O Livro do Genesis – Introdução
Não tem jeito. Toda vez que ouço a épica White Mountain não quero fazer outra coisa a não ser mergulhar no instrumental delirante e medieval, que acompanha a historia do lobo Fang, que desafia o líder da alcatéia, One Eye, e desencadeia perseguição e morte na montanha branca. “dawn saw the white mountain tinted with red...” Olha só, não falei? Coloquei a canção e parei de escrever este parágrafo até que ela terminasse. E cantei trechos junto etc. Genesis é meio que meu portal pro autismo. Genesis não é pra ser ouvido como música de fundo; requer atenção não-compartilhada.
Em 1986, matriculei-me no curso de inglês, fato que definiria o rumo de minha vida profissional. Na ficha de inscrição havia um espaço pra se dizer o porquê de estudar o idioma. Coloquei “traduzir músicas do Phil Collins”. Eu era vidrado no vocalista inglês e sua banda, o Genesis. Recém-iniciado em meu primeiro emprego, poderia comprar muito material relacionado à banda e a seus membros. Durante os anos seguintes foi o que fiz, tendo juntado toneladas de músicas. Sou o tipo de fã que tem 15 versões ao vivo de Supper’s Ready ou aquele mix quase imperceptivelmente diferente daquela canção obscura dalgum álbum semi-desconhecido do Anthony Phillips, na longínqua década de 70.
Uma das bandas-madrinha do rock progressivo, Genesis é a coisa que mais amo ouvir. Pode ser a fase mais prog, com Peter Gabriel no comando ou a tão vilipendiada era da popice desenfreada, capitaneada pelo baixotinho Phil Collins. Não importa. No fim das contas e do dia, por mais que ouça um monte de coisas, é ao Genesis que retorno. Se fico tempos sem ouvir algum álbum – e de uns anos pra cá é isso que tem acontecido – quando o escuto me vem a sensação de deslumbre que me acompanha desde que os descobri na adolescência.
Não tem jeito. Toda vez que ouço a épica White Mountain não quero fazer outra coisa a não ser mergulhar no instrumental delirante e medieval, que acompanha a historia do lobo Fang, que desafia o líder da alcatéia, One Eye, e desencadeia perseguição e morte na montanha branca. “dawn saw the white mountain tinted with red...” Olha só, não falei? Coloquei a canção e parei de escrever este parágrafo até que ela terminasse. E cantei trechos junto etc. Genesis é meio que meu portal pro autismo. Genesis não é pra ser ouvido como música de fundo; requer atenção não-compartilhada.
Transformei a discografia da banda em mp3 e agora preciso checar se o serviço está bem feito. Álbum por álbum no fone de ouvido pra ver se não houve defeito. Decidi compartilhar essa viagem com meus leitores. Sem dia certo pra ser postada, inicio hoje a série O Livro do Genesis. Tenho a impressão de que em sua maioria ela coincidirá com a sessão Caixa de Música, uma vez que tenho mais tempo aos domingos.
Pretendo escrever sobre cada álbum, contando detalhes de produção, curiosidades aprendidas durante décadas de ler sobre cada um deles, impressões sobre canções, misturando com a história da banda.
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