Roberto Rillo Bíscaro
Sou daqueles que adoram um filme ruim de quando em vez. Horror ou ficção científica
mequetrefe funciona como comédia. Leitores mais antigos podem se lembrar de
algumas resenhas sobre produções dos anos 50/60, atendendo ao critério d
precariedade.
Domingo à
noite, vi Jersey Shore Shark Attack, que entrou pra lista desses filmes
péssimos, além de servir como tema de discussão pra causa albina.
Feito pro
canal SyFy e exibido em junho nos EUA, a película é a típica história que todo
mundo está careca de saber em filmes sobre catástrofes naturais: a atividade
humana desencadeia a fúria d’alguma criatura numa comunidade que depende de seu
habitat como meio de sobrevivência. As autoridades ou especuladores não alertam
a população sobre o perigo pra não perderem lucro. Segue um massacre, finalmente parado pelo
herói desacreditado, não sem antes haver custado a vida dos capitalistas sem
coração. Lucro só pode se for de bom
coração!
Também, a
supremacia humana é bem marcada nessas produções: as pobres criaturas têm que
aguentar estoicamente a destruição de seu ambiente; se se atrevem a ensaiar
vingança, passam imediatamente pra vilões.
E assim vamos destruindo qualquer criatura que se oponha ao lucro de bom
coração.
No caso de
Jersey Shore Shark Attack, um grupo de tubarões é atraído pra praia pelas
vibrações desencadeadas por uma escavação submarina. Preciso contar o que segue?
Por que o
filme é delicioso de tão ruim? Porque não se leva à sério (algumas personagens
são baseadas num reality show ianque), os efeitos especiais são defeitos, as interpretações
são péssimas e os diálogos podres.
A
profundidade abissal que abrigava os tubarões molestados é a mesma do fundo do
poço em que se encontra a carreira de Paul Sorvino , o ambicioso prefeito da
cidade costeira. Além dele, Jack Scalia (DALLAS) e Tony Sirico (Os Sopranos)
completam a galeria de veteranos pagando mico, ou melhor, gorila.
Jersey Shore
Shark Attack entra pros anais da albinidade porque os tubarões malvados são
branquinhos e têm olhos rubros. Novamente, o albinismo é usado na composição do
vilanesco/bizarro. Se fosse vez ou
outra, tudo bem,mas a maior parte de nossas representações são assim. Por isso,
nosso telefilme Andaluz é tão importante!
Ia
me esquecendo! Joey Fatone (really fat!), ex-NSync (quem lembra? Quem se
importa?) se autointerpreta, fazendo um showzinho. Sem revelar o que acontece, adianto que era o
sonho de muita gente no auge do sucesso da boy band.
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