Garotas Gringas Oitentistas - 1
Roberto Rillo Bíscaro
Roberto Rillo Bíscaro
Garotas sempre serviram de inspiração pra música pop. Pérfidas, adoráveis, inacessíveis. (Ex-) namoradas, amigas, mães, desconhecidas. Crianças, jovens, idosas.
Como o que mais amo é pop/rock e os anos que amo mais são os 80, listei canções cujos títulos são nomes femininos.
Lembrei/fui lembrado/(re-)descobri tanto material, que dividi a postagem em 3 partes! O critério é listar uma canção por artista (o Toto, por exemplo, gravou diversas com nomes femininos no título). Também não vale regravação, por isso, Cowboy Junkies, The Fall e Los Lobos ficaram de fora.
Não tenho dúvidas de que deixei meninas de fora.
A lista tem que começar com a garota mais famosa da década, Billie Jean, que acusava o cantor de ser pai de seu filho. O álbum Thriller continua o mais vendido da história, 29 anos após seu lançamento. Também de 82, Annie, I’m not Your Daddy, do King Creole and the Coconuts tem o mesmo tema da letra do arrasa-quarteirão de Wacko Jacko. Mistura de disco, africanidade e latinidad. Blue Jean (1984) é bem parecido com o nome da garota de Michael Jackson, não? Embora a canção e o vídeo sejam delícias estilosas, a similitude é sintomática do trabalho de David Bowie nos 80’s. Sua fase como ditador de regras e caminhos acabara em 1980. Phil Collins inventou um nome estrambólico pra garota que paquerava, mas que sequer sabia o nome dele em Sussudio (1985). A canção foi linchada pela crítica como plágio de Prince, do qual Collins era fã. O polêmico Like a Prayer (1989) traz uma linda canção super-Beatles, cuja letra pede pra Querida Jessie não crescer. Madge fingindo ser mimosa. Pop é pose! Em 83, os funkeiros do Kool & The Gang estouraram com Joanna, garota perfeita, especialmente á noite (ui!). Jamais me perdoarei por não achar graça nisso na época. O Toto –faceless na maior parte do tempo – gravou algumas canções com nomes de atrizes da época. Em 86, a escolhida foi alguma Lea, inspiradora duma balada, que deveria ter sido colocada também na postagem sobre a invasão saxofônica. Será que em alguma outra canção uma mulher foi chamada de “concertina”? Em 1981, o gélido The Cure lançou Charlotte Sometimes, baseada num livro infantil. Típica de Robert Smith, a garota não é muito usual, ficando acordada à noite em sua cama, olhando o escuro. Os metaleiros-farofa suecos do Europe brindaram 1986 com a gritada power ballad Carrie, sobre um cara dando um fora na dita cuja. Em 1984, os escoceses Cocteau Twins lançaram um álbum que fazia jus ao título: Treasure. As faixas têm nomes de gente e, as “letras” são cantadas no idioma inventado por Elizabeth Fraser. Escolhi Beatrix pela esfuziante e etérea beleza de sua estrutura “clássica” Um tesouro. Robin Gibb, um dos Bee Gees, teve alguns sucessos solo no primeiro meado dos oitenta. Em 83, sua vozinha gritava sobre Juliet, garota que mostra o verdadeiro amor ao Romeu australiano. No mesmo 83, outra garota entrou nas paradas, mas o clima era de barraco! Rod Stewart ameaça contar os podres de Baby Jane aos novos amigos ricos da moça. Uma de minhas moças favoritas de todos os tempos é Christine (1980), com suas 22 personalidades, baseada numa norte-americana real. Minimalista e influenciada por Blondie, Siouxsie and the Banshees criaram uma obra-prima pós-punk. Em 1988, os ingleses do House of Love deram o que falar na imprensa musical com seus singles neo-psicodélicos. Chrtistine é meio fantasmagórica, com guitarras fuzzy, sobre uma garota que se foi (morreu?), mas que acompanha o cantor. Climão onírico. Em 87, os Smiths- inventores do indie rock – lançaram um single pouco característico, por seu otimismo. Morrissey aconselha Sheila a jogar sua lição de casa na lareira e sair pra achar um amor. Naquele mesmo ano, o grupo se desfez. Ano seguinte à dissolução dos Smiths, Morrissey lançou seu primeiro álbum-solo e volta a seu estado de espírito mais usual, desejando a morte de Margareth Thatcher. Elvis Costello, em parceria com Paul McCartney, escreveu adorável canção sobre a anciã Veronica (1989), que talvez nem se lembre mais do próprio nome. Em 85, Elton John já era veterano. Naquele ano, ele emplacou o sucesso Nikita, sobre um amor impossível devido ao Muro de Berlin. George Michael faz backing vocals, antes da briga de comadres. Já afirmei que 85 deve ter sido o melhor ano da história da humanidade. Em Valentine, Bryan “podre-de -chique” Ferry canta sobre uma inatingível Valentine. Classe e estilo. “Discothèque pra vampires” define bem o som dos Sisters of Mercy. Em Marian (1985), Andrew Eldrich implora que a musa salve-o da cova. Gótico... Eu tinha esse vinil!
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