Em 2007, Cristian Mungiu ganhou a Palma de Ouro por seu
realista e deprimente 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias, sobre uma garota que tenta
um aborto na Romênia da era Ceuasescu, que proíbe a prática, ao mesmo tempo que
não oferece infra pra população. Gostei tanto que decidi ver seu longa de estréia,
Occident (2002), ainda que tenha demorado anos pra fazê-lo.
Com um tom bastante diverso do filme de 2007, o début de Mungiu não é distinto em perícia técnico-narrativa. 3 histórias se entrelaçam, envolvendo mesmas personagens e apresentando novas. Essas histórias alteram o modo como vemos o já assistido, quebram expectativas narrativas e acrescentam camadas motivacionais às personagens. O roteiro está muito bem alinhvaado e a preocupação do diretor com leitmotifs e recorrências faz a delícia de espectadores que prestam atenção a detalhes visuais, como quadros, placas etc. No quesito técnica, a coisa vai muito bem.
Com um tom bastante diverso do filme de 2007, o début de Mungiu não é distinto em perícia técnico-narrativa. 3 histórias se entrelaçam, envolvendo mesmas personagens e apresentando novas. Essas histórias alteram o modo como vemos o já assistido, quebram expectativas narrativas e acrescentam camadas motivacionais às personagens. O roteiro está muito bem alinhvaado e a preocupação do diretor com leitmotifs e recorrências faz a delícia de espectadores que prestam atenção a detalhes visuais, como quadros, placas etc. No quesito técnica, a coisa vai muito bem.
Na Bucarest pós-comunista a vida não é fácil, apesar da
invasão dos Mac-dias felizes e da adoção do livre-mercado. Muita gente sonha em
emigrar. Junto com a entrada da felicidade capitalista, vêm os estrangeiros pra
treinar a polícia romena e deixá-la competente pruma possível união europeia e outros em busca de crianças pra adotar ou noivas
pra casar. Não pude deixar de ver Occident como espécie de prequel particular pra
Je Vous Trouve Très Beau.
A despeito de mostrar a dificuldade e certa
falta de perspectiva na Romênia do início do atual século, Occident não perde o
bom humor, cresce a cada momento e parece apontar pra desnecessidade de se
abandonar o torrão natal, ao mesmo tempo em que não apresenta razões fortes o
bastante pra se permanecer em solo romeno.
Na época de Ceausescu, as personagens
emigravam ilegalmente cruzando o Danúbio a nado. O capitalismo deu-lhes a
liberdade pra emigrar. Progresso...
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