terça-feira, 9 de outubro de 2012

OLHAR TELESCÓPICO

Mulher volta a enxergar após implante de 'telescópio' no olho

A operação, feita na Califórnia, nos Estados Unidos, é pioneira e pode se tornar um procedimento de rotina nos próximos anos.
Virginia Bane sofre de degeneração macular relacionada à idade (AMD, na sigla em inglês), uma das principais causas de cegueira.
"Já consigo enxergar melhor. As cores são mais vibrantes, bonitas e naturais, e consigo ler letras grandes com meus óculos", diz.
Implante olho (Foto: UC Davis)Microtelescópio do tamanho de uma ervilha foi implantado no olho esquerdo de americana (Foto: UC Davis)
Pintora de aquarela, ela também espera retomar suas atividades após quase dez anos de problemas de visão.
"Não conseguia ler durante os últimos sete anos, e estou animada para pintar novamente", acrescenta.
A causa exata da degeneração macular ainda é desconhecida, mas o problema se agrava conforme o olhos envelhecem. A mácula é uma região da retina, na parte posterior do olho, composta por milhões de células fotossensíveis responsáveis pela visão central clara, nítida e detalhada.
Implante olho (Foto: UC Davis)Virginia Bane, de 89 anos, já consegue ler letras
grandes com os óculos de grau (Foto: UC Davis)
Trata-se da parte mais sensível da retina, que transforma a luz em impulsos elétricos enviados ao cérebro através dos nervos ópticos. O cérebro lê os impulsos e os traduz em imagens.
No caso do olho atingido pela doença, pontos centrais não são vistos com clareza.
"A degeneração macular danifica a retina e causa um ponto de cegueira no campo central de visão das pessoas. O implante telescópico restaura a visão ao projetar imagens sobre uma parte não danificada da retina, o que torna possível ver os rostos das pessoas e detalhes de objetos localizados diretamente diante delas", diz Mark Mannis, professor titular de oftalmologia e ciências da visão do Centro de Olhos do hospital da universidade americana US Davis, em Sacramento, na Califórnia.
Virginia Bane é a primeira de uma lista de 50 pessoas que se voluntariaram nos Estados Unidos para receber o implante.
"A visão de Virginia vai continuar melhorando com o tempo, conforme ela recondiciona seu cérebro para enxergar", diz Mannis.
Já o médico Richard van Buskirk explica a diferença entre os dois olhos da paciente.
"Ela basicamente usa o olho esquerdo com o implante telescópico para enxergar detalhes, como usar um teclado de micro-ondas ou ler um livro. Seu olho direito, sem tratamento, proporciona a visão periférica, o que ajuda com a mobilidade, incluindo atividades como caminhar ou se localizar dentro de casa", destaca.
"Eventualmente, seu cérebro alternará de forma automática, usando a capacidade de cada olho conforme for necessário", afirma.

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