Quem acompanha o blog sabe que sou DALLASmaníaco. Quem
não, sugiro a leitura desta postagem.
Há alguns anos, circulavam rumores de que o seriado
dramático mais fundamental dos anos 80 (Dynasty veio depois e durou menos)
seria transposto pras telonas. Rumores de que John Travolta ou Tom Cruise
seriam JR abundavam. Victoria Principal – a Pamela Ewing – declarou aos fãs que
não prendessem a respiração; o projeto não sairia do chão. Aliviei-me. Não
queria ver ninguém nos papéis de Larry Hagman ou Linda Gray, a Sue Ellen
definitiva.
Ano passado, a rede a cabo TNT anunciou a ressurreição da
soap opera, que gira em torno duma poderosa família petroleira e seus muitos
sofrimentos e disfuncionalidades. Ressabiado, li que não seria refilmagem, mas a
continuação das batalhas da família Ewing em sua nova geração.
Os filhos dos irmãos Ewing – John Ross e Christopher –
protagonizariam a trama. Explicação: os 2 irmãos Ewing são o malvado JR e o
ético (quando lhe convém, né?) Bobby. Seus filhos reproduziriam suas
personalidades paternas nas tramóias pelo poder na continuação da saga.
Pra agradar os fãs do original, algumas personagens
continuariam: JR, Bobby e Sue Ellen. A possibilidade de que outros veteranos
fossem adicionados não foi descartada.
Em 13 de junho, o primeiro dos 10 episódios da primeira
temporada foi ao ar. Domingo passado, vi o último.
A clássica canção-tema foi mantida, assim como Southfork,
o rancho dos Ewings. Agora, nem toda a família vive lá e há mais de uma linha
telefônica! Todos têm smartphones.
A série começa com John Ross e Elena Ramos descobrindo
petróleo na seção 18 de Southfork (o que aconteceu com a 40, recheada de
petróleo no original?!). Às escondidas do tio Bobby, que obstinadamente cumpre
o desejo da mãe: Miss Ellie proibira em testamento qualquer perfuração na
propriedade. Acontece que Bobby tencionava vender o rancho. Um conflito estava
armado.
Entra o adotivo Christopher, prestes a se casar com
Rebecca Sutton. Antes de se envolver com a moçoila, Chris fora noivo de Elena,
filha da cozinheira dos Ewings (o que aconteceu com Tereza, do original?!).
Devido a um mal-entendido, o filho de Bobby deixara Elena esperando no altar. Quando
John Ross confronta Bobby sobre a descoberta de petróleo e o tio recusa a
perfuração e anuncia a venda de Southfork, os conflitos se multiplicam.
JR – arquivilão oitentista – estava em uma casa de
repouso, com profunda depressão. Claro que ele se cura e entra na história e
daí a diversão começa pra valer!
Como os tempos são outros, infelizmente a música
melodramática da primeira versão não existe mais, mas o espectador é brindado
com traições, chantagem, identidades falsas, uma venezuelana psicótica, uma personagem que
tem câncer e depois aneurisma, 2 assassinatos, uma prisão. E olha que achei
meio devagar comparado com os 80’s, viu? Fã antigo não tem como não comparar.
E também pega erros no roteiro, quando envolve o
original. Onde já se viu John Ross usar um diário de Miss Ellie - onde ela
conta que foi pruma instituição mental depois da morte do marido – pra alegar
incapacidade e invalidar seu testamento? Miss Ellie quebrou louça na cozinha deSouthfork, mas não foi pra sanatório.
Outro detalhe de ser fã velho: saquei na hora quem era
Rebecca Sutton! Seu ar inicial de tolinha nunca me enganou. Aliás, a menina
promete na segunda temporada, pois a personagem deu grande reviravolta e ficou
bem mais pesada. Por isso, o Cliffhanger (literalmente... trocadilho pra fã
roxo, sorry!) não me impressionou. Mesmo assim, gostei, porque deu bem o
contorno de John Ross e Chris pra temporada seguinte. Vem guerra por ai, uhu!
Um pouco estranho ver as personagens da geração
anterior como coadjuvantes (episódios sem Sue Ellen, heresia!), mas tenho que
me acostumar. Larry Hagman é octogenário e cheio de problemas de saúde. E não é
que, mesmo assim, o bom e velho JR esteve por trás do grosso das falcatruas?
A produção tem bem mais grana do que a oitentista (Sue
Ellen dirigiu uma station wagon durante anos, imagine!), mas a memória afetiva
das noites adolescentes vendo o original me faz achar a outra versão mais
charmosa.
A essência de DALLAS continua a mesma: falocentrismo
caucasiano. Claro que nós, velhinhos, sentiremos falta de Donna, Ray, Katherine
Wentworth, e estranharemos as fisionomias envelhecidas dos atores
remanescentes. O tempo passa e a série antiga pra nós é muito mais do que
apenas imagens e sons. Traz á memória nossa própria juventude.
Isto posto, é óbvio que prefiro a série oitentista, mas
gostei da versão 2.0 e espero pela segunda temporada, que estréia em janeiro.
Nunca liguei pra esse lance de ver o que todo mundo
assiste, ouvir o que todos escutam. Mas, DALLAS foi o show de maior audiência
na TV a cabo nos EUA, quebrou recordes quando estreou na Suécia.
Como
é bom ser fã do show número UM de novo!
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