Roberto Rillo Bíscaro
Adoro filmes sobre casas
mal-assombradas. Foi isso que me motivou a assistir aos 12 episódios da
bem-sucedida American Horror Story (2011).
Uma família tentando superar
a infidelidade do marido e um aborto da esposa muda-se pruma mansão que fora cenário de um crime brutal, dai seu preço
barato. Acontece que a corretora só era obrigada por lei a revelar eventos
ocorridos até 3 anos antes da compra, mas a casa tem um histórico de diversos
crimes em seu CV. Sei não, mas alguém com mais paciência devia checar de novo a
trama e ver se não ha furo no roteiro ai, porque o crime revelado ocorrera há décadas
e a corretora deixou de revelar o casal gay morto na cozinha, ocorrido dentro
dos tais 3 anos.
Gente fragilizada é prato
cheio pra ser atormentada por fantasmas e assombração é o que não falta na casa,
que mais parece um albergue de espíritos danados! A tônica de American Horror
Story é chocar o publico, inflacionando a história com todo tipo de exagero e
esquisitice de boutique, que os escritores aprenderam assistindo a toneladas de
filmes e séries do gênero.
De Six Feet Under a filmes
asiáticos de terror, passando por Rosemary’s Baby, The Omen, The Changeling, The
Others, Dark Water, Guillermo Del Toro, enfim, tá tudo batido no
liquidificador, pronto pra deixar os menos avisados crentes de que se trata de
algo original. Nao é. É pura TV trash, que tem até uma bela sulista, que parece
que saiu dum conto do Tennessee Williams (Jessica Lange, muito bem no papel).
O ritmo vertiginoso e de
novelão gótico (Dark Shadows, hello!) exagerado prende a atenção na maior parte
do tempo, mas pode enjoa às vezes. Sabe aquela historia do tudo que é
demais?...
A diversão é garantida em
quase todos os capítulos, exceto pelo último, horrível em sua maior parte.
Parece um especial de Natal de serie “família”. Lógico que é só ilusão de ótica,
porque tudo desanda pro terror, mas os trechos água com açúcar e a tentativa
falha de “terrir” comprometem o ritmo do episodio. Se a intenção era ser irônico,
eles precisavam ter aprendido umas lições com David Lynch. Alem disso, os
roteiristas inventaram tantos fantasmas, que alguns acabam sendo
sub-aprovietados ou deixados de lado.
A série fez tanto sucesso
que tem participações especiais de atores da crista da onda, como Eric
Stonestreet, de Modern Family. Sinal de que a produção teve poder, tanto de crítica,
quanto de publico.
Dizem que haverá segunda
temporada, ambientada noutra casa. Ainda bem, porque essa da primeira já não
comporta mais de fantasmas. Ou teriam que mudar o nome pra Albergue Horror
Story!
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