Pais vendem filho por ser albino – denuncia presidente da associação de defesa das pessoas portadoras de albinismo após audiência com o PR
A PRESIDENTE da “Associação Defendendo os Nossos Direitos”, uma organização que luta em prol da população albina, denunciou ontem, em Maputo, a discriminação social de que esta tem sido vítima mesmo no seio da família, revelando que um casal chegou a vender o seu filho por ser portador daquela pigmentação.
Falando à Imprensa no término de uma audiência concedida pelo Presidente da República, Armando Guebuza, Ana Grabiela explicou que este triste episódio ocorreu no ano passado na província nortenha de Cabo Delgado.
A Associação Defendendo os Nossos Direitos foi criada em 2009, por um grupo de albinos que luta pela defesa dos seus direitos.Na ocasião, Gabriela esclareceu que, felizmente, a situação dos albinos em Moçambique difere da dos de Tanzânia, Burundi e outros países da África Oriental, onde no ano passado foi reportado o assassinato de pelo menos de 60 albinos, para usar partes do seu corpo para o fabrico de amuletos e poções mágicas.
Contudo, disse Gabriela, “a inserção social dos albinos é difícil até nas suas casas, onde são discriminados pelos seus próprios pais. No ano passado, soubemos de um caso de pais que venderam o seu filho por ser albino”, disse, acrescentando que o albino em causa foi vendido a cidadãos estrangeiros.
Este é um simples exemplo das dificuldades vividas pelos albinos em Moçambique e que foram relatados ontem ao Chefe do Estado por este grupo social, durante um encontro realizado na Presidência da República.
Na lista dos entraves constam também as dificuldades enfrentadas por este grupo no acesso à escola e ao emprego.
Por outro lado, Gabriela disse que os albinos enfrentam o problema da falta de medicamentos para a sua protecção contra os raios solares, pois os poucos locais onde são comercializados, os mesmos são vendidos a preços exorbitantes.
Na audiência, a associação fez um breve relato sobre os êxitos alcançados por este grupo social em 2009, destacando-se a redução do tempo de espera para uma consulta com um médico especialista.
Assim, o tempo de espera reduziu de dois a três meses para um dia a uma semana, fruto de um memorando de entendimento assinado entre a associação e o Ministério da Saúde.
Porém, apesar do memorando de entendimento ser válido em todo o país, este êxito apenas beneficia os albinos residentes na cidade de Maputo, porque noutras províncias continuam a aguardar meses a fio para serem observados por um médico.
(Encontrado em http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2010/09/pais-vendem-filho-por-ser-albino-denuncia-presidente-da-associa%C3%A7%C3%A3o-de-defesa-das-pessoas-portadoras-de-albinismo-ap%C3%B3s.html#tp)
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