Terapia
genética, uso de células-tronco e até olho digital começam a ser usados com
sucesso para restaurar a visão
Monique Oliveira
Três estudos anunciados recentemente trazem
opções reais de tratamento contra a cegueira a partir da correção de mutações
genéticas e da regeneração de células da visão. Além disso, até um olho digital
capaz de fazer o cérebro interpretar cores foi produzido. Com eles, a medicina
promete reverter cegueiras provocadas por doenças genéticas, acidente e a
resultante do processo de envelhecimento.
Dois dos trabalhos recuperaram a visão de pacientes usando células-tronco. Um deles foi o que fez a ex-modelo Katie Piper, 29 anos, voltar a enxergar após um ataque de ácido sulfúrico sofrido a mando do ex-namorado, em 2008. A lesão causou perda de células-tronco localizadas no limbus, região onde o olho externo encontra a córnea. Sem essas estruturas, a visão fica extremamente prejudicada. No Queen Victoria Hospital, na Inglaterra, a modelo recebeu novas células de um doador.
O outro, orquestrado na Universidade da Califórnia (EUA), tratou a cegueira causada pela degeneração da mácula com células-tronco embrionárias. Essa degeneração é resultado do envelhecimento ou de doenças genéticas. “As células-tronco embrionárias têm crescimento difícil de manipular”, disse à ISTOÉ Robert Lanza, um dos autores do estudo. “Elas podem se diferenciar em tumores. O estudo conseguiu um feito ao impedir isso e restaurar a visão”, diz Ricardo Ribeiro dos Santos, coordenador de investigações com células-tronco da Fundação Oswaldo Cruz, na Bahia.
Dois dos trabalhos recuperaram a visão de pacientes usando células-tronco. Um deles foi o que fez a ex-modelo Katie Piper, 29 anos, voltar a enxergar após um ataque de ácido sulfúrico sofrido a mando do ex-namorado, em 2008. A lesão causou perda de células-tronco localizadas no limbus, região onde o olho externo encontra a córnea. Sem essas estruturas, a visão fica extremamente prejudicada. No Queen Victoria Hospital, na Inglaterra, a modelo recebeu novas células de um doador.
O outro, orquestrado na Universidade da Califórnia (EUA), tratou a cegueira causada pela degeneração da mácula com células-tronco embrionárias. Essa degeneração é resultado do envelhecimento ou de doenças genéticas. “As células-tronco embrionárias têm crescimento difícil de manipular”, disse à ISTOÉ Robert Lanza, um dos autores do estudo. “Elas podem se diferenciar em tumores. O estudo conseguiu um feito ao impedir isso e restaurar a visão”, diz Ricardo Ribeiro dos Santos, coordenador de investigações com células-tronco da Fundação Oswaldo Cruz, na Bahia.
A terceira façanha foi obtida por meio de
terapia gênica. Três pessoas que sofrem de amaurose congênita de Leber (doença
que prejudica gravemente a visão) recuperaram a capacidade de enxergar após a
inserção, no olho, de um vírus inofensivo carregando um DNA capaz de corrigir o
defeito no gene RPE65, responsável pela enfermidade. “Ele leva uma cópia
idêntica do gene que determina a produção da proteína necessária à formação da
imagem na retina”, explicou à ISTOÉ Jean Bennett, da Universidade da
Pensilvânia e coordenadora do trabalho. “Falta apenas uma fase de estudo para
que o método seja usado em larga escala.”
Até abordagens individuais estão sendo feitas. O artista visual inglês Neil Harbisson, que sofre de acromatopsia – ele só enxerga em tons de cinza – inventou o eyeborg. O aparelho registra as imagens, capta a frequência de onda de cada cor e a transforma em som. “Nunca vejo em cores, mas consigo interpretá-las por meio de ondas sonoras”, disse à ISTOÉ. “São pesquisas promissoras”, afirma Érika Yazaki, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. “Mas é preciso mais tempo para ver como a visão de cada um será estabilizada.”
Até abordagens individuais estão sendo feitas. O artista visual inglês Neil Harbisson, que sofre de acromatopsia – ele só enxerga em tons de cinza – inventou o eyeborg. O aparelho registra as imagens, capta a frequência de onda de cada cor e a transforma em som. “Nunca vejo em cores, mas consigo interpretá-las por meio de ondas sonoras”, disse à ISTOÉ. “São pesquisas promissoras”, afirma Érika Yazaki, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. “Mas é preciso mais tempo para ver como a visão de cada um será estabilizada.”
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