segunda-feira, 12 de março de 2012

CAIXA DE MÚSICA 62

O Livro do Genesis – Capítulo X

Roberto Rillo Bíscaro

Na história do Genesis, 1977 é mais lembrado como o ano da saída do guitarrista Steve Hackett e do lançamento do duplo ao vivo Seconds Out. Mas, fãs radicais também registram o lançamento do EP Spot the Pigeon, em maio, embora muitos de nós não darmos muita bola pra esse trabalho.
As 3 faixas são remanescentes das gravações de Wind and Wuthering, as quais a banda julgou não serem boas o bastante ou destoarem do resto do álbum pra inclusão nele. Em 2 casos, estavam cobertos de razão quanto á qualidade e o terceiro, realmente não se encaixaria na sonoridade mais sintetizada de Wind.
Match of the Day pré-data a popice oitentista, com seu baixo suingado, única coisa gostosinha da canção, onde nem Collins está em boa forma nos vocais. Até a banda arrependeu-se da gravação, deixando-a de fora do Genesis Archive #2: 1976-1992 (2000).
A saltitante e repetitiva Pigeons também é pop; muito distante da complexidade sônica que os genesianos podiam alcançar. Se o EP serve pra algo, é pra indicar o que estava por vir em termos de simplificação das composições e interesse em sucesso comercial.
Inside and Out é a única que realmente vale a pena. Seus quase 7 minutos dividem-se em 2 partes. Na primeira, a banda retoma o uso do violão de 12 cordas e do clima pastoral da época de Tresspass e Anthony Philips. A segunda é uma corredeira de sintetizador, que soa exatamente como seria a banda em Three Sides Live (1982). O Genesis tateava com relação a que caminho seguir. Todos sabemos que escolheram a rota dos megadólares.
Conta-se que Hackett enfureceu-se com a não adição da canção em Wind & Wuthering, aumentando seu desejo de deixar o Genesis.
Spot the Pigeon chegou à posição 14 na parada britânica de singles, pra depois tornar-se raridade. Em verdade, recomendo apenas pra completistas.
Claro que atualmente pode-se escutar o EP no You Tube. 

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