lo. A pouca luminosidade favorece o momento de ataque do peixe noturno", explica o biólogo.
Experiências em um laboratório vivo! Os pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) usaram descarga elétrica para recolher amostras de peixes. Roupas de borracha evitaram o choque. A descarga elétrica não é muito forte e deixa os peixes apenas atordoados. Eles são recolhidos por redes.
"Com esta técnica de coleta, conseguimos fazer uma amostragem boa da faunda de peixes que existem no lugar. O peixe fica tonto com o choque, bóia e a gente captura alguns. Os peixes que a gente não captura não morrem, eles se recuperam depois", esclarece o biólogo Ricardo Corrêa e Castro, da USP.
A captura dos peixes é necessária para a ciência, faz parte da descoberta do mundo submerso. É preciso conhecer para proteger.
"Quando se fala de peixe, a maior parte das pessoas pensa em dourado, jaú, corimba, pintado, peixes grandes. Porém, a gente estima que mais da metade da diversidade de peixes da fauna de água doce da América do Sul é de peixes pequenos, como lambaris, bagres, cascudinhos", acrescenta o biólogo.
Se os peixes pequenos têm imenso valor, imaginem os mamíferos gigantes. Na Serra da Bodoquena vivia o nosso elefante pré-histórico, o mastodonte. As ossadas foram retiradas da caverna a uns 50 metros de profundidade. Os fósseis dos animais pré-históricos retirados pelos pesquisadores na região estão agora no Museu Nacional do Rio de Janeiro.
A partir dos ossos, utilizando recursos de computação gráfica, foram criados o que seria o animal pré-histórico brasileiro.
"Ele tem diferenças marcantes se comparado aos elefantes africano e asiático. Apesar de ser um elefante mais baixo, é muito mais robusto. Um adulto pesava me torno de quatro toneladas e podia atingir quase cinco metros de comprimento. Ele era mais comprido do que alto. Nosso elefante do cerrado brasileiro era um bicho atarracado e forte”, revela o paleontólogo Leandro Salles, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Dez mil anos se passaram. Do nosso mastodonte, só restaram os ossos. Mas os peixes ainda estão vivos. E só dependem das pesquisas e dos cuidados de todos nós.
(Encontrado em http://globoreporter.globo.com/Globoreporter/0,19125,VGC0-2703-4030-1-63087,00.html )
(Os ingleses Steve Morris e Gillian Gilbert, respectivamente, baterista e tecladista da minha amada New Order, decidiram formar o duo The Other Two e, em 1991, se saíram com essa delícia de single. Realmente, o peixe mais saboroso que já vi. Quando toca isso no mp3, tenho vontade de sair pulando na rua!)
Olá, Dr. Albee.
ResponderExcluirTo passando só pra dizer que já está no ar (youtube) o clip com as fotos de Vitória da Conquista (este vídeo estava quase virando uma lenda)
Quero comunicar em primeira mão, que me apropriei da tua vóz (da entrevista a TV Câmara de Penápolis) para narrar o video
Albinismo e Diversidade Humana
http://www.youtube.com/watch?v=Po-Mi2ge0pU
que mundo é esse?
ResponderExcluirnada contra se estudar biologia animal, fauna, flora, etc... mas já reparou que em relação ao albinismo os animais recebem mais destaque dos q as pessoas na mídia? eita nós...
O cascudo albino nao é tão raro assim ele é vendido em sites de aquarismo.
ResponderExcluiresse cascudo e incrivel albino aqui no ceara conhecido como bodó
ResponderExcluirque cascudo bonito incrivel aqui no ceara e conhecido como bodo
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