terça-feira, 21 de agosto de 2012

TELINHA QUENTE 46

Barbatana Albina

Roberto Rillo Bíscaro

Sou daqueles que adoram um filme ruim de quando em vez. Horror ou ficção científica mequetrefe funciona como comédia. Leitores mais antigos podem se lembrar de algumas resenhas sobre produções dos anos 50/60, atendendo ao critério d precariedade.
Domingo à noite, vi Jersey Shore Shark Attack, que entrou pra lista desses filmes péssimos, além de servir como tema de discussão pra causa albina.
Feito pro canal SyFy e exibido em junho nos EUA, a película é a típica história que todo mundo está careca de saber em filmes sobre catástrofes naturais: a atividade humana desencadeia a fúria d’alguma criatura numa comunidade que depende de seu habitat como meio de sobrevivência. As autoridades ou especuladores não alertam a população sobre o perigo pra não perderem lucro.  Segue um massacre, finalmente parado pelo herói desacreditado, não sem antes haver custado a vida dos capitalistas sem coração.  Lucro só pode se for de bom coração!
Também, a supremacia humana é bem marcada nessas produções: as pobres criaturas têm que aguentar estoicamente a destruição de seu ambiente; se se atrevem a ensaiar vingança, passam imediatamente pra vilões.  E assim vamos destruindo qualquer criatura que se oponha ao lucro de bom coração.
No caso de Jersey Shore Shark Attack, um grupo de tubarões é atraído pra praia pelas vibrações desencadeadas por uma escavação submarina. Preciso contar o que segue?
Por que o filme é delicioso de tão ruim? Porque não se leva à sério (algumas personagens são baseadas num reality show ianque), os efeitos especiais são defeitos, as interpretações são péssimas e os diálogos podres.
A profundidade abissal que abrigava os tubarões molestados é a mesma do fundo do poço em que se encontra a carreira de Paul Sorvino , o ambicioso prefeito da cidade costeira. Além dele, Jack Scalia (DALLAS) e Tony Sirico (Os Sopranos) completam a galeria de veteranos pagando mico, ou melhor, gorila. 
Jersey Shore Shark Attack entra pros anais da albinidade porque os tubarões malvados são branquinhos e têm olhos rubros. Novamente, o albinismo é usado na composição do vilanesco/bizarro.  Se fosse vez ou outra, tudo bem,mas a maior parte de nossas representações são assim. Por isso, nosso telefilme Andaluz é tão importante!
Ia me esquecendo! Joey Fatone (really fat!), ex-NSync (quem lembra? Quem se importa?) se autointerpreta, fazendo um showzinho.  Sem revelar o que acontece, adianto que era o sonho de muita gente no auge do sucesso da boy band.

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