Roberto Rillo Bíscaro
“Gente, o que o Richard Jenkins tá fazendo nisso?!”, assustei-me na primeira cena de The Cabin in the Woods (2012; O Segredo da Cabana, no Brasil). Sempre checo a filmografia de meus amados pra ver o que há de novo e lembrei-me de ter lido no All Movie Guide sobre. Ficou no inconsciente; na hora entendi que a escolha não fora aleatória. Depois d’O Visitante e Six Feet Under, Jenkins foi pro meu altar.
Até pensei que ele estivesse como Paul Sorvino,
tadinho. Curto filmes de horror, mas, ator A lister no elenco no mais das vezes
significa carreira no fundo de poço, né Daryl Hannah, Kevin Costner, Bete Davis, Joan Crawford?... Mas não, El Jenkins pode não ser galânico, mas o 60tão
ainda pega material bom. Por nunca ter sido galã.
O Segredo da Cabana espertamente desmonta e
rearranja clichês do gênero horror. Nada de novo no front, mas diverte com
aquele modo irônico e cínico da pós-modernidade. Mordendo e assoprando, o filme
questiona nosso sadismo em assistir a – e adorar cada segundo - jovens
brutalmente sacrificados pra nossa diversão nesse tipo de filme. Faz isso imolando
alguns pra nosso bel-prazer, claro!
5 jovens estereotipos (propositalmente sem acento) vão
passar o fim de semana numa cabana isolada no meio duma floresta, onde
descobrem uma força maligna, que vai matando um a um. Jenkins e outros atores
de meia-idade estão numa sala de controle, dando a entender que tudo é orquestrado. Será um reality show? Não contarei, basta
dizer que a explicação final é dada por uma atriz seminal do gênero horror
alienígena.
The Cabin faz mistureba de locações (da cabana à high
tech) e personagens recorrentes em filmes de horror (prepare-se prum exército
de zumbis, palhaços, unicórnios, demônios etc). Tudo no processador: do posto
de gasolina semideserto com atendente sinistro às meninas afogadas, fotos
velhas, caixas de música. E jorros de sangue.
Muito bem informado e feito pra agradar a nós –
sofisticados fãs de horror, conhecedoresde todas as convenções – O Segredo da Cabana só
esquece uma coisa: provocar medo. O único susto foi ver El Jenkins!
Vale pela correria, pela diversão, pelo elenco, pela
delícia de caçar as referências e pra brincar de quem descobre mais tropos estropiados.
Mas, pra levar susto, fico mesmo com coisas tipo Grave Encounters (viu meu
preconceito? Nem comentei sobre ele no blog porque não é “inteligente”...).
Entendi o que Richard
Jenkins faz ali. E respirei aliviado.
Não vi Cabin In The Woods (que já começa tendo Evil Dead como referência), mas me diverti muito com Grave Encounters!
ResponderExcluirEu também!
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