No dia 5 de fevereiro, postei um texto a respeito de termos que devem ser evitados quando se quer tratar sobre pessoas ditas “diferentes” (o que por si já é complicado porque todo mundo é diferente...). Sugiro a leitura dessa postagem, que se encontra em http://www.albinoincoerente.com/2010/02/terminologia.html
Desde o ano passado, o albinismo se tornou pauta mais comum nos meios de comunicação brasileiros, graças ao trabalho de diversas pessoas que estão se mobilizando em diversas regiões do país para narrar experiências e lutar por direitos.
Artigos em jornais, blogs, rádios e TVs (as revistas estão dormindo no ponto, vocês perceberam?) têm dado destaque ao assunto e contribuído nessa importante empreitada.
Ocorre que diversas vezes tenho notado o uso do termo “pessoas normais” para se referir àquelas que não são albinas. Faz-se necessário começar a corrigir isso.
O uso do termo “normal” para os não-albinos nos faz supor que somos “anormais”! O adequado é simplesmente dizer “pessoas não-albinas”. Fácil.
O que é “normal”? Algo que se constitui em regra, rotina? Sendo assim, os indivíduos com cabelo seriam “normais” e os sem, “anormais”?
“Normal” é um termo que apresenta insidiosa carga preconceituosa porque divide os seres em categorias que sempre oprimem aqueles que não se adéquam a determinados parâmetros estéticos, definidos por grupos dominantes.
Não se trata aqui de denunciar como preconceituosos nossos aliados que usam esse termo. Longe disso. Muitos “diferentes” também usam a expressão.
A palavra “normal” está tão “normalizada” que a usamos sem perceber a armadilha escondida nela.
Sugiro, pois, abolir o uso de “pessoa normal” ao se referir ao não-albino, não-autista ou não-qualquer-outra-coisa.
Basta falar não-albino.
domingo, 16 de maio de 2010
“NORMAL”
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Olá, Roberto!
ResponderExcluirAdorei essa sua postagem! Eu ia fazer uma igual no meu blog, mas depois dessa explicou tudo! Realmente dizer que as pessoas comuns são "normais" é uma mania, pelo menos no meu caso, quando eu deixo escapar esse termo. Às vezes eu falo com total ironia querendo dizer o quanto as vezes ser "normal" é chato... Eu não sou normal, rs!
bjs