Roberto Rillo Bíscaro
Última prestação do especial sobre canções internacionais com nomes de garotas no título. Semana que vem, lembraremos das garotas brasucas. Não perca!
A banda Tommy Tutone está esquecida, mas teve um delicioso hit com a infecciosa 857-5309 Jenny (1982). O refrão é grudento e a melô facinha de tudo. Sobre um cara que tem o número da Jenny, mas não tem coragem de ligar. O igualmente obscuro Donnie iris teve modesto sucesso com seu rock simples Ah, Leah (81), onde exalta as qualidades de sua gata e a sorte de ser seu namorado. One hit wonder é a denominação inglesa pra artistas de sucesso só. O holandês The Art Company é um dos muitos exemplos. Em 1984, entraram nas rebarbas de um punhadinho de Top 20’s com Susanna, sobre um cara no sofá com a dita cuja, prestes a... quando toca o telefone e o momento passa. Aff... O cult e quase-todo-instrumental The Durutti Column é formado basicamente pelo anoréxico guitarrista Vini Reilly e ocasionalmente pelo baterista Bruce Mitchell. De 81, o álbum LC trazia a linda Jaqueline.Pena que tão poucos conheçam o trabalho de Vini, que gravava pela legendária Factory Records, de Manchester. Darlings da crítica, os australianos Nick Cave and The Bad Seeds lançaram o rock cru Deana (1988), uma assassina em série. Ivy é outra moça que mata o cantor de desejo, outra garota inatingível. Desta vez, o grupo era o Primal Scream, banda que trocava de estilo a cada álbum. Ivy Ivy Ivy (1989) é rockão. O album de 85 do Prefab Sprout causou tanto frisson crítico na Inglaterra que entrou direto pra lista dos melhores álbuns da história (exagero sanado há anos...)! Bonny fala sobre o arrependimento de não se ter dado o devido valor a alguém. Os Toy Dolls são pura diversão punk com canções rápidas de 3 acordes. Glenda and the Test Tube Baby (1983) é sobre a garota que, infeliz, candidata-se a ser mãe dum bebê de proveta, assunto muito em alta e em pauta na primeira metade da década. Misturando doses de punk, indie rock, vanguard e otras cositas, os norte-americanos do They Might Be Giants ganharam respeito crítico na segunda metade dos 80s. Ana NG é sobre um amor inventado alhures. Frequentemente mais conservador do que a sonoridade poderia supor, os metaleiros do Iron Maiden se saíram com Charlotte, the Harlot (1980), prostituta de alta classe, criticada por seus serviços, mas que não deixa de ser procurada pelo cantor. Hipocrisia pesada. Em 1989, o The Cult, com seu vocalista dos uivados a la Robert Plant, lançou Edie (Ciao Baby), em homenagem à falecida atriz Edie Sedgwigk, lolita de Andy Warhol. The English Beat introduziu o ska na Inglaterra e influenciou grupos até no Brasil. Em 82, saíram-se com Jeanette, uma periguete ryka. Falco foi o único popstar austríaco a alcançar sucesso global. Em 86, Jeanny foi proibida em diversos países europeus por aparentemente justificar o assédio sexual. E a canção é super sem-graça, ainda por cima. Em 81, o britânico Orchestral Maneuvers in the Dark (OMD) lançou a pérola synthpop Architecture & Morality, trazendo a canção Joan of Arc, que usa a santa francesa como metáfora para a dor do amor. Marillion, o neo-progressivo imitador do Genesis, batizou seu maior sucesso com um nome feminino inventado, Kayleigh (1985), sobre o doloroso fim dum relacionamento. Billy Joel sugou os Beatles até a medula em sua Laura (82), sobre uma mulher problemática. Em seu quarto album (1981), o Foreigner e seu rock de arena traziam Luanne, sobre um estudante doido por uma colega que não lhe dava bola. Típico rock sem rosto 80s. Meio folk, meio prog, meio gótico, o All About Eve tirou seu nome dum filme de Bete Davis. De 88, seu álbum de estréia contem Martha’s Harbour, insossa canção sobre uma mulher que traga um homem. Dave Mustaine e seu Megadeth lançaram Mary Jane em 1988. Não entendo dessa praia, mas se a proposta da banda era ser thrash metal, a canção sobre a bruxa soa poser demais! O Guns’n’Roses domino o mundo por alguns instantes. No multiplatinado Appetite For Destruction, Axl e Slash escreveram sobre Michelle, uma amiga da banda. Nada a ver com a Michelle dos Beatles; essa garota é cocaineira, a mãe morreu de overdose de heroína e o pai trabalha na indústria pornô. Mundo cão! O sophistipop do Scritti Politti era respeitado a ponto de Miles Davis ter tocado seu trompete em Oh Patti (Don’t Feel Sorry for Loverboy), de 1988. A letra é uma mensagem dum homem imaturo pra sua ex. Com sua vozinha, Christopher Cross inventou o som característico do easy listening oitentista. De 83, Think of Laura é uma daquelas canções perfeitas pra FMs adultas. Pra quem pensa que bala perdida é produto exclusivamente nacional, a jovem do título realmente existiu e foi morta por uma enquanto dirigia. Em 1980, diva Jocelyn Brown colaborou na dançante Sadie (She Smokes), do mestizo Joe Bataan, sobre uma garota que solta fumaça de tão quente!
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