A Dinamarca vive tirando os primeiros lugares entre as nações com melhor nível de vida e educação. Falou em Escandinávia e muitos já pensam em liberdade e tolerância sexual; tudo muito civilizado e meio monótono, daí uns suicidiozinhos de vez em quando.
Broderskab (2009) mostra que o lado pesado do país
existe e é muito barra. O filme é sobre atração homoerótica entre membros dum
partido néo-nazista.
Lars tem sua promoção a sargento negada no exército
devido a alegações de cantadas em seus subordinados. Sem rumo, o jovem filia-se
a um grupo supremacista branco, ultranacionalista (nazistas que não se tocam
que Hitler subjugara a nação que tanto dizem amar). Lars é representado como
articulado e inteligente, mas, o roteiro tem preguiça de nos convencer de como
alguém que considera os neonazistas “perdedores” numa cena, na outra está
socializando com eles. A não ser que o clichê da mãe superprotetora e do pai
ausente ainda convença.
Designado pra ajudar Jimmy a reformar a casa de praia, que serve pra convidados do bando (uau, até
ser reaça na Dinamarca é coisa de primeiro mundo!), Lars se envolve com o
companheiro, iniciando uma história de amor que só pode terminar mal. O ódio
por imigrantes muçulmanos é tão grande quanto aquele por homossexuais. Quando o
irmão drogadito de Jimmy descobre a ligação, as consequências são desastrosas.
Em sua maior parte, Broderskab não nos pede pra
simpatizar com esses jovens tão nocivos a si mesmos quanto à diversidade.
Porém, a trilha sonora meio melosa e a virada melodramática final podem fazer
esquecer o perigo em potencial que representam. Não que eu não acredite em
mudanças, mas a narrativa não fornece indicadores de que mesmo dando certo como
casal eles deixariam de barbarizar refugiados. E um gay escroto não é melhor do
que um hétero escroto.
Oportuno,
Broderskab faz refletir sobre a falha de certos membros de grupos oprimidos em
perceber que se ligar aos opressores contra outros subjugados só fortalece aqueles.
Burrice até compreensível, mas compreender não torna essa gente menos perigosa.
Certa vez, li sobre a presença de mulatos em grupos neonazi brasileiros. Podem
ser estúpidos, mas carregam porretes; não podemos esquecer.
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