Empresa de SP se especializa em sinalização para deficientes visuais
Cresce no Brasil o mercado da acessibilidade aos portadores de deficiência. Em São Paulo, uma empresa se especializou em sinalização para os deficientes visuais. Uma lei federal obriga os edifícios a oferecer condições especiais de acesso.
Cresce no Brasil o mercado da acessibilidade aos portadores de deficiência. Em São Paulo, uma empresa se especializou em sinalização para os deficientes visuais. Uma lei federal obriga os edifícios a oferecer condições especiais de acesso.
Na empresa de Jair Rais, que faz sinalização para pessoas com deficiência visual, são produzidas placas em braile e também sinais indicativos que são colocados no piso para orientação. Todos obedecem a um código específico, que ajuda a pessoa com deficiência visual a se localizar em qualquer ambiente.
O empresário começou o negócio em 2004, com R$ 50 mil. No início, só revendia placas de sinalização, feitas em acrílico, PVC e alumínio. Um ano depois, ele decidiu fabricar as peças. Rais investiu R$ 100 mil no equipamento para fazer as placas em braile, a escrita lida pelo tato.
Um programa de computador aqui traduz 55 idiomas para o braile. É só digitar o que quer, no caso em português, e o programa faz a tradução na hora. Depois ele envia para uma máquina, que é uma espécie de fresa, e faz os furinhos na placa.
Para finalizar o trabalho é preciso dar o relevo na escrita. São colocadas as bolinhas de plástico na placa – uma a uma, a mão. “Com pressão, que ela já se encaixa ao furo do braile, faz um pouquinho de força mais encaixa facilmente. É pressão”, explica Jeferson Nascimento, auxiliar de manutenção.
O empresário começou o negócio em 2004, com R$ 50 mil. No início, só revendia placas de sinalização, feitas em acrílico, PVC e alumínio. Um ano depois, ele decidiu fabricar as peças. Rais investiu R$ 100 mil no equipamento para fazer as placas em braile, a escrita lida pelo tato.
Um programa de computador aqui traduz 55 idiomas para o braile. É só digitar o que quer, no caso em português, e o programa faz a tradução na hora. Depois ele envia para uma máquina, que é uma espécie de fresa, e faz os furinhos na placa.
Para finalizar o trabalho é preciso dar o relevo na escrita. São colocadas as bolinhas de plástico na placa – uma a uma, a mão. “Com pressão, que ela já se encaixa ao furo do braile, faz um pouquinho de força mais encaixa facilmente. É pressão”, explica Jeferson Nascimento, auxiliar de manutenção.
Para fazer os pisos sinalizadores, o empresário demorou até chegar à matéria-prima ideal, o poliester: um material que reúne resistência e flexibilidade.
Jair lançou o chamado piso com elemento solto. As indicações vêm separadas e não ficam mais presas numa placa. E além de acomodar melhor no piso, o elemento solto agradou aos arquitetos e decoradores.
“No shopping, um exemplo clássico, colocar só a placa visualmente não fica correto. Então, o elemento solto permite uma harmonia no ambiente. É o que mais hoje tem feito sucesso. É o que ta alavancando inclusive nosso negocio”, explica.
A produção do piso é terceirizada em uma fábrica em Itu, no interior de São Paulo. As peças são moldadas na injetora e pintadas com cores fortes, para facilitar a orientação de quem tem baixa visão. O processo é finalizado na empresa de Jair, que produz mil metros lineares de piso por ano. Cada metro custa R$ 40.
Máquinas fixam um potente adesivo nas peças. “É um dupla face, você adiciona direto na superfície. Pressiona, força e já deu a aderência necessária na superfície”, afirma. Com isso, o adesivo não sei de eito nenhum.
Um shopping encomendou a sinalização com elementos soltos. Os técnicos limpam o chão, põem o gabarito e pressionam as peças. Em dez minutos, instalam um metro de piso. Ele é usado para alertar as pessoas que na frente têm rampas e escadas.
“Ele é mais leve, então dá uma sensação de estar integrado ao ambiente. Ele cumpre o papel dele que é avisar a todo mundo que tiver presente no shopping e não agride a estética”, diz Patricia Ribeiro, do marketing do shopping.
Outro prédio comercial também é cliente da empresa. O visitante José Vicente de Paula é uma pessoa com deficiência visual desde a infância e gostou das facilidades. “Ficaria mais complicado [andar sem a sinalização] (...). Eu poderia ficar sem direção”, afirma. Vicente chega até a recepção. Depois, vai até o elevador, aperta o andar, verifica a placa em braile e sobe. Tudo sozinho.
O projeto de sinalização em todo o edifício custou R$ 70 mil. O tipo de piso conquistou o mercado e a procura dobrou nos últimos dois anos. “Ele é mais solto, mais leve, e os arquitetos agradecem. É mais bonito mesmo e tem a questão do contraste também, a tonalidade, nesse caso o piso cinza, e o contraste dele que é preto”, avalia a arquiteta Paula Dias.
A empresa de Rais tem hoje mil clientes. Faturou mais de R$ 3 milhões no último ano. O empresário busca parceiros em todo o país para revender o produto. E o mercado só tem a crescer: uma lei federal de 2004 obriga as edificações a instalar sinalização para pessoas com deficiência visual.
“Mais do que nunca, as pessoas estão tomando consciência do tema acessibilidade. E não foi feito quase nada ainda nas edificações. Não chega a 2%, 3% das pré-existentes que precisam ser adequadas. E as que estão surgindo para o futuro”, avalia o empresário.
“Os novos empreendimentos têm vindo com acessibilidade, e isso é um ganho para todos. Para nós, pessoas com deficiência, e para o recinto, que acaba ganhando clientela. Porque a pessoa procura informação, ‘tal hotel é acessível’, é como se tivesse uma estrela a mais na sua qualidade de serviço”, afirma Vicente de Paula.
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