Nossa seção de superação vem misturada com cinema. Você conhecerá um pouco da história de João Júlio Antunes, cineasta brasileiro que também é cego.
Morador de Braslândia é o primeiro cineasta cego do país
"O tempo é tão grande dentro de mim"... Essa é a primeira explanação do único cineasta cego do país João Júlio Antunes, ao relatar sua história para o Jornal O Grito. Aos 44 anos, Antunes que nasceu em Brasília, realiza um de seus maiores sonhos 'fazer um filme', "quando eu era pequeno me lembro da primeira cena de televisão que vi, foi uma parte da novela Irmãos Coragem (1970), a partir daí eu já sabia o que queria fazer da vida", relatou Antunes ao nos receber em sua casa na quadra 35 da Vila São José. Ele está morando em Brazlândia há um ano por conta de um tratamento de saúde.
Tudo começou em 1980, quando João conheceu o teatro, "aquilo me trazia muita alegria fiz peças como o Coelhinho Pitomba que ficou em cartaz no Teatro Nacional por um ano, o Dragão Encantado e A Bruxa Colorida, espetáculos que foram apresentados em várias cidades satélites", relatou - daí até os anos 90 foram vários trabalhos realizados em prol da cultura. Em 1996, João Júlio que na época tinha 30 anos, perdeu a visão por conta de uma doença denominada retinose pigmentar, onde em uma das partes do olho, a retina, as células que recebem a luz morrem e aos poucos o portador perde a visão.
No entanto, a história de superação não termina aí, em 2004 João lançou-se candidato ao cargo de deputado distrital e após passar mal foi detectada outra doença que o levou à hemodiálise, procedimento médico que realiza até hoje, "tive muitas lutas e não deixei as coisas ruins me abaterem, a ideia do filme se concretizou após eu descobrir que precisaria fazer hemodiálise e uma grande amiga Dolores Tomé me apresentou ao Secretário de Cultura do DF Silvestre Gorgulho, assim começou a história de Uma vela para Deus e outra para Beto", começou aí a saga para encontrar um roteirista e um diretor para realizar o curta-metragem.
João se empenhou em tirar seu Diploma de Proponente (documento emitido pela Secretaria de Cultura para pessoas que comprovem que trabalham com arte há mais de 3 anos), para que pudesse fazer um filme. Logo após, conheceu José Luis Mazzaro roteirista de seu curta - Uma vela para Deus e outra para Beto - onde a história conta sobre a vida de Beto, um banqueiro que, aconselhado por um padre sobre as verdades da vida, abre mão de toda sua fortuna para ser monge, o roteiro do filme conta ainda com a vertente da inclusão social, pois uma das atrizes é cadeirante. O filme ainda conta com o trabalho do produtor e diretor de fotografia Cláudio Luis de Oliveira.
Muitos perguntam como uma pessoa cega consegue dirigir um filme? João diz que com muita sensibilidade e com os quadros da sua memória visual em sua mente ainda vivos, dirige as cenas, "quero mostrar para as pessoas que não existe dificuldade que não possam ser superadas de alguma forma", disse - fica ai uma grande lição.
A obra tem patrocínio da Petrobrás e apoio da Secretaria de Cultura pelo Fundo de Arte e Cultura (FAC), foi produzido pela Konim Cinema e Vídeo Comunicação e a idéia é que ele seja exibido, após o lançamento que está previsto para 2011 nas escolas públicas, universidades e simpósios. Os DVD's terão audiodescrição, técnica que relata as cenas para os deficientes visuais e a capa será impressa em braile, libras. Um fato interessante é que no filme, nenhum personagem se comunica de costas para que os surdos possam fazer a leitura labial, ou seja, o enquadramento labial.
Serviço: João Júlio Antunes quer montar um espetáculo de teatro e pede para pessoas que tenham noção ou sejam atores, entrem em contato com ele pelo telefone (61) 9287 2369 ou pelo e-mail joaojulio.diretor@gmail.com .
(Encontrado em http://blogdaaudiodescricao.blogspot.com/2011/01/morador-de-braslandia-e-o-primeiro.html#more)
Morador de Braslândia é o primeiro cineasta cego do país
"O tempo é tão grande dentro de mim"... Essa é a primeira explanação do único cineasta cego do país João Júlio Antunes, ao relatar sua história para o Jornal O Grito. Aos 44 anos, Antunes que nasceu em Brasília, realiza um de seus maiores sonhos 'fazer um filme', "quando eu era pequeno me lembro da primeira cena de televisão que vi, foi uma parte da novela Irmãos Coragem (1970), a partir daí eu já sabia o que queria fazer da vida", relatou Antunes ao nos receber em sua casa na quadra 35 da Vila São José. Ele está morando em Brazlândia há um ano por conta de um tratamento de saúde.
Tudo começou em 1980, quando João conheceu o teatro, "aquilo me trazia muita alegria fiz peças como o Coelhinho Pitomba que ficou em cartaz no Teatro Nacional por um ano, o Dragão Encantado e A Bruxa Colorida, espetáculos que foram apresentados em várias cidades satélites", relatou - daí até os anos 90 foram vários trabalhos realizados em prol da cultura. Em 1996, João Júlio que na época tinha 30 anos, perdeu a visão por conta de uma doença denominada retinose pigmentar, onde em uma das partes do olho, a retina, as células que recebem a luz morrem e aos poucos o portador perde a visão.
No entanto, a história de superação não termina aí, em 2004 João lançou-se candidato ao cargo de deputado distrital e após passar mal foi detectada outra doença que o levou à hemodiálise, procedimento médico que realiza até hoje, "tive muitas lutas e não deixei as coisas ruins me abaterem, a ideia do filme se concretizou após eu descobrir que precisaria fazer hemodiálise e uma grande amiga Dolores Tomé me apresentou ao Secretário de Cultura do DF Silvestre Gorgulho, assim começou a história de Uma vela para Deus e outra para Beto", começou aí a saga para encontrar um roteirista e um diretor para realizar o curta-metragem.
João se empenhou em tirar seu Diploma de Proponente (documento emitido pela Secretaria de Cultura para pessoas que comprovem que trabalham com arte há mais de 3 anos), para que pudesse fazer um filme. Logo após, conheceu José Luis Mazzaro roteirista de seu curta - Uma vela para Deus e outra para Beto - onde a história conta sobre a vida de Beto, um banqueiro que, aconselhado por um padre sobre as verdades da vida, abre mão de toda sua fortuna para ser monge, o roteiro do filme conta ainda com a vertente da inclusão social, pois uma das atrizes é cadeirante. O filme ainda conta com o trabalho do produtor e diretor de fotografia Cláudio Luis de Oliveira.
Muitos perguntam como uma pessoa cega consegue dirigir um filme? João diz que com muita sensibilidade e com os quadros da sua memória visual em sua mente ainda vivos, dirige as cenas, "quero mostrar para as pessoas que não existe dificuldade que não possam ser superadas de alguma forma", disse - fica ai uma grande lição.
A obra tem patrocínio da Petrobrás e apoio da Secretaria de Cultura pelo Fundo de Arte e Cultura (FAC), foi produzido pela Konim Cinema e Vídeo Comunicação e a idéia é que ele seja exibido, após o lançamento que está previsto para 2011 nas escolas públicas, universidades e simpósios. Os DVD's terão audiodescrição, técnica que relata as cenas para os deficientes visuais e a capa será impressa em braile, libras. Um fato interessante é que no filme, nenhum personagem se comunica de costas para que os surdos possam fazer a leitura labial, ou seja, o enquadramento labial.
Serviço: João Júlio Antunes quer montar um espetáculo de teatro e pede para pessoas que tenham noção ou sejam atores, entrem em contato com ele pelo telefone (61) 9287 2369 ou pelo e-mail joaojulio.diretor@gmail.com .
(Encontrado em http://blogdaaudiodescricao.blogspot.com/2011/01/morador-de-braslandia-e-o-primeiro.html#more)
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