Será Que Ele É?
Tenho repetido que não sou fã de animações, mas gosto
de diversos desenhos que vi na infância. Já comentei sobre Manda Chuva e até
aventurei-me numa série oitentista, que sabia cult.
Minha mais recente empreitada animada foram os 32
episódios de Snagglepuss, produzidos a partir de 1959, pela Hanna Barbera.
No Brasil, a personagem ficou conhecida como Leão da
Montanha, felino cor-de-rosa, que vivia dizendo “saída pela esquerda/direita”.
Em inglês, a referência é claramente teatral, reproduzindo rubricas (“exit,
stage left/right”). A literariedade leonina também se nota nas citações
shakespearianas e na insistência em pronunciar os verbos na terceira do
singular com o arcaico som de “th” ao invés de “s”.
Snagglepuss é pura afetação! Línguinha presa, repetições,
uso abusivo do advérbio “even” no fim de frases. Tanta afetação levantou
suspeita de que a personagem fosse gay. Sério! Não foram poucas as discussões a
respeito da orientação sexual desse Leão da Montanha pink. A dublagem
brasileira perdeu essa dimensão, porém.
Muitas tiradas impagáveis, mas o preço de tamanha exuberância
é enjoo fácil. Não conseguia ver mais de 3 episódios por vez. Talvez em nosso
idioma eu suportasse, mas em inglês não dava, embora o trabalho do artista de
voz Daws Butler seja impecável e antológico. São dele as vozes de Zé Colmeia e
Barney Ruble, pra citar apenas 2.
E Snagglepuss, é ou não é?
Que importa? Se for, não há desabono.
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