Espetáculo "O Jardim" traz aos palcos temas com Alzheimer e Esquizofrenia para tratar da memória de cada um
Sara Saar
Sara Saar
Sejam perdidas, inventadas ou inesquecíveis, as memórias ganham investigação no espetáculo "O Jardim", que estreia amanhã, dia 27, no Sesc Belenzinho, em São Paulo.
Com dramaturgia e direção de Leonardo Moreira, a montagem cruza, sobrepõe e choca três histórias que pertencem a lugares diferentes. Um jardim é responsável por unir as memórias apagadas (pesquisa sobre o Alzheimer e o envelhecimento), as memórias inventadas (criação a partir de cadernos de um esquizofrênico) e as memórias perenes (estudo sobre o não esquecimento).
Encenada pela Companhia Hiato, a peça, que teve processo de criação colaborativa iniciado em março do ano passado, pretende se conectar ao público por meio da apropriação de alguns episódios clássicos da literatura, caso de "Em Busca do Tempo Perdido", assinado por Marcel Proust. Nesta obra, a degustação de um simples bolinho, mergulhado em xícara de chá, desperta a memória de uma vida toda.
Outra analogia parte das poesias que saltam de depoimentos colhidos em visitas a asilos e casas de repouso. A autobiografia do neurologista Eric M. Kandel também é embasamento para o espetáculo porque descreve os processos biológicos de memória e aprendizado.
São diversas as fontes de inspiração: imagens do fotógrafo Philip Toledano, que apresenta narrativa extremamente emocional; escritos verídicos de um esquizofrênico; e depoimentos pessoais dos atores-criadores, além de trabalho realizado com instituições dedicadas ao tratamento e à prevenção do mal de Alzheimer.
O Sesc Belenzinho fica na rua Padre Adelino, 1.000. A estreia será amanhã, às 21h30. A temporada dura até o dia 3 de julho, de sexta-feira e sábado, às 21h30, e aos domingos, às 18h30. Ingressos custam R$ 24.
(Encontrado em http://saci.org.br/index.php?modulo=akemi¶metro=31938)
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