Roberto Rillo Bíscaro
A maior parte dos artistas cujos vídeos uso pra ilustrar postagens são dos anos 80. Quase sempre ao falar de algum álbum de banda contemporânea, cito suas influências oitentistas. Aliás, oitentista é palavra freqüente no blog. Já me escreveram dizendo que apreciam as “músicas antigas” que coloco. Sei que são antigas, mas pra mim soam tão frescas quanto na época em que foram lançadas.
Coisa da quem atingiu a meia-idade... Não nego ser ainda um pouco estranho constatar que um álbum, filme, série ou artista que adoro, tenha feito sucesso há um quarto de século! Já me conformei que meus alunos adolescentes e jovens não saibam direito – ou sequer façam ideia – quem é Kate Bush, o grupo Zero ou Renée de Vielmond. Há tempos parei de usar canções dos anos 80 pra tirar exemplos de orações em inglês. Querer que conheçam I Want Your Sex, do George Michael, deve ser o mesmo que esperar que eu conhecesse – e curtisse – algo dos anos 50, quando vivia o auge do Duran Duran! Geração diferente, referenciais distintos. Agora entendo bem meus amigos 50tões e 60tões se desmanchando pelos Beatles e Cely Campelo. Não que não os admire, mas, não fazem parte do meu universo emocional, como Phil Collins e o grupo Metrô. Os últimos não excluem os primeiros, mas aqueles não fazem parte de minha história vivida. Claro que admito e até conheço quem se apegue mais a coisas anteriores a “seu tempo”. Mas, não consigo.
Embora goste mais de mim hoje e não deseje retornar à insegurança e à baixa auto-estima de outrora, o “meu tempo” é a segunda metade dos anos 70 e, principalmente, a década de 80. Claro que a atualidade é melhor, com internet, celular e uma conta bancária mais gorda. Mas, quando ouço “Louco Amor”, da Gang 90, lembro do segundo colegial, ou melhor, de enforcar aulas só pra assistir aos últimos capítulos da novela homônima por causa da Bruna Lombardi, da Bia Seidl e da Tereza Raquel! Junto com isso, as conversas com os colegas no pátio da escola. Mesmo me preferindo na atualidade, às vezes dou aquela escorregadela básica e sinto saudades de quando as avaliações escolares eram meus maiores “problemas” e todos os queridos tios eram vivos. Felizmente, tive adolescência e juventude livres de grandes tragédias... Assim, fica fácil idealizar, mesmo assim não o faço, pois também me recordo da barra pesada do axincalhamento por ser albino e da perene falta de grana. Filho orgulhoso da comunicação de massa, buscava refúgio nela e nos amigos pra fugir ao preconceito. Daí, talvez, ser tão apegado aos referenciais oitentistas.
Tudo isso pra dizer que abro um novo marcador no blog, a saber, Anos 80. Sem dia específico pra postagem, reservarei o espaço pra tratar de coisas pertinentes ao “meu tempo”. Músicas, séries, comerciais, programas de TV, cenas de novelas.
Sei que alguns se referem aos anos 80 como a década perdida, devido à estagnação econômica latino-americana, à ascensão neoliberal graças à Maggie Thatcher e a Ronnie Reagan e não sei o quê mais. Foram anos difíceis (alguém pode me dizer quais não o são?), mas também foram os anos da abertura política e das Diretas Já.
Não me importa. Como cantava Guilherme Arantes em Lance Legal: “se há uma crise lá fora, não fui eu que fiz!” Com todas as barras, pra mim a década está longe de ter se perdido. Foi durante 1980-1990, na pequena Penápolis, que localizo o grande salto tigrino de começar a tomar as rédeas de minha vida e assumir o centro do palco, até então imposto a mim pelas pessoas que me xingavam ou apontavam na rua. Foi nesse período que comecei a trabalhar e a estudar inglês, idioma que abracei como profissão e me deu tudo o que tenho.
Não, realmente não idealizo os anos 80 e também gosto de muitas coisas que vieram antes e depois. Mas, eles são por demais especiais e adoro falar/escrever sobre o período, o qual, modéstia bem pouco à parte, conheço bem. Por isso, o cantinho Anos 80 no blog. Espero que os leitores tenham o mesmo prazer que experimentarei ao escrever as postagens pra guardar nele.
EU infelizmente lembro dos anos 80 com tantas saudades que dói..foram os anos mais felizes da minha vida..a decada de 90: minha fase adulta..foi dificil, marcada por acontecimentos tristes. Porém em alguns dos momenots felizes tenho a musica como lembrança , nesta época eram som da hause music /ritmos dancantes.Gostava do Daubleyou.
ResponderExcluirConheci infinitas bandas dos anos 80( pela tv e claro).Eu morava no interior(roça), mas sempre fui apaixonada por musicas, e dai descobri um canal na rede Bandeirantes, um programa com com video clip comandado por Serginho Café. Ele me apresentou o U-2, MADONNA, TITÃS, ZERO , PLEBE RUDE, SIMPLES MINDS. QUEM, KISS,ELTON JONH, MICHAELJACKSON, RPM,JONH LENNON, CINDY LAUPER, AHA, TEARS FOR TEARS,GAZEBO(ILIKE CHOPIN), NEWTON,BOM JOVI
ERIC CLAPTON, SCORPIONS(TEMPO DEPOIS), DIRE STRAIT..E OUTROS.
* Foste a única pessoal(que conheci) a mencionar os 80 com tanto entusiasmo e um pouco de nostalgia, aqui na internet./..Se eu pudesse voltar prefiria aqueles anos aos atuais com toda a minha estabilidade adquirida e com as comodidades que o mundo de hoje nos oferece.
Obs: N a minha infância o cantor registrado no meu banco de nostalgia e o Piter Franpter.