quarta-feira, 2 de novembro de 2011

FINADOS

Sentinela

Milton Nascimento


Morte, vela, sentinela sou 
Do corpo desse meu irmão que já se vai 
Revejo nessa hora tudo o que ocorreu 
Memória não morrerá 
Vulto negro em meu rumo vem 
Mostrar a sua dor plantada nesse chão 
Seu rosto brilha em reza, brilha em faca e flor 
Histórias vem me contar 
Longe, longe, ouço essa voz 
Que o tempo não vai levar 
Precisa gritar sua força ê irmão 
Sobreviver, a morte inda não vai chegar 
Se a gente na hora de unir os caminhos num só 
Não fugir nem se desviar 
Precisa amar sua amiga ê irmão 
E relembrar que o mundo só vai se curvar 
Quando o amor que em seu corpo já nasceu 
Liberdade buscar na mulher que você encontar 
Morte, vela, sentinela sou 
Do corpo desse meu irmão que já se foi 
Revejo nessa hora tudo que aprendi 
Memória não morrerá 
Longe, longe, ouço essa voz 
Que o tempo não vai levar 

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