Projeto de inclusão digital de brasileiros vence prêmio do BID
O projeto F123org foi criado em meados de 2008 e tem por objetivo popularizar tecnologias de baixo custo que auxiliem pessoas com deficiência visual e motora
Um projeto brasileiro desenvolvido pelos paranaenses Fernando Botelho e Flávia de Paula foi o vencedor do Prêmio A World of Solutions, promovido pelo BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento. O projeto F123org foi criado em meados de 2008 e tem por objetivo popularizar tecnologias de baixo custo que auxiliem pessoas com deficiência visual e motora.
Fernando é deficiente visual desde os 17 anos por uma doença chamada Retinose Pigmentar. Apesar das dificuldades iniciais ele se formou em Sociologia, na Cornell University, nos Estados Unidos; e posteriormente realizou um mestrado em Relações Internacionais, na Georgetown University. Já realizou trabalhos para o setor privado e público em cidades como Nova York, Genebra e Zurique.
Com sua experiência de vida, Fernando, em parceria com Flávia, percebeu a necessidade de ajudar outros deficientes no acesso ao mundo digital. Segundo a World Blind Union há 180 milhões de cegos e deficientes visuais no mundo todo.
Fernando e Flávia desenvolveram uma forma fácil e barata de instalar em pen drives todo o software que uma pessoa com deficiência visual precisa para usar um computador, incluindo sistema operacional, aplicativos, tecnologias assistivas como leitor de tela ou teclado virtual.
"Uma pequena modificação na sequência de inicialização do BIOS de um computador permite que a pessoa com deficiência use praticamente qualquer computador sem a necessidade de instalar nada", revela o sociólogo.
O pen drive denominado F123org é o disco que contém tudo que o usuário precisa para navegar na Internet e trabalhar com documentos, planilhas eletrônicas, e-mails e mensagens instantâneas. "Normalmente pessoas com deficiência visual em países em desenvolvimento são forçadas a usar softwares gratuitos extramamente limitados, já que uma única cópia de um leitor de tela convencional pode chegar a custar o equivalente a três ou quatro computadores", explica Fernando. Uma pequena minoria, como ele, tem a oportunidade de ter acesso e aprender a usar softwares caros e assim que tenta encontrar emprego ou fazer um estágio descobre que o preço dessa tecnologia adiciona mais uma barreira em um processo que já é difícil.
"O F123org quebra um círculo de dependência e vulnerabilidade, facilitando o acesso às tecnologias baratas e de fácil uso", revela Flávia. Por meio do prêmio, a Botelho & Paula, consultoria que presta serviços de assessoria técnica em desenho e gestão de projetos nas áreas de redução de pobreza, tecnologia, e deficiência - será contratada do BID para transferir essa tecnologia para seis países de língua espanhola: Argentina, Costa Rica, El Salvador, Equador, Peru e Uruguai. Segundo Flávia, no Brasil, o projeto F123org está em fase inicial de implementação, por meio de uma parceria com a Ong Mais Diferenças.
"Com este projeto, escolas, universidades, empresas e governos preocupados com a inclusão digital de pessoas com deficiência terão uma ferramenta de inclusão fácil e barata que poderá ser utilizada em grande escala,já que software caro deixou de ser um obstáculo," finaliza Fernando.
(Encontrado em http://saci.org.br/index.php?modulo=akemi¶metro=27895)
(Pinheiros do Paraná, que bom, tê-los como areia no mar...)
sábado, 6 de fevereiro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Q bom, nós aqui da Ufmt agradecemos... e tenho certeza todas as outras Uf's... mesmo com apoio do Finep nao é facil equipar tudo.
ResponderExcluir