Quando seremos respeitados pelas companhias aéreas?
Adriana Lage
Li uma matéria no G1 que citava o fato da deputada federal Mara Gabrilli ter ficado duas horas dentro do avião da TAM, na noite de ontem, em Guarulhos, esperando pelo ambulift – veículo motorizado, com elevador, que transporta pessoas com deficiência até o avião; o equipamento é acoplado a uma das portas do avião para que o passageiro possa embarcar/desembarcar com segurança – para que descesse do avião em segurança. Segundo a matéria, a deputada se recusou a descer, carregada, as escadas (escorregadias por causa da chuva) do avião, alegando falta de segurança. Somente após a chegada do ambulift, a deputada desembarcou.
A TAM alegou que não havia finger - túnel que leva os passageiros diretamente do avião ao terminal - livre para que a aeronave em que Mara estava pousasse fora de uma área remota. A companhia aérea lamentou os transtornos causados à cliente e ressaltou que possui pessoal treinado para transportar pessoas com deficiência.
A deputada, por sua vez, ficou indignada com a situação de total descaso. Segundo a matéria do G1, Mara disse que: “Apenas o aeroporto de Brasília recebe 30 passageiros cadeirantes todas as noites. Segundo me contaram, a TAM desembarca, em média, seis cadeirantes por noite só em Guarulhos e estava com o ambulift quebrado há um mês e meio.”
Infelizmente, essa foi mais uma situação de desrespeito em relação a pessoas com deficiência. Se fizeram isso com uma deputada federal, totalmente engajada na luta pelo direito das pessoas com deficiência, que viaja com grande freqüência, famosa e profunda conhecedora de seus direitos de cidadã, fico imaginando o tratamento dado a deficientes anônimos pelo nosso país. Seria bom a TAM ouvir o belo discurso que a deputada fez no plenário, onde, entre outras coisas, falou sobre a importância da acessibilidade em nosso país. O Brasil ratificou a Convenção da ONU, na qual a falta de acessibilidade é considerada um tipo de discriminação. Como, em nosso país, discriminação é crime, já está mais do que na hora de tornarmos a acessibilidade uma realidade.
Eu, particularmente, sempre viajo de avião. Cada ida ao aeroporto é uma novela. É impressionante o descaso das companhias aéreas em relação às pessoas com deficiência. A única forma que encontrei para ser um pouco mais respeitada foi andar com uma cópia da Resolução 009/2007 da ANAC, que garante a assistência às pessoas com deficiência em viagens aéreas. Mas, infelizmente, não me lembro de nenhuma viagem em que não tenha tido problemas.
Sem querer puxar a sardinha pro meu lado, gosto muito do atendimento, em Confins, no Aeroporto Internacional Tancredo Neves. Os funcionários são bem treinados, os fingers sempre são utilizados, existem balcões rebaixados e banheiros adaptados, boa sinalização, etc. Faço apenas uma ressalva: a Gol possui um balcão rebaixado para cadeirantes. Só que, em todas as vezes que precisei, os atendentes preferiram me atender nos balcões mais altos. No dia em que perguntei à atendente se o balcão rebaixado servia apenas de enfeite, quase fui linchada!! Precisavam ver a cara da mulher!! Ainda mais que pedi tudo o que tinha direito: auxílio para entrar na aeronave, etiqueta preferencial, etiqueta de frágil e saco plástico para proteger a cadeira de rodas, me recusei a usar a cadeira da Gol indo com a minha até a aeronave, não assinei uma declaração isentando a empresa da responsabilidade de cuidar da minha cadeira, etc. Minha irmã saiu de perto para dar risadas. Nas outras companhias aéreas, também sempre fui atendida em balcões altos. Quando estou atacada, faço o atendente sair do lugar pra pegar meus documentos. Freqüentemente, os funcionários de Confins recebem treinamento. Acredito que, em breve, teremos um serviço melhor ainda. Por causa da Copa do Mundo, o aeroporto está sendo reformado e ampliado.
Podendo escolher, prefiro viajar pela TAM, por ser a única empresa que conheço a possuir o cinto de segurança auxiliar para tetraplégicos. Embora a Resolução exija a utilização desse cinto, sem fiscalização, as empresas não cumprem o previsto na resolução. Só que, muitas vezes, a tripulação nem sabe da existência dele! No ano passado, quando voltava de Brasília para BH, após uma competição de natação, pedi a comissária de bordo que colocasse o cinto em mim. A mulher custou a encontrá-lo. Depois, não soube colocá-lo. Reclamei e ela teve que recorrer à outra tripulação. Quando percebi, apareceram 3 outros funcionários para tentar colocar o cinto em mim. Nem assim, ele ficou 100% certo. Acho que falta treinamento em relação a isso.
Assim como a Mara Gabrilli, também acho muito desagradável ser carregada pelas escadas. Sempre que posso, me recuso. Mas, a pressão é grande. Tanto dos funcionários quando dos familiares que ficam envergonhados com todo mundo olhando. Embora as companhias aéreas falem que possuem pessoal treinado, sempre me deparo com algumas pessoas despreparadas. Em 2008, ao desembarcar no ‘submundo’ do Galeão/RJ, dois funcionários da Webjet carregaram minha cadeira de rodas. Aleguei que havia visto vários fingers desocupados na pista e que não queria ser carregada. Falei sobre a Resolução da ANAC e nada. Como havia trabalhado o dia todo e já eram 00h 40min, acabei me rendendo pelo cansaço. Saímos debaixo de chuva. Quase caímos. Cheguei ao solo com meu pescoço tombado pra trás. Outra vez, em Vitória/ES, em pleno final de tarde de uma terça feira de carnaval, bati o pé que queria o ambulift para entrar na aeronave. O aeroporto, que é pequeno, estava lotado. O funcionário da Gol queria me convencer de todo jeito. Falou que os vôos estavam atrasados e que demoraria muito para me colocarem lá dentro com o ambulift. Foi juntando gente no check-in... Minhas irmãs e minha prima falaram que estavam morrendo de vergonha com o povo olhando feio pra gente. Como o atendente era bem bonitinho e me garantiu que me levaria em segurança, acabei me rendendo. Mas ele teve que me carregar no colo sem a cadeira de rodas!!
Fico indignada com aeroportos que possuem fingers e obrigam cadeirantes a serem carregados. É muito desconfortável e inseguro. Eu poderia jurar que nunca desceria escadas no Galeão. Doce ilusão!!
Andei de ambulift em 3 aeroportos e foram experiências meio traumáticas. Minha primeira vez foi em Vitória/ES, no carnaval de 2008. Para descer da aeronave, andei de ambulift. Todas as pessoas desceram e eu fiquei à espera. Depois de uns 20 minutos, o equipamento chegou. Só que, por falta de utilização, os funcionários não sabiam operar o equipamento. Lá se foram mais preciosos minutos! Sem brincadeira, devo ter gasto uns 50 minutos para conseguir chegar à área de desembarque! Na volta pra casa, acabei indo pelas escadas por força das circunstâncias. Minhas outras utilizações de ambulift foram em abril de 2010, em Goiânia e Brasília. Fui para uma competição de natação em Goiânia. A descida pelo ambulift foi tranqüila. Já na volta... O ambulift cabia duas cadeiras de rodas, em fila, e o operador. Fui no fundo. A geringonça é aberta, apenas com uma barra nas laterais. O operador do ambulift travou as cadeiras de rodas e começou a operar o equipamento. Na hora de acoplá-lo a porta da aeronave, ele deu uns pulos. Eu morri de medo. A altura é bem grande para arriscar levar um tombo de lá. Foi só minha cadeira se mexer um pouco que me manifestei. O operador me garantiu que eu não cairia de lá. Pode até ser, mas se fosse tão seguro, por que ele estava segurando em uma das barras?rsrs... O Diego, o outro nadador cadeirante, segurou minha cadeira de rodas e me acalmou. Falou que não me deixaria cair de lá; se caísse, ele iria junto. Já, o ambulift que andei em Brasília, é fechado. Parece um container. Fomos 3 cadeiras de rodas e um funcionário. Ainda tinha muito espaço sobrando. O funcionário travou nossas cadeiras de rodas. Sabe-se lá por que, o equipamento começou a pular e as cadeiras de rodas começaram a andar sozinhas mesmo travadas. O funcionário não sabia quem socorria primeiro. Como era a mais leve dos três cadeirantes e, provavelmente, a mais medrosa, tratei logo de fazer um escândalo e garantir ajuda!! Enfim, não gostei das experiências que tive com ambulift!
Outra coisa que me deixa indignada é o descaso/demora nas respostas da ANAC. Sempre que tenho problemas, abro uma ouvidoria. Desde 2008, aguardo resposta de um chamado sobre a utilização de cadeira de rodas motorizada em viagens aéreas. Nas outras vezes em que reclamei, após meses, fecharam meu chamado informando que a empresa aérea havia informado que recebi o atendimento correto e que lamentavam caso eu estivesse insatisfeita. No final das contas, reclamar junto à ANAC e nada, foram quase a mesma coisa.
Enfim, o descaso com passageiros com deficiência ainda é grande. Já me cansei de reclamar sobre isso nos meus textos. Já tivemos algumas melhorias. Mas, ainda falta muito. Tem funcionário que nem sabe que a Resolução 009/007 da ANAC existe!! O treinamento dos funcionários é bem falho! É raro encontrar um funcionário que sabe transferir, corretamente, um tetraplégico para o assento do avião. Já perdi as contas das vezes em que fui: apertada/agarrada por funcionários que não sabiam me carregar, trombei alguma parte do meu corpo no avião, fiquei com a calça caindo ou com o sutiã aparecendo... Viajar de vestido ou saia, só estando com uma lingerie bem bacana e com a depilação em dia! Nunca que se sabe que tipo de funcionário irá nos atender.
Acho importantíssimas atitudes como essa da Mara Gabrilli. Sou suspeita para falar dela, pois sou fã de longa data. Quem sabe com o grito de uma deputada federal as companhias aéreas passem a nos respeitar mais. Eu me lembrei de uma matéria que li sobre o Marcelo Rubens Paiva, na qual ele comentava sobre o desrespeito nas viagens aéreas. Achei fantástico quando ele bateu o pé e só entrou na aeronave depois que ela estava fazia – conforme estabelece a Resolução 009/007 da ANAC. A tripulação teve que solicitar que os passageiros descessem da aeronave para que o cadeirante fosse embarcado. Só depois disso, é que os passageiros voltaram para aeronave. Outra coisa desagradável é a troca de assentos nas primeiras filas. Já fui obrigada, por exemplo, a me sentar na 6ª fileira, mesmo tendo solicitado assento preferencial com 1 mês de antecedência, porque na primeira fila estavam viajando uma mãe com duas filhas maiores de 9 anos. Como a cliente possuía cartão fidelidade, era vip e tinha mais preferência que pessoas com deficiência. Infelizmente, em muitos casos, para fazermos valer nossos direitos, somos taxados de chatos e chiliquentos. Mas, se não reclamarmos, fica mais difícil mudar a situação.
(Encontrado em http://saci.org.br/index.php?modulo=akemi¶metro=31334_
Adriana Lage
Li uma matéria no G1 que citava o fato da deputada federal Mara Gabrilli ter ficado duas horas dentro do avião da TAM, na noite de ontem, em Guarulhos, esperando pelo ambulift – veículo motorizado, com elevador, que transporta pessoas com deficiência até o avião; o equipamento é acoplado a uma das portas do avião para que o passageiro possa embarcar/desembarcar com segurança – para que descesse do avião em segurança. Segundo a matéria, a deputada se recusou a descer, carregada, as escadas (escorregadias por causa da chuva) do avião, alegando falta de segurança. Somente após a chegada do ambulift, a deputada desembarcou.
A TAM alegou que não havia finger - túnel que leva os passageiros diretamente do avião ao terminal - livre para que a aeronave em que Mara estava pousasse fora de uma área remota. A companhia aérea lamentou os transtornos causados à cliente e ressaltou que possui pessoal treinado para transportar pessoas com deficiência.
A deputada, por sua vez, ficou indignada com a situação de total descaso. Segundo a matéria do G1, Mara disse que: “Apenas o aeroporto de Brasília recebe 30 passageiros cadeirantes todas as noites. Segundo me contaram, a TAM desembarca, em média, seis cadeirantes por noite só em Guarulhos e estava com o ambulift quebrado há um mês e meio.”
Infelizmente, essa foi mais uma situação de desrespeito em relação a pessoas com deficiência. Se fizeram isso com uma deputada federal, totalmente engajada na luta pelo direito das pessoas com deficiência, que viaja com grande freqüência, famosa e profunda conhecedora de seus direitos de cidadã, fico imaginando o tratamento dado a deficientes anônimos pelo nosso país. Seria bom a TAM ouvir o belo discurso que a deputada fez no plenário, onde, entre outras coisas, falou sobre a importância da acessibilidade em nosso país. O Brasil ratificou a Convenção da ONU, na qual a falta de acessibilidade é considerada um tipo de discriminação. Como, em nosso país, discriminação é crime, já está mais do que na hora de tornarmos a acessibilidade uma realidade.
Eu, particularmente, sempre viajo de avião. Cada ida ao aeroporto é uma novela. É impressionante o descaso das companhias aéreas em relação às pessoas com deficiência. A única forma que encontrei para ser um pouco mais respeitada foi andar com uma cópia da Resolução 009/2007 da ANAC, que garante a assistência às pessoas com deficiência em viagens aéreas. Mas, infelizmente, não me lembro de nenhuma viagem em que não tenha tido problemas.
Sem querer puxar a sardinha pro meu lado, gosto muito do atendimento, em Confins, no Aeroporto Internacional Tancredo Neves. Os funcionários são bem treinados, os fingers sempre são utilizados, existem balcões rebaixados e banheiros adaptados, boa sinalização, etc. Faço apenas uma ressalva: a Gol possui um balcão rebaixado para cadeirantes. Só que, em todas as vezes que precisei, os atendentes preferiram me atender nos balcões mais altos. No dia em que perguntei à atendente se o balcão rebaixado servia apenas de enfeite, quase fui linchada!! Precisavam ver a cara da mulher!! Ainda mais que pedi tudo o que tinha direito: auxílio para entrar na aeronave, etiqueta preferencial, etiqueta de frágil e saco plástico para proteger a cadeira de rodas, me recusei a usar a cadeira da Gol indo com a minha até a aeronave, não assinei uma declaração isentando a empresa da responsabilidade de cuidar da minha cadeira, etc. Minha irmã saiu de perto para dar risadas. Nas outras companhias aéreas, também sempre fui atendida em balcões altos. Quando estou atacada, faço o atendente sair do lugar pra pegar meus documentos. Freqüentemente, os funcionários de Confins recebem treinamento. Acredito que, em breve, teremos um serviço melhor ainda. Por causa da Copa do Mundo, o aeroporto está sendo reformado e ampliado.
Podendo escolher, prefiro viajar pela TAM, por ser a única empresa que conheço a possuir o cinto de segurança auxiliar para tetraplégicos. Embora a Resolução exija a utilização desse cinto, sem fiscalização, as empresas não cumprem o previsto na resolução. Só que, muitas vezes, a tripulação nem sabe da existência dele! No ano passado, quando voltava de Brasília para BH, após uma competição de natação, pedi a comissária de bordo que colocasse o cinto em mim. A mulher custou a encontrá-lo. Depois, não soube colocá-lo. Reclamei e ela teve que recorrer à outra tripulação. Quando percebi, apareceram 3 outros funcionários para tentar colocar o cinto em mim. Nem assim, ele ficou 100% certo. Acho que falta treinamento em relação a isso.
Assim como a Mara Gabrilli, também acho muito desagradável ser carregada pelas escadas. Sempre que posso, me recuso. Mas, a pressão é grande. Tanto dos funcionários quando dos familiares que ficam envergonhados com todo mundo olhando. Embora as companhias aéreas falem que possuem pessoal treinado, sempre me deparo com algumas pessoas despreparadas. Em 2008, ao desembarcar no ‘submundo’ do Galeão/RJ, dois funcionários da Webjet carregaram minha cadeira de rodas. Aleguei que havia visto vários fingers desocupados na pista e que não queria ser carregada. Falei sobre a Resolução da ANAC e nada. Como havia trabalhado o dia todo e já eram 00h 40min, acabei me rendendo pelo cansaço. Saímos debaixo de chuva. Quase caímos. Cheguei ao solo com meu pescoço tombado pra trás. Outra vez, em Vitória/ES, em pleno final de tarde de uma terça feira de carnaval, bati o pé que queria o ambulift para entrar na aeronave. O aeroporto, que é pequeno, estava lotado. O funcionário da Gol queria me convencer de todo jeito. Falou que os vôos estavam atrasados e que demoraria muito para me colocarem lá dentro com o ambulift. Foi juntando gente no check-in... Minhas irmãs e minha prima falaram que estavam morrendo de vergonha com o povo olhando feio pra gente. Como o atendente era bem bonitinho e me garantiu que me levaria em segurança, acabei me rendendo. Mas ele teve que me carregar no colo sem a cadeira de rodas!!
Fico indignada com aeroportos que possuem fingers e obrigam cadeirantes a serem carregados. É muito desconfortável e inseguro. Eu poderia jurar que nunca desceria escadas no Galeão. Doce ilusão!!
Andei de ambulift em 3 aeroportos e foram experiências meio traumáticas. Minha primeira vez foi em Vitória/ES, no carnaval de 2008. Para descer da aeronave, andei de ambulift. Todas as pessoas desceram e eu fiquei à espera. Depois de uns 20 minutos, o equipamento chegou. Só que, por falta de utilização, os funcionários não sabiam operar o equipamento. Lá se foram mais preciosos minutos! Sem brincadeira, devo ter gasto uns 50 minutos para conseguir chegar à área de desembarque! Na volta pra casa, acabei indo pelas escadas por força das circunstâncias. Minhas outras utilizações de ambulift foram em abril de 2010, em Goiânia e Brasília. Fui para uma competição de natação em Goiânia. A descida pelo ambulift foi tranqüila. Já na volta... O ambulift cabia duas cadeiras de rodas, em fila, e o operador. Fui no fundo. A geringonça é aberta, apenas com uma barra nas laterais. O operador do ambulift travou as cadeiras de rodas e começou a operar o equipamento. Na hora de acoplá-lo a porta da aeronave, ele deu uns pulos. Eu morri de medo. A altura é bem grande para arriscar levar um tombo de lá. Foi só minha cadeira se mexer um pouco que me manifestei. O operador me garantiu que eu não cairia de lá. Pode até ser, mas se fosse tão seguro, por que ele estava segurando em uma das barras?rsrs... O Diego, o outro nadador cadeirante, segurou minha cadeira de rodas e me acalmou. Falou que não me deixaria cair de lá; se caísse, ele iria junto. Já, o ambulift que andei em Brasília, é fechado. Parece um container. Fomos 3 cadeiras de rodas e um funcionário. Ainda tinha muito espaço sobrando. O funcionário travou nossas cadeiras de rodas. Sabe-se lá por que, o equipamento começou a pular e as cadeiras de rodas começaram a andar sozinhas mesmo travadas. O funcionário não sabia quem socorria primeiro. Como era a mais leve dos três cadeirantes e, provavelmente, a mais medrosa, tratei logo de fazer um escândalo e garantir ajuda!! Enfim, não gostei das experiências que tive com ambulift!
Outra coisa que me deixa indignada é o descaso/demora nas respostas da ANAC. Sempre que tenho problemas, abro uma ouvidoria. Desde 2008, aguardo resposta de um chamado sobre a utilização de cadeira de rodas motorizada em viagens aéreas. Nas outras vezes em que reclamei, após meses, fecharam meu chamado informando que a empresa aérea havia informado que recebi o atendimento correto e que lamentavam caso eu estivesse insatisfeita. No final das contas, reclamar junto à ANAC e nada, foram quase a mesma coisa.
Enfim, o descaso com passageiros com deficiência ainda é grande. Já me cansei de reclamar sobre isso nos meus textos. Já tivemos algumas melhorias. Mas, ainda falta muito. Tem funcionário que nem sabe que a Resolução 009/007 da ANAC existe!! O treinamento dos funcionários é bem falho! É raro encontrar um funcionário que sabe transferir, corretamente, um tetraplégico para o assento do avião. Já perdi as contas das vezes em que fui: apertada/agarrada por funcionários que não sabiam me carregar, trombei alguma parte do meu corpo no avião, fiquei com a calça caindo ou com o sutiã aparecendo... Viajar de vestido ou saia, só estando com uma lingerie bem bacana e com a depilação em dia! Nunca que se sabe que tipo de funcionário irá nos atender.
Acho importantíssimas atitudes como essa da Mara Gabrilli. Sou suspeita para falar dela, pois sou fã de longa data. Quem sabe com o grito de uma deputada federal as companhias aéreas passem a nos respeitar mais. Eu me lembrei de uma matéria que li sobre o Marcelo Rubens Paiva, na qual ele comentava sobre o desrespeito nas viagens aéreas. Achei fantástico quando ele bateu o pé e só entrou na aeronave depois que ela estava fazia – conforme estabelece a Resolução 009/007 da ANAC. A tripulação teve que solicitar que os passageiros descessem da aeronave para que o cadeirante fosse embarcado. Só depois disso, é que os passageiros voltaram para aeronave. Outra coisa desagradável é a troca de assentos nas primeiras filas. Já fui obrigada, por exemplo, a me sentar na 6ª fileira, mesmo tendo solicitado assento preferencial com 1 mês de antecedência, porque na primeira fila estavam viajando uma mãe com duas filhas maiores de 9 anos. Como a cliente possuía cartão fidelidade, era vip e tinha mais preferência que pessoas com deficiência. Infelizmente, em muitos casos, para fazermos valer nossos direitos, somos taxados de chatos e chiliquentos. Mas, se não reclamarmos, fica mais difícil mudar a situação.
(Encontrado em http://saci.org.br/index.php?modulo=akemi¶metro=31334_
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