Então é Natal...Se eu fosse você, não apenas leria, mas divulgaria a mensagem natalina de nosso cronista em êxtase. Está linda, confiram!
MENSAGEM DE NATAL
MENSAGEM DE NATAL
José
Carlos Sebe Bom Meihy
Como arrazoar uma mensagem de Natal que não
seja trivial, comum, descartável, igual a tantas outras? Como? O que dizer, ou
melhor, há algo novo a ser dito?!... Com esse desafio, dia desses, esperei o
sol surgir e no sutil silencio que descolora a noite impondo luz ao dia,
adivinhei uma espécie de grandiosidade da vida. Plenitude. E redescobri em meu
íntimo um deus interior que, cheio de despreocupação, sem laivo de exigência,
me fez enxergar, apaixonado, a complexidade do mundo, do mesmo mundo que nos
foi dado viver. Igual a ele – ele em mim – se fez algo majestoso e como menino
antigo em uma contemplação miraculosa, numa fagulha, imaginei a perfeição
daquele que dispensa religiões, cultos, preces, festas, procissões e letra
maiúscula. Era um deus desprovido de vela, igreja, confessionário, penitência,
sermões e que isenta promessas, indulgências e solenidades absurdas. Deus que,
alheio aos argumentos mortais, suporta guerras em seu nome e consente sem
desatinar que inventemos tudo, inclusive outro Deus que divide, obriga, cobra,
julga, castiga. Ao contrario deste, aquele é um formidável ente calmo e
carinhoso; ser que flana sobre pecados, maldades, tramas perversas e faltas
ardilosas, do mesmo jeito que franqueia benevolências educadas, juízos
adestrados, ponderações cultas e aclarações científicas. Trata-se de
um deus não superior, pelo contrário, igual à gente e, por isso, com todos os
rostos e vestido com as diferenças convenientes aos utopistas, visionários que
divisam o reclamado “mundo melhor”, mais justo, mais congruente. O deus de que
falo era aquele de todas as etnias, línguas, orientações; criador admirado das
abelhas que cumprem seus favos na mesma lógica dos elefantes que se isolam para
morrer; das flores e florestas que admitem a beleza das parasitas e a
fatalidade da morte fátua que fertiliza futuros. Ah! a perenidade da morte e
nossa soberba resistência!
Sem arrogância alguma, o deus que me permitiu
visita era, sobretudo, resignado dos nossos erros tolos feitos em nacionalismos
toscos, políticas pretensiosas, morais contraditórias e variações de classes
sociais. E me dei conta da necessidade que se amiúda em nossos discursos
cotidianos feito de palavras pulcras, mas entupidas de segundas intenções como:
ética, tolerância, fraternidade, direito, legalidade e consciência. E achei o
viver social/civilizado, tudo, provisório, mesquinho mesmo. Mas, na meiguice
daquele deus não cabia outra atitude que não aceitar, até apático, o esforço
sobrenatural, nosso, humano, em dominar o tempo, controlar comportamentos e
inventar impossíveis imortalidades. E o saber pareceu algo menor, inútil e
incapaz de concorrer com o canto dos canários, verdes matagais e os vazios de
sons. A idade da Terra não estava em discussão com aquele deus e sequer a
inconsequência de quantos brincam com a natureza, destruindo a organização de
rios que levam ao mar, descongelando o glacial que equilibra os oceanos e
harmoniza a sobrevivência. Não. O que valia era mesmo o questionamento sobre
quem somos, aqui e agora. E mais: que fazer com o viver que nos resta? Mas,
como me pareceu bom aquele deus que não se altera com a hierarquia instalada
entre os que possuem e os despossuídos; entre os que podem e os que precisam
poder. E vivi humanizando o deus que em mim explica o sonho de ser um ser útil.
E foi assim, na crueldade do mundo nosso, no fadário do tempo natalino que
pensei na generosidade dos presentes saudando o gesto de dar e deprimindo os
conteúdos emblemados em preços, marcas e propaganda. E tudo ficou tão ralo:
relógios, jóias, roupas, adornos, brinquedos, objetos domésticos. Tudo tão
pouco que não fosse o sentido do ofertar, do escolher para o outro, restaria a
obrigação mecânica que sozinha apenas sustenta o comércio, a matéria que,
afinal, mais abisma as distâncias de seres que são todos, em suas variações,
iguais àquele meu deus.
Inventariando a vida, relacionando-a com o
ente que se descobria em mim, encontrei um eixo sobre o qual as palavras
escolhidas para esta mensagem ganhariam nexo: falar desse deus que sendo
resignado espera que o despertemos primeiro em nós mesmos. A certeza de que há
algo de fecundo, transcendente, nos habitando permite supor renascimentos que
justificam Natais. Tomara, tomara mesmo, que esse algo desperte e tenha a graça
de quem me escolheu para dizer esta mensagem: Feliz Natal.
Professor parabens ,perdoi-me por comentar :DEUS a intelijencia suprema razão primaria de todas as coisas se revelou ao Homem de varias maneiras .Em primeiro lugar ditou os dez mandamentos. Eram regras para que o Homem vivesse com seu senelhante. Mil e quinhentos anos depois enviou Jesus , para mostrar ao Homem como cumprir estes ensinamentos.Jesus esteve aqui na terra ha nais de doisMil anos .Isto mostra que ha mais de tres mil e quinhentos anos ainda não compreendemos a mensajem ..Paravens pelo texto Professor .
ResponderExcluirMiguel
PS. Roberto se não gostar não publica .ok