Roberto Rillo Bíscaro
Ficção científica é gênero subterrâneo no cinema brasileiro. Existe em pequena quantidade e restringe-se a aficionados. Vi Cassiopeia (1996), animação injustamente negligenciada, outro desenho cujo título faz questão de me fugir e o média-metragem independente Céus de Fuligem (2004), no You Tube.
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ficcionais-científicos brasucas.Ficção científica é gênero subterrâneo no cinema brasileiro. Existe em pequena quantidade e restringe-se a aficionados. Vi Cassiopeia (1996), animação injustamente negligenciada, outro desenho cujo título faz questão de me fugir e o média-metragem independente Céus de Fuligem (2004), no You Tube.
Ano passado, o roteirista e diretor Cláudio Torres
lançou O Homem do Futuro, híbrido de ficção-científica com comédia romântica.
Filme nacional com cara de norte-americano, a produção conta a história dum
cientista que volta ao passado pra tentar reconstruir sua fracassada relação amorosa
e aprende que mexer no que já foi, resulta em desastre. Que o roteiro desminta
sua pilastra de sustentação importa pouco, afinal, como o protagonista assevera
no final: “Eu mereço.”
O trunfo d’O Homem do Futuro está no elenco, mormente
na figura de Wagner Moura, talvez o melhor ator nacional em atividade.
Desdobrando-se em 3 “eus”, El Moura compõe cada um de forma distinta, inclusive
na fala.
Colagem de enredos de diversos filmes, O Homem do
Futuro é “cine comercial” e não há nada de errado nisso. Podem até inventar que
é “homenagem”, mas isso é papo pra press
release. Ágil, sem apelar pra humor vulgar, trata-se duma ficção científica
bastante competente como comédia romântica.
Pra quem curte sessão de filme com família, pipoca e
alguns maneirismos de novela global, é boa pedida. E não há nada de errado
nisso.
Ah, Cláudio quéreedo, uma última coisinha: quando você
filmar atores beirando os 40, passando-se por universitários, cuidado com
closes e perfis. A diminuição de colágeno e elastina com a idade faz com que a
pele do rosto e abaixo do queixo fique um pouco mais caidinha do que alguém com
20 anos, tá? Palavra de um 45ão, que, mesmo sem enxergar direito, notou isso
porque tava gritando!
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