sexta-feira, 31 de agosto de 2012

BARÇA INCLUSIVO


Brasileiro sem os pés treina futebol em escola do Barcelona


A história de Gabriel Muniz tem chamado atenção no mundo do futebol. O brasileiro, de apenas 11 anos, foi convidado pelo Barcelona a visitar as instalações do clube e demonstrar todo seu talento com a bola na Espanha.

O menino que mora em Campos do Goytacazes, no Rio de Janeiro, nasceu sem os dois pés, mas a deficiência nunca o impediu de realizar seu grande sonho.

O pequeno craque surpreendeu o clube espanhol ao mostrar muota habilidade durante os treinos que realizou na "Academia do Barcelona", no Rio.

Em entrevista ao jornal britânico "The Sun", a mãe do garoto, Sandra Muniz, disse que ele aprendeu a andar antes de completar um ano de idade.

Ela conta ainda que o filho se adaptou rapidamente a sua condição, já que família era muito pobre para conseguir um tratamento adequado.

Na escola, Gabriel é admirado pelos amigos e pelo professor, que elogiam muito a habilidade dele como jogador.

"Quando ele chegou lá (na academia do clube espanhol) ninguém acreditava nele, mas ele provou que pode competir de igual para igual com qualquer outro garoto", conta José Lopes, professor do colégio onde Gabriel estuda.

"Ele está mostrando que as deficiências existem apenas em nossas mentes", afirma Lopes.

(Assista ao vídeo em http://tvig.ig.com.br/id/8a49802639368a22013972f6c0910873.html) 

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

RETRATO LUSO-ANGOLANO

Recebi email da fotógrafa portuguesa Tânia Carvalho. Ela pretende iniciar um projeto fotográfico com pessoas albinas. Por isso, se você é albino – ou conhece algum - e vive em Portugal ou Angola, basta contatá-la em sua página no Facebook:
Caso você não tenha Face, envie email pra albinoincoerente@gmail.com, que eu encaminho pra ela.
O site dela na internet está em manutenção, mas voltará online em breve, por isso, anote aí:
Ela acrescentou que viaja pra Espanha e Inglaterra, portanto, seria bom que os albinos desses países também soubessem do projeto.

TELONA QUENTE 55

Semana passada, elogiei The Cabin in the Woods, ressalvando que o filme se esquece de causar medo. Na noite da publicação da resenha, vi The Innkeepers (2011) e terminei com sensação de borboletas no estômago, parte do prazer masô de ver filmes de horror.
Muito do que escrevi sobre The House of the Devil aplica-se a essa outra película de Ti West, portanto, recomendo a leitura daquelaresenha. Clima retrô (embora um pouco menos), construção muito lenta do suspense, final da heroína tipicamente anos 70.  
O ambiente claustrofóbico é um vasto hotel em sua última semana de funcionamento, apenas com 2 empregados e 3, 4 hóspedes. Uma mulher fora assassinada há décadas e os empregados vivem á procura de sinais paranormais. O tédio da decadência e da procura dos indicadores de sobrenaturalidade compõe o andamento vagaroso dos 2 primeiros atos, que constroem tensão aos bocados. Achei um par de cenas dispensáveis e não entendi o porquê de um dos hóspedes, mas, tudo bem.  
A influência d’O Iluminado (1980), de Stanley Kubrick, é óbvia na filmagem dos corredores e cômodos desertos. Aliás, a cinematografia é muito bonita, na escolha de cores e tons. Achei digno e retrô.
West escolheu atores competentes, com destaque pruma 50tona Kelly McGillis, sucesso oitentista em filmes como A Testemunha (1985) e Ases Indomáveis (1986). A ex-sex symbol faz uma atriz decadente, que ora dedica-se a coisas paranormais.
Como em The House of the Devil, o roteiro derrapa no ato final, ao não satisfazer as expectativas suscitadas. Mesmo assim, The Innkeepers tem tudo pra conquistar os fãs de horror mais “clássicos” com seu charme antiquado, mostrando que sustos podem vir de portas fechando de repente e não necessariamente de gosma nojenta, como em tantos filmes atuais.
Sério, levei susto com uma porta batendo... Ti West, seu diabinho retrô!

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

ZOOFILIA NORTE-AMERICANA


Jacaré albino é flagrado em parque nos EUA

Com corpo totalmente branco olhos azulados, o jacaré albino pode assustar mais do que seus companheiros comuns de espécie.

Muito raro, especialistas acreditam que apenas 15 destes animais estejam espalhados pelo mundo. Um deles é Trezo Je, que foi flagrado em um parque na Flórida, nos Estados Unidos.

Mmmm, acho que jacaré assusta, independentemente de ser albino, né não?! 

O RESTAURANTE DA GARÇA

No início do mês, falei brevemente de minha passagem pelas cidades paulistas de Bauru e Sâo Manuel, pelas quais tive que passar para chegar a Avaré, onde passei um fim de semana com amigos.
Considerada estância turística, devido a represa de Jurumirim, Avaré é muito agradável com sua feira de artesanato, linda praça central e um restaurante á beira da represa, onde há uma garça de estimação.

















terça-feira, 28 de agosto de 2012

ALBINAS KRAHÔ


Índia Krahô dá à luz duas meninas albinas
Um fato raro chamou a atenção de moradores de Araguaína, no Norte do Estado. Nasceram no Hospital Dom Orione (HDO), no último dia 23, às 23h23, duas crianças indígenas gêmeas e albinas.

As meninas são filhas de Edite Arcakwyj Krahô, residente na aldeia Morro do Boi, em Itacajá. Ela contou que o albinismo não é mais novidade na família. Edite é mãe de outras seis crianças, e já tem uma menina albina de cinco anos de idade.

A dona de casa Marilse Aparecida disse que quando soube da novidade foi até o hospital conhecer as meninas. "Fiz questão de tirar uma foto das duas. Elas são muito lindas, estou encantada", disse.

A pediatra Iva Moreira, que acompanha os bebês, disse que esse caso é bem incomum, sendo a incidência mundial é de 1 para 20 mil. E explica que na cultura indígena, por muitos anos, as crianças que nasciam com albinismo eram mortas nas aldeias. "Mas com o passar do tempo a prática ficou para trás, graças a Deus, porque agora as gêmeas que nasceram aqui vão crescer com os pais". 
A médica destacou ainda que o albinismo é um fenótipo genético e que para nascer filhos albinos o pai, a mãe, ou familiares devem ser portadores do genes do albinismo. "As crianças não possuem total ou parcial a melanina, coloração que dá cor a pele." As gêmeas  receberam alta ontem. (Glaucia Mendes)

MATERNIDADE PERIGOSA


Mães que quiseram matar filhos falam dos perigos da psicose pós-parto

O período que sucede o parto é o momento em que as mulheres estão mais propensas a doenças mentais, tais como depressão ou psicose. Mas há tratamento.
A BBC entrevistou pessoas afetadas por esta doença que, muitas vezes, passa despercebida porque médicos e enfermeiras não estão preparados para identificar os sintomas ou porque, por medo do estigma, é escondida pelas mães.
A maioria das mulheres com a psicose pós-parto não tem história familiar ou pessoal de doença mental, alertam os especialistas.

'Estava cheia de vontade de matá-lo'

Jo Lyall era uma dessas mulheres. Depois que seu segundo filho, Finlay, nasceu, Jo passou por um episódio assustador. Uma noite, poucos dias depois de deixar o hospital, ela esteve a ponto de estrangular o bebê:
"Coloquei ele adormecido na cama ao meu lado, e meu cérebro simplesmente desligou", disse ela. "Era como se alguém tivesse desligado um interruptor na minha cabeça, e eu olhei para ele e estava cheia de vontade de matá-lo."
"Eu coloquei minha mão em seu pescocinho, ainda não forte o suficiente para manter a própria cabeça, e comecei a apertar. Eu não queria machucá-lo. Sabia que não devia fazer isso, mas eu queria saber se era capaz".
Jo sabia que algo estava errado, mas tinha medo de procurar ajuda, por pensar que perderia a guarda dos filhos.
Sem tratamento, ela começou a planejar como matar a si e seus dois filhos.
"Um dia, pensei em sufocar os garotos enquanto eles dormiam após o almoço", disse ela.
"Tinha que ter certeza de que os meninos e o cachorro estariam mortos antes que eu tirasse minha própria vida, porque eu não podia arriscar que sobrevivessem sem mim", acrescentou.
Jo fez várias tentativas de suicídio, mas depois de seis meses em um hospital psiquiátrico e quatro anos sob medicação, está totalmente recuperada.
Ela faz campanha pela maior consciência dos sintomas de psicose pós-parto, para permitir que médicos e parteiras ofereçam um melhor tratamento para mulheres doentes.
"Eu sobrevivi, em grande parte, devido a um médico e a uma quantidade extraordinária de sorte", disse ela. "Mas as mulheres não deveriam ter que confiar na sorte para sobreviver a uma condição tratável".

'Tinha desejo de machucá-lo'

Os especialistas não sabem a causa exata de psicose pós-parto, embora acredite-se que as grandes mudanças hormonais que se seguem ao nascimento do bebê tenham um papel importante, juntamente com a genética.
A proporção de jovens mães em risco é grande. E mulheres com transtorno bi-polar têm 50% de chances de se tornar gravemente doentes nas semanas após o parto.
Shelley Blanchard estava nesta categoria. Por isso, sua equipe médica não só monitorou sua saúde física enquanto o nascimento do bebê se aproximava, como também o seu bem-estar psicológico.
Shelley foi apoiada nos estágios finais de sua gravidez e nos primeiros meses da maternidade por uma equipe que incluía o Dr. Nick Best, psiquiatra perinatal especializado em cuidar de mulheres grávidas e jovens mães com problemas de saúde mental.
Best fez visitas regulares a Shelley, assim como a enfermeira psiquiátrica de sua comunidade.
"Uma pessoa pode passar da situação normal à psicótica, delirante e paranoica no espaço de apenas dois ou três dias", disse Best.
Shelley também começou um tratamento com drogas anti-psicóticas na mesma noite que ela deu à luz o bebê Oliver.
Mas algumas semanas depois do nascimento, o humor de Shelley começou a piorar e ela parou de tomar os medicamentos anti-psicóticos porque a deixavam sonolenta.
"Comecei a ter pensamentos desagradáveis sobre Oliver, tinha desejo de machucá-lo, de jogá-lo pelas escadas ou soltá-lo de propósito", disse ela.
"Eu estava tão assustada, não queria machucar meu filho, mas os pensamentos foram ficando mais fortes e mais frequentes, então tive que buscar ajuda."
Ela contatou a equipe médica e foi internada em uma unidade especial em Winchester, onde as mães e seus bebês podem ser mantidos em segurança durante o tratamento.
Três meses mais tarde, Oliver e Shelley estavam em casa novamente, recuperados.
"Se eu não tivesse ido para a unidade, acho que provavelmente teria acabado por tomar uma overdose, e teria possivelmente me matado. Eu estava fora de controle", disse Shelley à época.
"Foi um tempo tão sombrio, mas consegui aprender um pouco mais sobre mim. Estou realmente me sentindo muito bem agora, poderia até dizer que estou me sentindo fantástica."

Pai perdeu mulher e filha

Dave Emson sabe como a psicose pós-parto pode ser grave - quando sua filha Freya tinha apenas três meses de idade, sua esposa Daksha matou o bebê a facadas e colocou fogo em seu quarto.
Daksha morreu em consequência das queimaduras quase três semanas mais tarde.
"Cheguei em casa por volta das cinco e meia ou mais, e quando cheguei à porta da frente senti um cheiro de queimado", disse Dave ao recordar o dia em que a tragédia aconteceu.
"Normalmente, ao entrar eu dizia 'Daksha, querida, estou em casa' e ela respondia e eu ouvia o balbuciar do bebê. Mas naquele dia houve um silêncio.
Daksha deixou um bilhete falando de seus temores de que a filha do casal fosse vítima de "forças das trevas" e de seu desejo de proteger Freya a todo custo.
Daksha tinha estudado psiquiatria e estava prestes a se tornar consultora quando morreu.
Ela tinha escolhido a carreira em parte porque sofrera de depressão grave por anos, mas poucas pessoas sabiam de sua condição, já que ela tinha medo do estigma que traria.
O inquérito sobre sua morte levou a novas diretrizes no sistema de saúde britânico para o tratamento de funcionários com doença mental.
Dave agora escreve um livro sobre sua história - para ajudar outras pessoas em situação semelhante:
"Primeiramente, é uma forma de Daksha falar através de mim, de falar com pessoas que estão sofrendo, companheiros trabalhadores da área de saúde mental, pessoas que estão sofrendo com as condições de saúde mental, para que saibam que não estão sozinhas", disse ele.


TELINHA QUENTE 47

Será Que Ele É?

Tenho repetido que não sou fã de animações, mas gosto de diversos desenhos que vi na infância. Já comentei sobre Manda Chuva e até aventurei-me numa série oitentista, que sabia cult.
Minha mais recente empreitada animada foram os 32 episódios de Snagglepuss, produzidos a partir de 1959, pela Hanna Barbera.
No Brasil, a personagem ficou conhecida como Leão da Montanha, felino cor-de-rosa, que vivia dizendo “saída pela esquerda/direita”. Em inglês, a referência é claramente teatral, reproduzindo rubricas (“exit, stage left/right”). A literariedade leonina também se nota nas citações shakespearianas e na insistência em pronunciar os verbos na terceira do singular com o arcaico som de “th” ao invés de “s”.
Snagglepuss é pura afetação! Línguinha presa, repetições, uso abusivo do advérbio “even” no fim de frases. Tanta afetação levantou suspeita de que a personagem fosse gay. Sério! Não foram poucas as discussões a respeito da orientação sexual desse Leão da Montanha pink. A dublagem brasileira perdeu essa dimensão, porém.
Muitas tiradas impagáveis, mas o preço de tamanha exuberância é enjoo fácil. Não conseguia ver mais de 3 episódios por vez. Talvez em nosso idioma eu suportasse, mas em inglês não dava, embora o trabalho do artista de voz Daws Butler seja impecável e antológico. São dele as vozes de Zé Colmeia e Barney Ruble, pra citar apenas 2.
E Snagglepuss, é ou não é? Que importa? Se for, não há desabono.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

“IGNORE TODOS QUE TE IGNORAM”

Aos poucos, as pessoas com albinismo vão se soltando pra compartilharem experiências de vida.
Hoje é a vez do Samuel, garoto mineiro de 14 anos. Acredito que seja nosso narrador mais jovem, que bom!
Obrigado, Samuel, e pode usar este espaço pra contar as histórias albinas que quiser.

Meu nome é Samuel Renan e tenho 14 anos – então, não vai ser uma grande experiência...
Sou de Minas Gerais. Único albino da família, então, fico meio excluído: todos viajam para a praia e eu fico em casa... Mas, minha família me apóia, me ajuda. Mas, do mesmo jeito, me sinto excluído.
Ainda estou no ensino fundamental (9° ano) e sou meio tímido, como muitos albinos. Sofro um pouco de bullying, mas não ligo muito... Na rua é bem pior. Pela falta de informação, as pessoas ficam olhando pra mim com cara de surpresos; outros tentam disfarçar, mas riem. Outros olham com cara de dó; isso sim é muito ruim! Mas, supero né, fazer o quê?
Mesmo com pouca experiência, um conselho eu dou para todos albinos: ignore todos que te ignoram, pois você não precisa deles para viver.
Nunca tive nenhuma bolha nem machucado pelo sol, pelo cuidado que meu pai teve comigo desde pequeno.
Não conheço nenhum albino pessoalmente, então me sinto um pouco só... Mas, quando vi esse blog fiquei mais feliz, pois vi que existe algum albino que se une. Eu já tinha procurado várias vezes, mas nunca tinha achado...
Então, é só... Obrigado por lerem a minha história de albino.

CAIXA DE MÚSICA 71

Resultado de imagem para thick as a brick
Roberto Rillo Bíscaro

1972: uma banda de folk progressivo lançou ambicioso álbum conceitual com apenas uma faixa. Na era em que tínhamos que mudar o vinil de lado, o grupo resolveu a questão colocando som de vento no final do lado A e no começo do B pra fingir que era fim e começo de música. Fracasso comercial? Pelo contrário, Thick as a Brick, dos escoceses do Jethro Tull não apenas se tornou pedra lapidar do movimento prog, como alcançou o topo da resistente parada norte-americana. Outros tempos...
Os 44 bombásticos minutos da canção-álbum são recheados de instrumentos e variações de ritmo e andamento. Ian Anderson – líder inconteste do Jethro – gaba-se de que o projeto é uma paródia aos meagalomaníacos álbuns conceituais de bandas prog, como o Yes. Só que em 72, o grupo de Jon Anderson ainda não lançara álbum conceitual. Pode até ser paródia, mas a menção ao Yes – se não for invenção da imprensa – é farpa de diva.
Ian Anderson criou uma personagem, o garoto-prodígio Gerald Bostock, que, aos 8 anos, ganhou um concurso literário com intrincado poema épico, pra em seguida ser desclassificado devido a seus supostos problemas mentais. A letra de Thick as a Brick seria o poema desse “pequeno Milton” (alusão a John Milton, de Paradise Lost), adaptada pela banda. Pra completar o pacote, a capa do álbum era uma réplica dum jornal de interior, contando a história do garoto, do uso de seu poema pela banda etc. Tudo com fotos e anúncios.
Monumental, Thick as a Brick, traz um Ian Anderson caprichando nas letras e incendiando na guitarra e na flauta, tocada ao vivo com o músico apoiado numa única perna. Com sua barba e cabelo fartos, parecia o Tom Bombadil, de Tolkien.
A era do CD pôs fim à inconveniência de lados A e B e podíamos ouvir a faixa-álbum em sua grandeza ininterrupta. O mesmo pode ser feito via You Tube, onde Thick as a Brick encontra-se integral:
2012: sem cabelo ou barba, Ian Anderson saiu-se com uma continuação pro álbum. Também sem o Jethro Tull, pois o maior criador de salmão da Escócia decidiu que Thick as a Brick 2 – Whatever Happened to Gerald Bostock fosse lançado como trabalho solo. Na era de estrelas pop de nomes como Ke$ha e will.i.am, o álbum ficou conhecido como TAAB 2. Puristas não devem se assustar: esse é o único laivo de contemporaneidade admitido pelo bardo prog.
Anderson se perguntou o que teria acontecido ao agora cinquentenário Gerald Bostock e bolou possibilidades, exploradas ao longo das 17 faixas de TAAB 2. A multiplicidade temática determinou a picotagem da forma, afinal agora é o narrador falando de diferentes Geralds e não mais o poema do menino.
Gerald pode ter se tornado um banqueiro ganancioso, um homossexual sem teto, um combatente na guerra do Afeganistão, um pastor evangélico dinheirista ou o dono duma pequena loja. Mais pro final do álbum, essas identidades se (con)fundem, pra revelar seu denominador comum: a solidão.
Na metade de sua sexagenaridade, Anderson cria um futuro desiludido pro pobre Gerald. Musicalmente, o roqueiro também está bem menos bombástico, embora TAAB 2 não descambe pra sacarinose. Pelo contrário, há ótimos momentos de duelo entre flauta e guitarra, só que agora, o tom é mais soft rock. As referências de música folk inglesa e música erudita também continuam lá.
TAAB 2 começa onde Thick as a Brick terminara em termos de melodia. É realmente como se ouvíssemos a continuação da obra. E acaba com os mesmos versos do início do primeiro, com o acréscimo dum discreto “two”.
Pra completar o pacote, novo jornal fictício de  província foi criado, inclusive com a notícia de que uma “velha estrela do rock” abriria um show no ginásio da pequena cidade.
TAAB 2 provavelmente não angariou muitos novos fãs pra Ian Anderson e até desagradou alguns velhos admiradores que esperavam um álbum tão exuberante como o de 72. Muito pouco realista querer que alguém permaneça igual depois de 40 anos, quando nós mesmos mudamos tanto.
Longe de ser básico como o álbum do apogeu do Jethro, TAAB 2 demonstra que Ian Anderson ainda tem muita lenha pra queimar.
Ouçam-no na íntegra:
:

domingo, 26 de agosto de 2012

ZOOFILIA RUSSA

SUPERAÇÃO MATEMÁTICA

O Domingo Espetacular foi até o sertão do Brasil para mostrar histórias surpreendentes. O personagem descoberto pelos repórteres da Record é um jovem considerado um fenômeno da matemática. Mesmo com um problema físico, Ricardo é um exemplo de força e superação!
http://noticias.r7.com/videos/conheca-a-historia-de-superacao-de-um-dos-melhores-alunos-de-matematica-do-brasil/idmedia/4f00e56a3d147d94f55e3b78.html

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

EU RI

Compartilharam em minha página do Facebook. Achei criativo.

SOL EM GOTAS

A vitamina D está mais badalada do que nunca, especialmente porque novos benefícios traziodos por ela são descobertos periodicamente.
Exposição ao sol é uma das formas da absorção dessa vitamina pelo organismo.
Eis o problema pra nós, pessoas com albinismo, que não temos melanina. Eu mesmo tenho que tomar a vitamina, que chamo de "meu sol em gotas". Meu endocrinologista foi quem detectou essa falta.
Leia interessante reportagem sobre a vitamina D e fique atento pra ver se não há falta ela em seu organismo.

http://www.istoe.com.br/reportagens/226714_A+PODEROSA+VITAMINA+D

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

METRAGEM ALBINA

Família adota cobra albina de cinco metros no Reino Unido

Esqueça cachorros e gatos como bichinhos de estimação, essa família no Reino Unido adotou uma cobra albina de cinco metros de comprimento, chamada Lilly. O animal vive com seus proprietários em uma casa de três quartos em Cambridgeshire, na Inglaterra.Os donos Pete, 49 anos, Kim, 45, e a filha deles Chloe, de 16 anos, demonstram orgulho da cobra, que vive tanto dentro de casa quanto ao ar livre.
Foto: Reprodução/ Daily Mail
"Lilly tem uma personalidade maravilhosa. Ela é tão tranquila que as crianças adoram ela. Lilly dá menos trabalho que os meus dois cães. ", disse Kim ao Daily Mail.
A família mantém cobras há 25 anos, desde que o pai comprou seu primeiro animal.
"Nós compramos Lilly quando ela era um bebê. Ela está com sete anos de idade, o que significa que ela ainda está crescendo. Nós pensamos que um dia ela vai chegar a cerca de 20 metros de comprimento” disse o Pete.

http://extra.globo.com/noticias/bizarro/familia-adota-cobra-albina-de-cinco-metros-no-reino-unido-5873366.html 

TELONA QUENTE 54


Roberto Rillo Bíscaro

“Gente, o que o Richard Jenkins tá fazendo nisso?!”, assustei-me na primeira cena de The Cabin in the Woods (2012; O Segredo da Cabana, no Brasil). Sempre checo a filmografia de meus amados pra ver o que há de novo e lembrei-me de ter lido no All Movie Guide sobre. Ficou no inconsciente; na hora entendi que a escolha não fora aleatória. Depois d’O Visitante e Six Feet Under, Jenkins foi pro meu altar.
Até pensei que ele estivesse como Paul Sorvino, tadinho. Curto filmes de horror, mas, ator A lister no elenco no mais das vezes significa carreira no fundo de poço, né Daryl Hannah, Kevin Costner, Bete Davis, Joan Crawford?... Mas não, El Jenkins pode não ser galânico, mas o 60tão ainda pega material bom. Por nunca ter sido galã.
O Segredo da Cabana espertamente desmonta e rearranja clichês do gênero horror. Nada de novo no front, mas diverte com aquele modo irônico e cínico da pós-modernidade. Mordendo e assoprando, o filme questiona nosso sadismo em assistir a – e adorar cada segundo - jovens brutalmente sacrificados pra nossa diversão nesse tipo de filme. Faz isso imolando alguns pra nosso bel-prazer, claro!
5 jovens estereotipos (propositalmente sem acento) vão passar o fim de semana numa cabana isolada no meio duma floresta, onde descobrem uma força maligna, que vai matando um a um. Jenkins e outros atores de meia-idade estão numa sala de controle, dando a entender que tudo é orquestrado. Será um reality show? Não contarei, basta dizer que a explicação final é dada por uma atriz seminal do gênero horror alienígena.
The Cabin faz mistureba de locações (da cabana à high tech) e personagens recorrentes em filmes de horror (prepare-se prum exército de zumbis, palhaços, unicórnios, demônios etc). Tudo no processador: do posto de gasolina semideserto com atendente sinistro às meninas afogadas, fotos velhas, caixas de música. E jorros de sangue.
Muito bem informado e feito pra agradar a nós – sofisticados fãs de horror, conhecedoresde todas as convenções – O Segredo da Cabana só esquece uma coisa: provocar medo. O único susto foi ver El Jenkins!
Vale pela correria, pela diversão, pelo elenco, pela delícia de caçar as referências e pra brincar de quem descobre mais tropos estropiados. Mas, pra levar susto, fico mesmo com coisas tipo Grave Encounters (viu meu preconceito? Nem comentei sobre ele no blog porque não é “inteligente”...).
Entendi o que Richard Jenkins faz ali. E respirei aliviado.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O DRAMA DE EMANUEL

Dia 06 de maio, o jornal espanhol El País publicou o emocionante caso duma pessoa com albinismo, tentando asilar-se no país, para escapar do perigo de ser pessoa com albinismo na África. O jovem se deparou, porém, com a barreira da burocracia, que o relegou a uma situação de limbo na fronteira, com a vida literalmente estagnada.

Meu Azar é Ser Negro e Albino
O ugandense Emanuel Mukasa encontra-se há mais de 19 meses em um centro de Melilla, solicitando asilo. O governo espanhol lhe impede viajar á península.
Paloma Marín
(Tradução: Carlos Alberto Pedretti e Roberto Rillo Bíscaro)

“Deus está me colocando á prova. Deu-me esta pele branca em um corpo de negro. Nasci sob o signo do azar.” Emanuel Mukasa é um ugandês de 20 anos. Seus pais morreram durante a guerra no país africano, em 1980. Foi resgatado por um pastor que sabia que se não protegesse a criança – um negro com pele branca – ela seria assassinada por algum vizinho ou grupo mafioso, que venderia seu corpo para práticas de bruxaria. O camponês que resgatou Emanuel optou por escondê-lo em um celeiro até que o menino atingisse a maioridade, momento em que o jovem decidiu arriscar a vida, atravessando o deserto de seu país natal até Marrocos, para chegar até Melilla á nado. No total, cerca de 12 mil quilômetros.
Emanuel Mukasa encontra-se há mais de 19 meses no Centro de Estância Temporal de Imigrantes (CETI), em Melilla, onde solicitou o direito de asilo por sentir-se perseguido por ser albino. “Estou cansado e quero sair daqui”, lamenta-se, ao telefone, com a voz embargada e em um inglês balbuciante. Sua voz trêmula transmite cansaço e apreensão. Emanuel chegou à Espanha depois de uma travessia de um mês, escondido na parte inferior de um caminhão, cujo motorista lhe dava pão e água. Antes de iniciar o trajeto, teve que pagar “pedágio” para alcançar o que considerava a sua “liberdade”: dar um pouco de seu sangue ao chofer, que também via nele um ser esotérico. A realidade que vive hoje esse jovem negro de tez branca é muito diferente da que sonhava antes de deixar Uganda. Ouvira histórias sobre a Espanha. Um lugar onde pessoas perseguidas como ele eram acolhidas, um país que lhe reconheceria como “ser humano”.
Ele conta como fugiu de um inferno devastado pela guerra civil, que custou 312 mil vidas e fez com que 350 mil se refugiassem no sul do Sudão. No fim, acabou encurralado entre as paredes do CETI, onde espera que lhe concedam a possibilidade de entrar na península como refugiado. Emanuel sente-se desamparado e “está morto de medo”, relatam alguns de seus amigos ao telefone.
Os dias de Emanuel são longos, tediosos e monótonos. “Leio um trecho da Bíblia todas as manhãs, porque necessito estar em comunhão com Deus. Sei que Ele não tem culpa pela cor de minha pele e não o culpo por isso. Não sei se fiz algo errado”, chora. Ao meio-dia, sai um pouco do CETI, sempre protegido por seu boné preto, jaqueta e calças largas. Anda cabisbaixo; quer passar despercebido. Consegue alguns euros limpando carros no semáforo ou permanecendo à porta de supermercados, esperando que alguém se apiede e deixe-o carregar as compras a troco de uma moeda. “Só quero ganhar a vida como qualquer um, sair deste Centro... ser independente. Passei toda minha vida preso... Só quero ser livre.”
Há mais de um ano e sete meses, Emanuel espera que as autoridades espanholas reconheçam que ele não é um imigrante que apenas busca trabalho, mas um homem cuja cabeça vale muito em seu país.
Organizações como a CEAR (Comissão Espanhola de Ajuda aos Refugiados), o ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) e a Defensoria Pública denunciam essa situação desde 2008. Consideram que a Lei de Asilo na Espanha converteu-se numa “corrida de obstáculos” para os necessitados de proteção internacional imediata. 73% dos 3.400 pedidos de asilo apresentados no país em 2011 foram negados.
“Na Espanha, coexistem 2 problemas em matéria de asilo: uma clara falta de formação nesses assuntos, além de desinformação por parte dos policiais de fronteira, que não diferenciam os imigrantes econômicos dos possíveis refugiados”, afirma Lourdes Navarro, advogada da CEAR na Andaluzia.
De acordo com a Defensoria Pública, as autoridades das cidades autônomas descumprem a normativa de proteção internacional, desde fins de 2008. “Em Melilla e Ceuta, ninguém informa sobre os direitos dos possíveis asilados. Só lhes dizem que não podem viajar para a península porque lhes falta um documento das autoridades governamentais ou do diretor do CETI, o qual carece de poder jurídico para emitir qualquer documento que lhes permita o ingresso na península.”
Em 2010, a Defensoria Pública abriu uma investigação sobre a atuação de agentes da Unidade Central contra as Redes de Imigração Ilegal e Falsificações Documentais (UCRIF) por interrogar um grupo de marroquinos, que buscava asilo no aeroporto de Barajas, sem presença de um advogado e fazendo perguntas alheias à situação. Ademais, iniciou investigação paralela baseando-se em 4 sentenças do Tribunal Superior de Andaluzia, que se  constituíram em evidente cerceamento da livre circulação e movimento dos requerentes de asilo, impedidos de aceder à península a partir de ambas cidades autônomas.
Os governos de Ceuta e Melilla reconhecem que nem sempre é fácil identificar num primeiro momento os casos que satisfazem os parâmetros para ser solicitante de asilo, devido ao grande número de imigrantes irregulares que entram no território espanhol. Mesmo assim, lembram as autoridades, Ceuta e Melilla possuem uma clausula de reserva do espaço Schengen, que estabelece que os estrangeiros que chegam a essas cidades não podem entrar na União Europeia sem documentos. Segundo o governo de Melilla, esse é o motivo pelo qual os requerentes de asilo não podem cruzar o Estreito de Gibraltar.
Além disso, as autoridades governamentais afirmam que a burocracia não ajuda a agilizar o processo.
Essas afirmações são contestadas pelo advogado especialista em imigração Marcelo Belgrano, que defende que o Tratado de Schengen obriga a realização de controles fronteiriços, mas não a limitação da liberdade de movimento dessas pessoas, a menos que representem “um problema para o Estado.”.
Apesar de existirem, segundo a CEAR e o ACNUR, provas suficientes demonstrando que Emanuel encontra-se em evidente situação de vulnerabilidade, foi-lhe negada 3 vezes a carteira vermelha que lhe daria status de refugiado. Depois de 19 meses de luta, a Espanha apenas aceitou sua solicitação, ora em trâmite. Isso significa que ele só pode caminhar pelas ruas de Melilla, mas não pela península.
Emanuel está cansado. Quer terminar a entrevista. Sua voz demonstra impaciência, mas antes de se despedir acrescenta: “Só quero sair daqui e ser livre”.       
Quanto Vale um Albino na África?
Nascem amaldiçoados. Geralmente seus pais os abandonam nos arredores da aldeia ou em uma estrada de pouco movimento.
As mães são culpadas por engendrarem um demônio e são repudiadas pelo resto da vida.
A vida de um albino em certas nações africanas, como Uganda ou Tanzânia, é um inferno. Para alguns, representam a reencarnação do diabo e devem ser exterminados; para outros, beber o sangue de albinos e utilizá-lo para a bruxaria significa atrair riqueza à aldeia. Todos desejam possuir suas extremidades, como os dedos indicadores; cobiçados amuletos, que simbolizam força e poder. Segundo o ACNUR, a mão de um albino pode valer até 400 dólares e seu corpo completo, 65 mil. Os albinos sobreviventes sabe que serão discriminados por toda a vida. Acabarão vivendo na indigência com enfermidades visuais e seguramente morrerão jovens, devido ao câncer de pele. Na África, há mais albinos do que em qualquer outra parte do mundo. Se na Europa há um albino para cada 17 pessoas, no continente negro essa cifra sobe para 1 entre 2 ou 5 mil habitantes. Um em cada 70 habitantes é portador do gene; isso significa que se seu/sua parceiro(a) também for portador(a), seus descendentes terão muitas possibilidades de serem albinos. 

terça-feira, 21 de agosto de 2012

TELINHA QUENTE 46

Barbatana Albina

Roberto Rillo Bíscaro

Sou daqueles que adoram um filme ruim de quando em vez. Horror ou ficção científica mequetrefe funciona como comédia. Leitores mais antigos podem se lembrar de algumas resenhas sobre produções dos anos 50/60, atendendo ao critério d precariedade.
Domingo à noite, vi Jersey Shore Shark Attack, que entrou pra lista desses filmes péssimos, além de servir como tema de discussão pra causa albina.
Feito pro canal SyFy e exibido em junho nos EUA, a película é a típica história que todo mundo está careca de saber em filmes sobre catástrofes naturais: a atividade humana desencadeia a fúria d’alguma criatura numa comunidade que depende de seu habitat como meio de sobrevivência. As autoridades ou especuladores não alertam a população sobre o perigo pra não perderem lucro.  Segue um massacre, finalmente parado pelo herói desacreditado, não sem antes haver custado a vida dos capitalistas sem coração.  Lucro só pode se for de bom coração!
Também, a supremacia humana é bem marcada nessas produções: as pobres criaturas têm que aguentar estoicamente a destruição de seu ambiente; se se atrevem a ensaiar vingança, passam imediatamente pra vilões.  E assim vamos destruindo qualquer criatura que se oponha ao lucro de bom coração.
No caso de Jersey Shore Shark Attack, um grupo de tubarões é atraído pra praia pelas vibrações desencadeadas por uma escavação submarina. Preciso contar o que segue?
Por que o filme é delicioso de tão ruim? Porque não se leva à sério (algumas personagens são baseadas num reality show ianque), os efeitos especiais são defeitos, as interpretações são péssimas e os diálogos podres.
A profundidade abissal que abrigava os tubarões molestados é a mesma do fundo do poço em que se encontra a carreira de Paul Sorvino , o ambicioso prefeito da cidade costeira. Além dele, Jack Scalia (DALLAS) e Tony Sirico (Os Sopranos) completam a galeria de veteranos pagando mico, ou melhor, gorila. 
Jersey Shore Shark Attack entra pros anais da albinidade porque os tubarões malvados são branquinhos e têm olhos rubros. Novamente, o albinismo é usado na composição do vilanesco/bizarro.  Se fosse vez ou outra, tudo bem,mas a maior parte de nossas representações são assim. Por isso, nosso telefilme Andaluz é tão importante!
Ia me esquecendo! Joey Fatone (really fat!), ex-NSync (quem lembra? Quem se importa?) se autointerpreta, fazendo um showzinho.  Sem revelar o que acontece, adianto que era o sonho de muita gente no auge do sucesso da boy band.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

CONECTADO

Em 2009, a postura excludente dos organizadores do ENEM, com relação ao estudante Guilherme Finotti, provocou revolta. Relembre a história, clicando aqui.
O gaúcho, porém, superou tantos obstáculos e calou muitas bocas, ao graduar-se em Sistemas para Internet. Leia:

Jovem com paralisia cerebral se forma no RS



DANIEL FAVERO
Direto de Porto Alegre
Após lutar na Justiça para conseguir fazer a prova do Enem e ter que lidar durante toda a vida com sentimentos de pena e descrédito, o estudante Guilherme Finotti, 20 anos, portador de paralisia cerebral, conseguiu se formar em Sistemas para Internet pela Universidade Feevale. A Formatura ocorreu na sexta-feira à noite em Novo Hamburgo, distante 50 quilômetros de Porto Alegre, e marcou o final de uma das mais difíceis fases da vida do jovem, marcada pela busca de tratamento igualitário.
"Estou me sentindo muito feliz por mais uma etapa concluída, por estar me graduando em uma profissão que escolhi e pela qual sou totalmente apaixonado. Não foi fácil chegar até aqui. Qualquer PCD (pessoa com deficiência) que chega onde estou, com certeza, em algum momento sofreu preconceitos. No meu caso não foi diferente. O que não contávamos é que esse mal se faria presente quanto falamos do próprio MEC (Ministério da Educação)", disse Guilherme em entrevista por e-mail, na véspera de sua formatura.
Quando fala do MEC, Guilherme se refere ao processo que teve de impetrar na Justiça para conseguir fazer a prova do Enem usando seu computador com teclado e mouse adaptados. "Depois que foi para a promotoria e quando a mídia em massa entrou, eles abriram essa 'exceção'. Se fizeram a lei da inclusão e as escolas deram o suporte que a lei indicava, como é que o Ministério da Educação não daria?", questiona a mãe de Guilherme, Eunice, ao relatar as dificuldades que enfrentou enquanto batalhava pelos direitos do filho. "Eles diziam que para todas as mães os filhos são inteligentes. Mas eu argumentava que não era eu que estava dizendo, mas sim a escola, as notas dele", completa.
A nota de Guilherme foi tão boa que ele conseguiu uma bolsa na universidade, além de ter sido bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em um projeto no qual desenvolveu um software de diagnóstico para portadores de paralisia cerebral. No entanto, ele teve que se afastar da iniciativa no final do ano passado, quando foi contratado para trabalhar na Feevale.
"Apenas ando sobre uma cadeira de rodas e uso algumas adaptações que me ajudam em minhas atividades diárias, no resto, sou igual a você. Não me considero diferente de ninguém. Todos têm dificuldades, alguns mais visíveis, outros menos", afirma Guilherme.
A paralisia cerebral do formando foi provocada por complicações que o deixaram sem oxigenação durante o parto. Quando ele tinha pouco mais de 2 anos, os médicos perceberam que ele havia sofrido sequelas, mas, pouco tempo depois, descobriram que seu cognitivo havia ficado intacto, apesar da deficiência motora. "Ele tem dificuldade de falar, mas quem está próximo entende", diz a mãe, ao relatar que, apesar do filho optar pela independência, ainda precisa de ajuda dos pais. "Se eu apoiá-lo pelo ombro, ele consegue andar, mas ele prefere usar a cadeira elétrica para ser independente".
"É muito ruim ser visto como o coitadinho"
Apesar das necessidades especiais, Guilherme sempre lutou para ter tratamento igualitário. Ele estudou em escola pública convencional, mas, ao invés de carregar um caderno, guardava o conteúdo em disquetes e pen drives. Ele conta, inclusive, que sua infância foi normal. "A cadeira de rodas nunca me impediu de aprontar com meus amigos, dentro e fora da escola".
O colégio em que estudou teve de implantar sistemas de informática, e os professores tiveram que aprender a usar o computador para acompanhar o jovem, que sempre se destacou nas ciências exatas. "É muito ruim ser visto como o incapaz, como o coitadinho, como o diferente, entre outros sentimentos que as pessoas, mesmo sem querer, passam", diz Guilherme.
O próximo passo é se aprofundar nos estudos em busca de uma carreira bem sucedida. "Pretendo me especializar muito mais em minha área, fazer cursos, ter uma carreira consolidada e bem sucedida, conhecer vários lugares", conta.
Eunice diz que aqueles que não conhecem a paralisia cerebral, acreditam que se trata de uma condição vegetativa e não imaginam ou não acreditam que essas pessoas sejam capazes de feitos como os de Guilherme. "Quase a totalidade das pessoas é assim, tem muita gente que não acredita", diz a mãe ao falar sobre as impressões que a notícia da formatura do filho causa nas pessoas.
"O Guilherme tem que matar um leão por dia, todo dia ele tem que provar que é capaz, que é igual aos outros. E as pessoas olham sempre com desconfiança", completa Eunice.
O sentimento da mãe hoje é o de dever cumprido. "É claro que você nunca está preparado para isso (ter um filho com necessidades especiais), é uma coisa que acontece, mas nunca se está preparado. No primeiro momento foi um choque, mas depois a reação foi de ir à luta, por isso optamos por não ter mais filhos, para que pudéssemos estar à disposição dele, para poder desenvolver ao máximo as capacidades dele, e hoje a gente diz que esse é um momento de glória".

http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/0,,OI6047769-EI8266,00-Em+busca+de+igualdade+jovem+com+paralisia+cerebral+se+forma+no+RS.html

DESPENCANDO SOBRE CHASCOMÚS II

Em julho, saltei de paraquedas, na cidade argentina de Chascomús. Meu amigo argentino Carlito registrou com fartura os momentos anteriores e posteriores ao salto.
Hoje, publico algumas fotos tiradas pelo cameraman que saltou pra filmar minha aventura. 









Caso você ainda não tenha visto meu salto, eis o vídeo novamente: