terça-feira, 4 de setembro de 2012

TELINHA QUENTE 48


Quem acompanha o blog sabe que sou DALLASmaníaco. Quem não, sugiro a leitura desta postagem.
Há alguns anos, circulavam rumores de que o seriado dramático mais fundamental dos anos 80 (Dynasty veio depois e durou menos) seria transposto pras telonas. Rumores de que John Travolta ou Tom Cruise seriam JR abundavam. Victoria Principal – a Pamela Ewing – declarou aos fãs que não prendessem a respiração; o projeto não sairia do chão. Aliviei-me. Não queria ver ninguém nos papéis de Larry Hagman ou Linda Gray, a Sue Ellen definitiva.   
Ano passado, a rede a cabo TNT anunciou a ressurreição da soap opera, que gira em torno duma poderosa família petroleira e seus muitos sofrimentos e disfuncionalidades. Ressabiado, li que não seria refilmagem, mas a continuação das batalhas da família Ewing em sua nova geração.
Os filhos dos irmãos Ewing – John Ross e Christopher – protagonizariam a trama. Explicação: os 2 irmãos Ewing são o malvado JR e o ético (quando lhe convém, né?) Bobby. Seus filhos reproduziriam suas personalidades paternas nas tramóias pelo poder na continuação da saga.
Pra agradar os fãs do original, algumas personagens continuariam: JR, Bobby e Sue Ellen. A possibilidade de que outros veteranos fossem adicionados não foi descartada.
Em 13 de junho, o primeiro dos 10 episódios da primeira temporada foi ao ar. Domingo passado, vi o último.
A clássica canção-tema foi mantida, assim como Southfork, o rancho dos Ewings. Agora, nem toda a família vive lá e há mais de uma linha telefônica! Todos têm smartphones.
A série começa com John Ross e Elena Ramos descobrindo petróleo na seção 18 de Southfork (o que aconteceu com a 40, recheada de petróleo no original?!). Às escondidas do tio Bobby, que obstinadamente cumpre o desejo da mãe: Miss Ellie proibira em testamento qualquer perfuração na propriedade. Acontece que Bobby tencionava vender o rancho. Um conflito estava armado.
Entra o adotivo Christopher, prestes a se casar com Rebecca Sutton. Antes de se envolver com a moçoila, Chris fora noivo de Elena, filha da cozinheira dos Ewings (o que aconteceu com Tereza, do original?!). Devido a um mal-entendido, o filho de Bobby deixara Elena esperando no altar. Quando John Ross confronta Bobby sobre a descoberta de petróleo e o tio recusa a perfuração e anuncia a venda de Southfork, os conflitos se multiplicam.
JR – arquivilão oitentista – estava em uma casa de repouso, com profunda depressão. Claro que ele se cura e entra na história e daí a diversão começa pra valer!
Como os tempos são outros, infelizmente a música melodramática da primeira versão não existe mais, mas o espectador é brindado com traições, chantagem, identidades falsas,  uma venezuelana psicótica, uma personagem que tem câncer e depois aneurisma, 2 assassinatos, uma prisão. E olha que achei meio devagar comparado com os 80’s, viu? Fã antigo não tem como não comparar.
E também pega erros no roteiro, quando envolve o original. Onde já se viu John Ross usar um diário de Miss Ellie - onde ela conta que foi pruma instituição mental depois da morte do marido – pra alegar incapacidade e invalidar seu testamento? Miss Ellie quebrou louça na cozinha deSouthfork, mas não foi pra sanatório.
Outro detalhe de ser fã velho: saquei na hora quem era Rebecca Sutton! Seu ar inicial de tolinha nunca me enganou. Aliás, a menina promete na segunda temporada, pois a personagem deu grande reviravolta e ficou bem mais pesada. Por isso, o Cliffhanger (literalmente... trocadilho pra fã roxo, sorry!) não me impressionou. Mesmo assim, gostei, porque deu bem o contorno de John Ross e Chris pra temporada seguinte. Vem guerra por ai, uhu!
Um pouco estranho ver as personagens da geração anterior como coadjuvantes (episódios sem Sue Ellen, heresia!), mas tenho que me acostumar. Larry Hagman é octogenário e cheio de problemas de saúde. E não é que, mesmo assim, o bom e velho JR esteve por trás do grosso das falcatruas?  
A produção tem bem mais grana do que a oitentista (Sue Ellen dirigiu uma station wagon durante anos, imagine!), mas a memória afetiva das noites adolescentes vendo o original me faz achar a outra versão mais charmosa.
A essência de DALLAS continua a mesma: falocentrismo caucasiano. Claro que nós, velhinhos, sentiremos falta de Donna, Ray, Katherine Wentworth, e estranharemos as fisionomias envelhecidas dos atores remanescentes. O tempo passa e a série antiga pra nós é muito mais do que apenas imagens e sons. Traz á memória nossa própria juventude.
Isto posto, é óbvio que prefiro a série oitentista, mas gostei da versão 2.0 e espero pela segunda temporada, que estréia em janeiro.  
Nunca liguei pra esse lance de ver o que todo mundo assiste, ouvir o que todos escutam. Mas, DALLAS foi o show de maior audiência na TV a cabo nos EUA, quebrou recordes quando estreou na Suécia.
Como é bom ser fã do show número UM de novo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário