África
do Sul nega Asilo a Congolês Albino Gay
Um
refugiado albino gay da República Democrática do Congo teve seu pedido de asilo
negado na África do Sul, seguindo uma crescente onda de recusas de asilo
político a membros da comunidade LGBT.
Charles
Ngoy teve seu pedido negado, em parte porque o Congo, devido a sua colonização
belga e não britânica, não tem leis
antissodomia (embora legislação semelhante à da Uganda – onde gays podem ser
mortos – tenha sido proposta).
Mesmo
assim, os gays no Congo sofrem por discriminação e rejeição como em qualquer
outro lugar da África.
Quanto
aos albinos, esses sofrem discriminação e marginalização em suas comunidades,
de acordo com o programa de Desenvolvimento das nações Unidas.
“eles têm
problemas para conseguir trabalho ou acesso a cuidados médicos adequados, para
arrumar casamento e entrar na escola”, relata a organização.
“Crianças
albinas não se sentem amadas por seus pais e irmãos. Albinas são sujeitas á
discriminação por outras mulheres. As que dâo a luz a filhos albinos são
frequentemente rejeitadas ou ridicularizadas.”
Um
relatório do Comitê Canadense de Imigração e Refugiados afirma que, em geral, a
sociedade prefere criminalizar “atos contra a natureza”. A homossexualidade é
tabu na RDC. Não há locais públicos de frequência homossexual na capital do
país, Kinshasa.
Junior
Mayema, refugiado gay congolês, contou á TV sul-africana que fugiu do país após
a mãe ter tentado injetar gasolina nele. Ele era perseguido, evitado e
ameaçado.
Charles
Ngoy revelou:”jamais fui preso por minha orientação sexual, mas tenho
enfrentado muito preconceito da família e amigos. Por isso, não tenho uma vida
fácil. Além disso, sofro perseguição dupla por ser albino... No Congo, se você
é albino, mas não for protegido pela família, então tudo fica muito difícil,
pois nem todo mundo lá gosta de albinos”.
David Von
Durgsdorff, do grupo Passop, que luta pelos direitos de refugiados, disse: ”O
caso de Charles não é exceção, mas a regra. Estamos assistindo ao crescimento
de casos assim e nos preocupamos muito. Homossexuais de muitas partes da
África, que têm fortes motivos para procurarem asilo, têm sido rejeitados.
“O caso
de Charles apresenta perigo duplo no Congo, por ele ser albino e gay. Nós o
ajudamos a recorrer da decisão a continuaremos a seguir de perto este e outros
casos.
Charles
passou a maior parte de sua vida em Kinshasa. Seus pais se divorciaram quando
ele tinha menos de um ano. A causa principal da separação foi porque seu avô
materno tinha problemas com o albinismo do neto.
Ele
jamais teve qualquer vivência familiar. Viveu com seu pai a maior parte do
tempo escolar, mas não se sentia amado. Sua madrasta não o aceitou como membro
da família e tratava-o horrivelmente.
Aos 9
anos, Charles começou a desenvolver sentimentos gays, os quais se
intensificaram e, durante, sua adolescência, fizeram com que se sentisse cada
vez mais atraído por homens. Ele era muito cuidadoso e mantinha sua
homossexualidade em segredo, pois sabia muito bem que era inaceitável ser gay
na tradi8ção congolesa. Por isso, ele tentou reprimir sua orientação sexual,
porém, essa tornou-se forte demais. Aos 18 anos, ele começou a ter
relacionamentos passageiros e namorados.
A
despeito dessas primeiras experiências, ele continuava a viver nas sombras,
pois não podia compartilhar seu segredo. Ele já era constantemente perseguido e
muito vulnerável e amedrontado por ser albino. Além disso, ele se esforçava
muito não apenas pela sociedade, mas também pela família. Devido ao medo de ser
mais marginalizado e perseguido ainda, ele escondeu sua homossexualidade.
Esconder
sua homossexualidade significava vigiar constantemente o modo como andava,
falava ou o que fazia, além de suprimir seu caráter, tudo por medo de ser
descoberto. “Você pode ser espancado e ostracizado se descobrirem que você é
gay”, contou.
Até hoje,
ninguém em sua família sabe que ele é gay.
Embora
ele tenha tido um namorado e um emprego como administrador de uma escola, ele
não tinha paz ou segurança em sua vida. Ao perceber que jamais seria feliz no
Congo, decidiu que abandonar o país seria sua única alternativa.
Ele
chegou na África do Sul há 2 semanas. Esse período tem sido muito duro para
ele: ele tentou conseguir o status de refugiado, mas não foi rejeitado.
Suas
primeiras impressões são que os sul-africanos também o julgam por ser albino,
além de serem também homofóbicos. Mas, pelo menos existe segurança e leis
necessárias que garantem aos gays viverem uma vida aberta sem necessitarem
passar pela vida escondendo sua identidade.
Ngoy afirma
que recorrerá da decisão.
Querido, no velado Brasil as coisas não são extremas, mas mesmo assim longe de serem perfeitas. Nas entrevistas de emprego, por orientação de RH, perguntam indiretamente e deduzem. Vc é/foi casado? Se a resposta for não, automaticamente vc fica de fora da lista. Pode não haver tamanha perseguição, mas ela existe.
ResponderExcluiristo sim é matéria de primeira pagina de jornais .Miguel
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