terça-feira, 16 de outubro de 2012

TELINHA QUENTE 54

Terminei a segunda temporada de Mike & Molly, sitcom centrada num casal de obesos, em Chicago.
Não alterei a opinião dada aqui, quando vi a primeira. Mike & Molly é daquelas comédias tradicionais, com risadas enlatadas, personagens monocromáticos e piadas vulgaretes.
Continuo na turma dos defensores da série, porém. Acho ótimo um casal de obesos que se ame, brigue, transe, coma, sinta dificuldades em controlar a ansiedade pra não comer etc.
Sei que a CBS tem motivos comerciais – e não inclusivos - pra ter renovado a série pra terceira temporada (já iniciada): o mercado GG é enorme nos EUA e certamente responde bem ao fato de se ver protagonista positivo duma sitcom (não que eu ache que apenas gordos veem Mike & Molly, afinal, não sou e vejo).
Também sei que a obesidade mórbida de Billy Gardell (Mike) não é saudável, mas, não adianta jogar pedras, porque perder esse tipo de peso é extremamente difícil. Então, por que haveria algo de errado em abrir espaço pra personagens assim assumirem o centro do palco? Numa sociedadegordofóbica como a nossa, isso é muito bom pra autoestima e importante pra gerar discussões.
Em 2010, Maura Kelly, colunista da Marie Claire norte-americana, considerou repulsivo ver gente gorda se beijando. Ela se referia a Mike & Molly. Tamanha falta de compostura rendeu tempestade de reclamações, obrigando-a a fingir arrependimento e publicar desculpas. Leia tudo aqui, em inglês.
Desse modo, o show sustenta minha simpatia. Não apenas por isso, por suposto.
A simpatia de Billy Gardell e Melissa McCarthy (a Molly) me é irresistível. Ri alto com algumas das tiradas infames, especialmente as da mãe de Mike, amaríssima por ter sido abandonada pelo marido e criado o filho sozinha.
A segunda temporada abrange o noivado e a cerimônia de casamento dos protagonistas. A adaptação dos pombinhos com as famílias malucas, as discussões (estereotipadas) das diferenças entre os sexos, as inevitáveis piadas sobre obesidade (que não deixam de gerar protestos).
Exceto por Carl – que ganhou interesse romântico – as personagens secundárias continuam quase sem histórias.
Verei a próxima temporada de Mike & Molly, que continua fofo pra se ver antes de dormir, pra relaxar depois dum dia de trampo.

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