TIME DE FUTEBOL ALBINO NA TANZÂNIA II

Antes de viajar, postei sobre o Albino United, time de futebol tanzaniano, composto por pessoas com albinismo. http://www.albinoincoerente.com/2010/07/time-de-futebol-albino-na-tanzania.html Os vídeos da postagem estão em inglês, e, na pressa dos últimos acertos pra viagem, não tive tempo de dão maiores informações aos leitores que não entendem inglês.

A reportagem no You Tube começa situando o espectador na situação de multiplicidade étnica da Tanzânia e afirma que a população albina do país – estimada em 170 mil – sofre discriminação diária. Em seguida, o presidente da associação dos albinos explica que desenvolvem um trabalho de conscientização a respeito do que é o albinismo, a fim de reduzir a violência sofrida pelos albinos tanzanianos. Rituais de bruxaria, onde partes do corpo de pessoas albinas são usadas, tem sido responsáveis pela mutilação e assassinato de dezenas de albinos. Acredita-se que tais poções tragam riqueza e sorte para quem as utilizar.

Aproximadamente aos 2:25 minutos de vídeo é que se começa a discorrer sobre o time de futebol albino, criado em 2008, que treina ao anoitecer, num campo dilapidado em frente ao prédio da associação dos albinos. O criador do Albino United, foi um empresário não-albino, que deseja usar o amor quase unânime da população pelo futebol para mostrar que albinos são seres humanos como quaisquer outros e não merecem ser caçados como animais.

Muitas famílias escondem seus filhos albinos, por vergonha, e isso lhes afeta enormemente a auto-estima. No campo, porém, sentem-se aceitos e capazes. A despeito de ter sido desencorajado por muitos, o técnico do time (não-albino) seguiu em frente em seu trabalho voluntário para provar que pessoas albinas eram capazes de jogar futebol.

Em essência, é isso que diz o vídeo do You Tube.

Acho essa notícia sobre o time de futebol albino extremamente importante e gostaria que fosse repercutida o máximo possível. Primeiro, porque é uma notícia animadora de um local que nos tem trazidos tantas más. Segundo, para mostrar que não é toda a Tanzânia que compactua com a bruxaria. Finalmente, para percebermos que os albinos tanzanianos não estão aceitando passivamente a situação em que se encontram. Dentro de seu possível, estão em processo de luta. E isso é essencial.