quarta-feira, 2 de junho de 2010

UMA ALMA ALBINA NA CIDADE SOL

Outra pessoa com albinismo decidiu compartilhar algumas de suas experiências conosco. É a Edivane, lá da Bahia, terra da gloriosa APALBA.

Fico meio corado em ser classificado como “ídolo’, mas agradeço de coração, Edivane!

UMA ALMA ALBINA (também titulo de meu blog)

Meu nome é Edivane Souza Santos, tenho 23 anos e sou estudante de Biologia pela UESB. Sou de Jequié, Bahia, para meu desespero, conhecida como “cidade sol”. Vou relatar pela 1ª vez, em poucas palavras, um pouco de minha vida para que todos possam me conhecer melhor, a pedido de meu mais novo amigo e ídolo, Roberto Bíscaro.

Sou a única albina numa família de negros. Isso com certeza chocou e choca muitagente até hoje. Quando criança, sofria por minha mãe não deixar que fizesse as mesmas coisas que as outras crianças, como brincar ao sol. Porém, no auge de uma teimosia que reina ate hoje em mim, não ouvia esses conselhos (o que me trouxe conseqüências mais tarde).

No colégio, a dificuldade de ver o que estava escrito no quadro não atrapalhava, pois adotei a maneira de anotar quando o professor explicava. Isso ajudava muito, porque ele falava coisas importantes que às vezes não havia escrito. O ruim era quando não explicava; ai tinha que perguntar a um ou outro. Mas, no geral os outros é que procuravam saber de mim o que o professor tinha apresentado na aula.

Até chegar à faculdade não tive dificuldade e tudo seguiu lindamente, a não ser pelos trabalhos de campo, porque tenho que ir como um embrulho!

Sempre houve muito preconceito com relação a minha cor. Sempre tive muitos apelidos como: Sol, vela, macarrão e outros. Mas, nunca me importei muito com isso... Que culpa tenho eu se as pessoas são desinfornadas e preconceituosas? O único fato de não me sentir diminuída perante os outros é que sempre tive uma família que sempre cuidou de mim e, junto a eles, amigos maravilhosos. Uns que passaram, outros que, mesmo de longe ainda fazem parte de mim, e, os novos, que torcem por mim e me cuidam a todo instaste.

Mais do que Eu, minha família, sendo negra, também sofreu muito preconceito. As pessoas - ao contrário do que fazem comigo, quando cochicham - descriminam na cara. Tive muita sorte por nunca precisar bater boca ou brigar com alguém na rua por me discriminar, minha família e meus amigos sempre me defenderam com unhas e dentes e não deixavam que falassem de mim (OBRIGADA A TODOS!).

Devido a erros passados pelo fato de não compreender porque só Eu não podia ficar exposta ao sol, descobri em meio a mais uma consulta dermatológica, que tinha câncer de pele. Minha pele estava envelhecendo e corria o risco de adquirir outros problemas. Era muito difícil cumprir todas as restrições médicas, por fazer um calor danado na cidade e ter que sempre estar de roupas compridas. Tratei esse câncer nas costas, graças a Deus que não era maligno...

É muito difícil para uma pessoa que adora sair, estar com os amigos e ama o mar, não tomar nem sequer um pouco de sol, embora vá na praia e fique indo dá água para a sombra...

É certo que sofremos preconceito por pessoas que são de certo modo ignorantes, mas dói muito se sentir discriminado quando vamos fazer uma entrevista de emprego. Mesmo que tenhamos um currículo muito bom, na hora que olhamos para o empregador, vemos em seus olhos que não é o perfil que buscam; na verdade queriam dizer: “se você não fosse dessa cor!...” È de frustrar qualquer um. Por isso, quero a minha graduação. Vou mostrar que sou capaz!

Atualmente, trabalho na universidade onde estudo e a vida segue, sempre tirando um tempinho para ser feliz com os amigos, fazendo a família feliz e sendo feliz junto a ela, e agora engajando na luta pela nossa causa.

Melhor não comentar sobre minha vida amorosa, porque não sou a pessoa mais indicada para falar disso... Sabe quando a pessoa não tem sorte nem no jogo nem no amor? Pois sou Eu! Mas, tenho uma ótima família e amigos que me amam.

No mais, sou uma das pessoas mais felizes do mundo!

(Conheçamos um pouco da Cidade Sol.)

3 comentários:

  1. Muito obrigado por agora ter um post meu e seu Blog. Agora também sou uma pessoa chick! rsrsrsrsrs...
    Abraços e espero que gostem de um pouco de minha história.

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  2. Adorei a história,sei como é viver,num mundo de preconceito,pq me tornei cadeirante ainda na juventude,mas a vida segue... Adorei a história e blog,tbm tenho um blog que ali coloco tudo que vejo e passo..bjs

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  3. Oi adorei o teu blog. visite o meu sobre sindrome, Obrigado desde já.

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