domingo, 9 de janeiro de 2011

PALAVRINHA FINAL SOBRE O CASAL TEMER

A postagem motivada pelos comentários maldosos acerca do casal Michel-Marcela Temer foi uma das campeãs de acesso esta semana: mais de 1200 http://www.albinoincoerente.com/2011/01/marcela-e-michel-ou-inveja-e.html
As opiniões dos leitores foram positivas e contrárias à atitude preconceituosa. Pelo menos as dos que escolheram comentar publicamente. A publicação de comentários no blog está sujeita à moderação. Ajo assim para evitar spam, mas garanto que nenhuma opinião foi rejeitada ou deletada para se adequar às idéias expressas em meu texto. Este espaço é democrático.
Recebi, porém, um par de emails indagando se Marcela teria se casado com Temer se ele fosse pobre e “sem importância” (como se alguém pudesse ser desimportante!). Não os respondi por dois motivos.
Primeiramente, porque os remetentes já tinham resposta para as perguntas, meramente retóricas. “Apostavam” que ela não se casaria. Eu poderia ter usado meu senso de humor e dado a resposta costumeira quando me indagam coisas que exigem poderes sobrenaturais, que não possuo: “não posso te responder isso porque minha bola de cristal se quebrou no parto”. Sempre muito ocupado e temendo que o bom humor fosse confundido com grosseria, deixei de lado.
Mais importante, entretanto, é que tais questões são irreais. Mera especulação. Fato: o Temer que Marcela conheceu é o homem mais velho e com alto nível socioeconômico. Ponto. Debater algo construído nos termos propostos nos emails equivaleria a discutir o sexo dos anjos.
Como na postagem anterior, peço que deixemos o casal de lado e alarguemos o raciocínio. Imaginemos outro casal: dois jovens bancários decidem se casar. Vocês já ouviram alguém perguntar: “será que ele teria casado com ela se ela não tivesse uma perna”? “Será que ela se casaria com ele se ele fosse catador de papel?”
Provavelmente os leitores jamais ouviram algo semelhante e se escutassem achariam o questionador mórbido ou espírito de porco. Com toda razão!
Repararam que essas perguntas envenenadas só ocorrem quando existe disparidade social e etária entre os parceiros? É como se só pudesse existir amor dentro do confinamento de cada classe social. Voltamos à questão da postagem anterior, ou seja, a única possibilidade para um amor “verdadeiro” é a paridade dos casais. Cadeirante colm cadeirante, albino com albino...
Além disso, creio que seja outra manifestação da desvalorização do indivíduo mais velho, que, segundo essa visão, só vale pelo que tem e não pelo que é.

Um comentário:

  1. Márcia Vasconcellos9 de janeiro de 2011 às 23:06

    Excelente seu comentário acerca do preconceito (meramente etário e sócio-económico, creio eu) ao casal Temer e Marcela... As pessoas deveriam preocupar-se mais consigo próprias no que diz respeito a auto-lapidação, ganho de sabedoria e enriquecimento espiritual, algo que, certamente, não conquistamos quando desperdiçamos nosso valioso tempo tomando conta da vida alheia... Costumamos falar por cá (na Bahia): ME POUPE! Abraços.

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