segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

ALBINISMO E AQUECIMENTO GLOBAL

Traduzi uma reportagem de um jornal do Malawi a respeito dos efeitos nocivos e preocupantes do aquecimento global nas pessoas com albinismo. Veremos se o governo Dilma vai olhar pros albinos brasileiros também!

Albinos Querem Participar das Discussões sobre Mudanças Climáticas

Os efeitos das mudanças climáticas preocupam a todos, mas, para as pessoas com albinismo a questão é mais crucial. Com o término da conferência sobre o clima, em Cancun, no México, concluiu-se que 2010 está entre os anos mais quentes já registrados. Os albinos enfrentam ameaça imediata às suas vidas, uma vez que não suportam temperaturas altas.
Tal situação levou os albinos do Malawi a protestarem, ao notarem que seu problema não tem sido objeto de consideração especial nas discussões sobre as mudanças climáticas e seus efeitos, uma vez que a elevação da temperatura dos mares já está afetando sua saúde.
Ao se observar Jameson Tambala, 18, em uma oficina de treinamento de mídia em Liwonde, Balaka, podia-se facilmente constatar seu enorme desconforto perante uma temperatura de 35º C.
Sua pele tinha um aspecto cor de rosa pálido e seus olhos estavam mortiços. Com um semblante triste, ele declarou que sua saúde é afetada diretamente pelo calor extremo.
“Tinha dificuldades para me concentrar nos estudos até recentemente, quando me mudei para a escola Montfort Demonstration, em Nguludi,” disse o garoto de voz suave, natural de Lompwa Village, T/A Chikowi, em Zomba.
“Quando me exponho aos raios do sol ou mesmo ao calor, desenvolvo lesões e isso é uma preocupação para minha saúde”, afirmou.
Maynard Zachariah, da Associação de Albinos do Malawi, afirmou que embora tenham obtido notícias a respeito das negociações sobre os efeitos das mudanças climáticas, os governos não tem levado o problema dos albinos em consideração.
“Com esse calor extremo, o direito á vida dos albinos é diretamente afetado. Sentimos que não estamos incluídos nessas discussões. As alterações climáticas tem realmente afetado as pessoas com albinismo e muitos morreram devido ao excessivo calor”, queixou-se Zachariah.
Ele acrescentou: “nossa pele é muito sensível ao calor e temos assistido recentemente a um aumento no câncer de pele, resultando na morte de muitos albinos. O governo ignora o direito á vida dos albinos. Eles se preocupam com os alimentos e as florestas, enquanto há pessoas morrendo.”
Zachariah, no entanto, não foi capaz de fornecer números sobre quantos albinos existem no país, nem de quantos já faleceram em virtude do calor.
Ele disse, porém, que cerca de 400 albinos estão registrados para tratamento no Queen Elizabeth Central Hospital, em Blantyre e 300 se tratam no Kamuzu Central Hospital, em Lilongwe. Existem muitos mais em outras áreas, sem acesso à tratamento.
“A ausência de bloqueadores solares no interior do Malawi significa que muitos albinos desenvolvem lesões na pele, que eventualmente resultam em câncer”, explicou Zachariah.
Ele reivindicou que o governo considere as pessoas albinas em sua política de redução e adaptação às mudanças climáticas,, garantindo o fornecimento de protetor solar, chapéus e óculos do sol.
Mussa Chiwaula, diretor executivo da Federação das Associações de Deficientes do Malawi, salientou que o aquecimento global tem afetado mais os albinos, especialmente quando expostos ao calor excessivo que o país tem experimentado recentemente.
“Estamos preocupados porque quase nada está sendo feito para proteger essas pessoas. As alterações no clima tem efeitos adversos sobre as pessoas albinas. Elas são suscetíveis ao câncer de pele”, afirma.
Chiwaula relatou que a Federação vai contatar o governo no sentido de disponibilizar fundos provenientes de conferências internacionais sobre aquecimento global, para serem usados na compra de bloqueadores solares para os albinos.
Ele reclamou que o Departamento para Gestão de Catástrofes não tem se esforçado para planejar estratégias de salvamento de pessoas com deficiências, durante desastres climáticos como tempestades ou enchentes.
O Ministro das Minas, Energia e Meio-Ambiente, Grain Malunga, reconheceu que o governo deixou os albinos de lado em suas políticas de adaptação às alterações climáticas.
Ele contou que na área de saúde, o foco tem sido a malária e as doenças transmitidas pela água, durante inundações.
Os dados mais recentes da Organização Mundial de Meteorologia (OMM), divulgados em 11 de dezembro, mostraram que a temperatura global no mar e na terra está entre as mais altas registradas desde 1850.
A análise final dos dados, no início de 2011, indicará se 2010 superará 1998 e 2005, os anos mais quentes até agora. Áreas mais quentes do que o normal incluem a África, Canadá e Groelândia.

(Encontrado em http://www.nationmw.net/index.php?option=com_content&view=article&id=11426:albinos-want-to-feature-in-climate-change-talk&catid=119:national-news&Itemid=125 )

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